O tempo estava acabando.
Era tudo ou nada.
Tic-tac.
E ele precisava ser rápido.
Ele tinha que...
— Proteger! — Mathias arfou, erguendo o tronco subitamente, o corpo atravessado por uma onda dolorida.
— Cuidado! — Uma voz feminina o advertiu, e ele foi envolvido por um cheiro floral de perfume. — Não se levante assim, ou vai se machucar ainda mais.
Atônito, Mathias olhou para o lado, descobrindo que ainda estava dentro do quarto hospitalar.
Ofegando por causa da dor, deixou que Leila o ajudasse a se sentar sobre o colchão, as pernas esticadas, as costas apoiadas no travesseiro.
— Há quanto tempo... Estou dormindo?
— Dois dias, desde que você acordou pela primeira vez aqui.
— Dois dias?
— Tivemos que te sedar — Leila explicou. — Você estava fora de controle e, mesmo machucado, foi preciso seis pessoas para te conter.
Mathias correu os dedos pelos cabelos.
Pequenos borrões manchavam sua mente; um relógio de bolso, os olhos de Leila, um desespero súbito que o arrancou da cama e o fez ir até ela, como se nada mais importasse além daquilo.
O coração batia rápido no peito.
Nada fazia sentido.
Ele conseguia se lembrar de tudo o que acontecera desde o momento em que abrira os olhos e acordara naquele hospital.
Mas não conseguia se recordar de nada antes daquilo.
Inspirando fundo, deixou os ombros caírem e fitou Leila.
— Acho que te devo um pedido de desculpas.
— Sua reação é normal para o seu quadro. — Ela se voltou para ele. O jaleco branco se moldava às curvas de seu corpo. — Mas, ainda assim, eu agradeceria se você não me assustasse outra vez. Não quero te amarrar na cama e te encher de sedativos para que não me ataque enquanto te examino.
Mathias contraiu o lábio inferior, sentindo as palavras se enrolarem na ponta de sua língua, formando um borrão estranho de justificativas, uma teia que queria encontrar o fio certo para alegar que ele jamais quisera atacá-la, e sim protegê-la.
Mas...
Protegê-la do quê?
Apesar do vazio nas memórias, tinha certeza de que não conhecia a doutora Leila Fernandes.
Se eles se conhecessem, ela o teria reconhecido.
Sim, ela saberia quem ele era.
— Nada da sua memória voltou? — Leila perguntou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Provação Suprema | DEGUSTAÇÃO
Roman d'amourLIVRO EM DEGUSTAÇÃO NO WATTPAD. ELE ESTÁ DISPONÍVEL COMPLETO E REVISADO NA AMAZON Depois de mais uma noite intensa de plantão, a médica Leila Fernandes estava prestes a encerrar seu turno quando um homem é jogado na entrada do hospital. Com poucos f...