Jisung não conseguiu dormir bem, e ao ouvir um barulho vindo da sala, percebeu que sua irmã também já estava acordada.
— Bom dia, Jisungie — Ela o cumprimentou com um sorriso — A Sra. Kang nos trouxe um café da manhã especial. Você deve estar com fome.
Jisung sentou-se no chão frio em frente à mesa e comeu sua comida. Ele não conseguia sentir o sabor de nada, mas precisava mostrar que estava tudo bem, então sorriu para sua irmã e disse que estava gostoso.
Após o café da manhã, Jisung decidiu explorar as ruas desconhecidas e foi até o parquinho que a Sra. Kang havia mencionado antes, localizado a poucos metros de sua nova casa.
Enquanto estava escondido no parquinho vazio, ele não aguentou mais segurar suas lágrimas, deixando escapar toda a saudade que sentia.
Ele recordou-se do pequeno jardim que costumava cuidar com seu pai, das flores coloridas que cresciam com tanto carinho. Jisung também lembrou dos momentos especiais na cozinha, onde ajudava sua mãe a preparar seus pratos preferidos, rindo juntos enquanto a comida ganhava forma.
Essas memórias o deixaram emocionado, e ele se encolheu sozinho, desabafando tudo o que havia tentado esconder de sua irmã. Jisung sentia saudades dos abraços calorosos de sua mãe, do sorriso gentil de seu pai ao bagunçar seu cabelo.
Ele também não pôde evitar pensar em sua irmã, que dedicou tanto de si mesma durante toda sua vida, e agora teve que abrir mão de muitas coisas para cuidar dele.
Ele deveria ter entrado naquele carro com seus pais, para que sua irmã não sofresse tanto e pudesse seguir seu sonho apesar de tudo. E no meio de tantos pensamentos ruins, ele não ouviu alguns passos se aproximando dele:
— Ei, você está sujando todo meu parquinho com esse seu ranho!
Ele olhou para cima e viu um garoto que parecia ter sua idade, apesar de sua aura mais madura que intimidou Jisung no início.
— Não sabia que aqui tinha dono.
— Pare de chorar, você fica meio feio chorando — O menino rude lhe interrompeu.
Jisung se controlou e parou de chorar, mas continuou olhando para o garoto com olhos arregalados e inchados.
— Toma, é meu último pirulito — Ele ofereceu, entregando-lhe o doce com uma cara meio séria, parecendo um pouco estranho ao fazer isso.
— Não quero, minha mãe me disse para não aceitar nada de estranhos — disse Jisung enquanto se levantava, ainda fungando de sua longa sessão de choro.
— Então saia da minha área. As crianças não vêm aqui porque é meu lugar, por isso está vazio.
Jisung deu a língua para o garoto malvado e voltou para sua casa. Ele tinha até esquecido que estava chorando antes, só pensava no garoto que conseguiu irritá-lo em alguns segundos de conversa.
— Noona, eu conheci uma criança muito irritante hoje.
— Você já fez amizades? Isso é ótimo, Jisungie.
— Não, não. Eu nunca mais quero ver ele na minha frente.
Jisung continuou falando sobre o menino malvado com sua irmã, e ela ouviu com atenção, mesmo sendo um drama infantil que não se comparava aos seus grandes problemas de gente adulta.
Ele estava gostando de se aproximar dela, já que antes os dois realmente não conversavam muito. Ela estava muito ocupada estudando, e Jisung seguia fielmente seu lema de que garotas são todas chatas e somente sua mamãe é legal.
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𝘀𝘁𝗮𝗿 𝗹𝗼𝘀𝘁, minsung
FanfictionJisung e Minho se conheceram ainda na infância. Um deles lidava com a recente dor da perda de alguém próximo, enquanto o outro enfrentava a constante solidão desde sempre, sem ter ninguém ao seu lado. Crescendo juntos em uma cidade pequena, eles des...