esperança

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A saúde de Laurinha , no entanto, não estava muito bem. A pequenina estava fraca demais e, por muitas vezes, sem apetite, acabava por não comer; passava boa parte do dia e da noite dormindo e constantemente desmaiava

Mas para a sorte de Maiara
, agora ele não estava mais sozinho! Nas lá estava Fernando  passando toda madrugada abraçada à ele, apenas acalentando-o; nos dias de sessões de quimioterapia, lá estava , ao lado de Laurinha  e fernandob, tentando transmitir forças; nas vezes que o emocional de maiara não o deixava nem ao menos mirar a menina, lá estava Fernando  para tomar o lugar dela e cuidar de Laurinha . 

— Está doendo, Laurinha .. — A garotinha disse apontando para a agulha de soro, que estava em seu braço.

Já, já eles tiram, ok?

Onde está o mamae?! Por que ele não está aqui? — Ela perguntava, chorosa.


— Está descansado, meu amor. — E mal sabia a garota, que no quarto dela, um pouco distante dali, ele estava aos prantos.
abriu a porta do apartamento cuidadosamente, e entrou apenas com a cabeça para dentro. Silêncio. Absoluto e angustiante silêncio. Aos passos curtos, foi até o quarto  e, batendo delicadamente na porta, chamou-o. 


— Amor, abra. Sou, eu... Fernando

— Está aberta. — ele disse, baixinho. 

Ela abriu a porta com o mesmo cuidado com o qual abrira a porta da sala, e logo estava adentrando o quarto. Mirou a namorada em cima da cama, enrolado aos cobertores e os olhos inchados. Ele precisava dela, e parecia que naquele momento, precisava mais do que nunca. 

— Meu amor! — ele disse, deitando-se ao lado dele, enquanto levava uma das mãos no rosto dele, acariciando-o.

— Você demorou hoje! — Ele disse, um sorriso sôfrego morando em sua face.
L

aurinha me pediu que ficasse com ela até que ela dormisse. — ela sorriu um pouquinho, evitando não falar muito. — Mas e você, como está? Conseguiu dormir um pouquinho?


— Você acha realmente que eu consigo dormir? — Ele a questionou, enquanto abaixava o olhar. — Eu não sei se irei agüentar tudo isso, Fernando


Hey, hey! Você não pode desistir! Não agora, entendeu?! Vocês estão indo tão bem... Por favor, meu amor, Laurinha precisa de você; vocês precisam uma da outra, e você sabe que tem que estar bem para poder ajudá-la.


— Eu não quero vê-la morrer... — Ele dizia, já sentindo as lágrimas invadirem seus olhos.

— Minha filha está morrendo na minha frente e eu não posso fazer nada!


Meu amor... Por favor, não pense assim. Você fez tudo o que você pôde; você está fazendo o que pode. Não pense assim, por favor... — Ela colocou sua esta na dele. — Você precisa ter fé; a fé move montanhas, sabia?


— Fé? Fé em que? Em Deus?! Fé no Deus que abandonou a mim e minha menina? É isso? Você quer que eu tenha fé em alguém que desistiu de mim?! Também depois de tudo que fiz e o que podia merecer

Fernando  o abraçou; o abraçou fortemente. Não o culpou pelas tolas palavras que dissera, por que sabia que naquele momento, ser julgado por aquilo que ele dizia sem pensar, era o que ele, definitivamente não precisava
Durante um bom tempo eles ficaram ali, abraçados; Maiara estava atordoada, seu coração doía, sua mente e seu coração pareciam não mais funcionar Fernando , ao seu modo, entendia aquilo.

— Por favor, não desista... — ela dizia, enquanto ainda estavam abraçados. — Não desista!

Maiara desvencilhou-se do abraço dela, e novamente, miraram-se fixamente. Olhando-a nos olhos, Maiara  procurava encontrar a esperança que agora, se via pouca em seu coração e Fernando  tentava, de todo coração, fazer com que a dor não o segasse e ele fosse capaz de encontrar o que queria.
Só fique aqui comigo; não desista de mim... Não me deixe desistir, por favor





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