𝘀𝘁𝗮𝗿 𝗹𝗼𝘀𝘁, minsung

snow falling like tears on my face

— Qual a sensação de ter dezesseis anos?

— Deveria mudar alguma coisa? — Minho responde a pergunta de Hyunjin. Os quatro estavam caminhando juntos, sem nenhum destino predeterminado.

Minho não teve exatamente uma festa de aniversário. Ele deixou bem claro que quem lhe fizesse alguma surpresa ia sofrer uma morte humilhante por asfixia com papel higiênico na boca. Hyunjin quase foi uma vítima, mesmo sem ter tentado nada.

Jisung, obviamente, era imune as maldades do garoto. Ele sorriu para si mesmo quando notou a bijuteria barata sobre o pescoço de Minho, a qual ele tinha feito com a ajuda da sua irmã.

— Planos para o ensino médio? — Felix pergunta. O final do ano estava chegando, e eles finalmente sairiam daquela escola deprimente.

— Não acredito que vocês vão para a minha escola — Minho parou no meio do caminho, secando lágrimas falsas do seu rosto.

— Nós vamos descobrir o que Minho faz tanto naquela escola — Hyunjin diz, fazendo caretas engraçadas na direção de Minho, que o encara com um olhar raivoso.

— É a única hora do dia que vocês não estão grudados em mim. Isso é muito injusto.

— Você está nos escondendo alguma coisa? — Hyunjin rebate a provocação do mais velho, que lhe olha com desdém antes de continuar o caminho sozinho.

— Vá e descubra por nós, Sung — Hyunjin diz para ele, e depois lhe dá um leve empurrão nas costas. — Tem um lugar escondido aqui perto, e eu realmente quero beijar meu namorado agora.

— Nojento... — Jisung vai em direção ao mais velho, tendo que acelerar os seus passos para conseguir alcança-lo.

Era um crime Minho caminhar tão rápido assim. A rotina sedentária de Jisung o tornou incapaz de correr por tanto tempo.

— Minho! — Jisung grita o nome do amigo. Ele estava torcendo para que o mesmo parasse de andar, antes que suas forças esgotassem de vez.

— Você está bem? — Ele nem percebeu que Minho estava vindo em sua direção.

— Eu vou morrer! — Jisung não resistiu, e sentou-se em um banco velho que estava no meio da calçada.

— Cadê aqueles dois? — Minho sentou do seu lado, e olhou para o fim da rua procurando algum sinal do casal.

— Eles foram... — Jisung suspira fundo, tendo que esperar alguns segundos até sua respiração voltar ao normal — Eles foram ficar em um lugar esquisito, por aí.

— Entendi... — Minho balança os pés no banco, observando os carros que dirigiam sem parar pelas ruas — Você quer ir para casa?

— Se eu tivesse forças para pelo menos sustentar meu próprio corpo.

— Eu te carrego. Vamos! — Minho lhe estendeu a mão, e Jisung procurou em seu rosto qualquer sinal de zombação.

— Tá certo... — Jisung sobe nas costas de Minho, que lhe levantou sem nenhuma dificuldade — Você é forte!

— Você que é leve demais!

— Desde quando você tem músculos tão firmes? — Jisung se deixou por levar, e passou a mão descaradamente nos braços do mais velho.

— As vezes eu acho que você faz de propósito...

— Como assim?

— Você... — Minho engole em seco, antes de continuar — É melhor deixar para lá.

Jisung decide não continuar questionando, e apenas abraça o corpo de Minho por trás. Ele conseguiu sentir de perto o cheiro do amaciante das roupas do mais velho. Jisung aproveitou para brincar com o colar que estava no pescoço do garoto, tocando nos bijus com cuidado.