Capítulo 11 - Compaixão parte 2

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Johnny fica imóvel como uma estátua. Ele ainda espera que isso seja apenas algum tipo de pesadelo doentio e que Kreese não esteja realmente aqui, ele acordará e as coisas ficarão bem. Ele não terá medo a ponto de querer correr e com certeza não sentirá a raiva insana fervendo na superfície.

Kreese não pode voltar. Ele simplesmente não pode ser. Johnny queria que ele fosse embora, estava feliz por Kreese ter ido embora. Chega de pesadelos, chega de medo. Johnny estava bem sem ele.

Ele tinha vindo tão longe. Com Daniel, com sua vida, com sua família, inferno, até mesmo com seus alunos. A vida não era perfeita, mas era boa o suficiente para Johnny, e ele estava bem sabendo que Kreese estava morto.

Exceto, agora ele não estava morto. Ele estava de volta, parado na frente de Johnny, esperando que ele falasse.

E o que diabos Johnny deveria dizer?

Johnny odeia Kreese. Absolutamente o odeia. Este é o homem que fez uma lavagem cerebral nele para se tornar alguém agressivo e violento. Este é o homem que lhe disse chorando, e ter sentimentos eram para bichanos. Este é o homem que tentou matá-lo no estacionamento depois que ele perdeu o torneio. Este é o homem que tentou torturar Daniel. Este foi o homem que corrompeu dezenas de crianças.

Oh Deus, as crianças.

Sam, Robby, Miguel, o resto dos alunos de Johnny, Kreese poderia encontrá-los todos e machucá-los. Johnny se recusa a deixar isso acontecer. Ele não sabe como, mas precisa tirar Kreese de sua vida de alguma forma. Ele não sabe se ele pode lidar com tê-lo de volta. Ele nem quer saber POR QUE Kreese está de volta.

"Que porra você está fazendo aqui?" Johnny exige, fechando os punhos. Ele está tentado a socar Kreese, porque foda-se ele, depois de tudo que ele fez, ele merece muito pior do que um único soco. "Eu pensei que você estava morto." Johnny acrescenta, sem se preocupar em esconder o veneno em sua voz.

"Você não é o único, garoto. Estou longe há muito, muito tempo". Kreese dá um passo à frente, e é preciso tudo em Johnny para não dar um passo para trás. Ele não vai deixar Kreese saber o quanto tem medo. "É bom te ver." Kreese estende a mão um aperto de mão ou algo assim. E Johnny quer rir de como isso é estúpido.

Bom te ver, sério? Isso é o melhor que ele pode fazer? Todo o trauma que ele fez Daniel e Johnny passarem, e ele tem a coragem de vir aqui, agindo como se fossem velhos amigos? Foda-se não.

Johnny dá um tapa na mão de Kreese, os olhos brilhando, porque ele quer fazer muito pior. Kreese apenas sorri, retraindo a mão e colocando-a de volta no bolso.

"Você ainda tem esse temperamento quente, hein?" Kreese pergunta, rindo. E sim, Johnny sempre será de cabeça quente, mas seu temperamento não é nem de longe tão ruim quanto quando ele estava sendo ensinado por Kreese. Mas Kreese, Kreese nunca deixa de despertar a raiva nele. "Mas eu gosto disso, eu gosto disso." O tom de Kreese soa tão familiar e é doentio. Mesmo depois de todo esse tempo, ele ainda gosta de antagonizar qualquer um que possa. "Você ainda anda por aí com aquele viadinho?" E, claro, ele tem coragem de perguntar isso. Faz o sangue de Johnny ferver, ouvir alguém, Kreese de todas as pessoas, chamar Daniel assim.

"Eu casei com ele, seu filho da puta." Johnny faz uma carranca, levantando a mão para que Kreese possa ver por si mesmo, a aliança de casamento apertada em seu dedo. O rosto de Kreese cai, como se ele percebesse que cometeu um erro. O que não é possível, porque Kreese nunca admite quando está errado.

"Me desculpe." E se ele admitir que está errado, é falso, porque Kreese nunca pede desculpas por nada. "Então, ouvi dizer que seu aluno agora é o campeão. Você o treinou bem. Assim como eu treinei você." O nervo. Kreese não treinou Johnny bem. Kreese ensinou Johnny a ser um valentão, enquanto Johnny ensinou Miguel a ser durão. E para Kreese pensar que ele fez um bom trabalho quando se trata de ser um sensei, apenas desencadeia algo dentro de Johnny.

Karate Kid and Cobra kai but is LawrussoOnde histórias criam vida. Descubra agora