Cápitulo 4

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*A história agora vai ser contada pela personagem Laura*

      Após chegar do cemitério com meus irmãos, entrei em meu quarto e chorei pelo meu pai e meu avô, me lembrei das brincadeiras gentis, da cantoria, da bagunça, que pena que Lorrany só tinha meses quando o papai e o vovô faleceram, eu já não estava aguentando. Luis bate na porta do meu quarto e eu abro. Sentamos e temos uma conversa sincera e lágrimas rolam, nossa irmã caçula sem entender nos abraça. Finalmente ficamos bem, descemos as escadas e sentamos para assistir algum programa na tv, Luis resolve fazer uma pipoca, Lorrany se encarrega de buscar os potes, fico esperando anteciosamente para que Danilo apareça, mas ele não aparece.

—Está inquieta- disse Luis.

— não estou- digo negando.

— parece esperar por alguém- Luis insiste.

— apenas estou pensando um pouco- digo pegando o pouco da pipoca e colocando em uma bacia.

— você anda estranha, está igual quando o papai e vovô faleceram, você falava sozinha e tinha aqueles sonhos estranhos, voltou a sonhar com eles- disse Luis com um tom de dúvida.

— eu estou bem, agora vamos assistir o programa e comer pipoca- corto o assunto.

         Depois de ter tirado o dia com meus irmãos, subi ao meu quarto e esperei por Danilo, mas ele não aparecia, será que aconteceu algo? Já fazia horas que não o olhava, nem nesmo calafrios eu estava sentindo. Esperei tanto que cair no sono, acordei por volta das quatro da manhã de uma segunda-feira, mas como já era de se esperar, Danilo não estava me observando dormir, retornei a dormir, pela manhã, fui ao Banheiro e depois de ter feito todas as necessidades, desci de lá já vestida com meu uniforme.

— vai querer um pouco de pão de queijo- disse minha mãe ao colocar o café na xicará.

— vou levar o pão, estou atrasada- digo pegando o pão de queijo e colocando na mochila.

      Abro a porta e saio, caminho tranquilamente, apesar de detestar a presença do Danilo, com aquele smoking azul, com a marca de tiro na cabeça e outra marca em seu peito esquerdo, eu estava com um pouquinho de saudades dele, mas eu queria que ele fosse logo para o céu ou qualquer outro lugar e ser feliz, Fui até a sala da diretora para ver se ela me ajudaria.

— está querendo ir pra sala 303? - disse a diretora.

— eu acho que se na minha sala 302 tem o mesmo assunto e professores que na sala 303- eu digo.

— sabe que por conta daquela tragédia envolvida o aluno da 303, tivemos que adiar tudo- contou a diretora.

— eu sei- fico pensativa.

— mas porque queres tanto ir para 303?- pergunta a diretora.

— eu só queria ir por ir, não gosto da minha sala de aula, não tenho muitos amigos lá- eu fico triste.

— sinto muito Laura, não vou poder ajudar, falta poucas semanas para o novo baile, e ir para outra sala seria perca de tempo irreparável- falou a diretora.

— obrigada!- agradeço saindo da sala.

      Assim que saio da sala, me deparo com Carla do lado de fora, a ignoro pois sabia que ela iria fazer mil perguntas do por quê eu estar ali.

— o que estava fazendo na sala da diretora? Se meteu em encrenca? - pergunta ela curiosa.

— não.

— e qual motivo de está lá? - ficou mais curiosa ainda.

— por nada- ignoro.

— você está muito esquisita- ela levanta a sombrancelha.

Quem tirou a minha vida?Onde histórias criam vida. Descubra agora