Já se passaram cinco meses desde que os dois se tornaram amigos. E pode não parecer muito, mas esse curto período de tempo fez com que eles se sentissem vivos como nunca antes. Orgulhosos demais para admitir, preferiram demonstrar seu afeto passando as férias de verão juntos. Não é como se eles tivessem muitas opções de planos, mas de qualquer forma, nenhum dia foi ruim.
Eles costumavam ir a um pequeno lago, mas não iam para muito longe porque Minho ainda não sabia nadar. Jisung riu do menino porque era assim que a amizade deles funcionava, mas não saiu do lado do mesmo que estava muito assustado.
O passeio favorito de Jisung era a parada que os dois faziam em uma sorveteria que ficava no caminho de casa. Minho sempre comprava sorvete de menta com chocolate, e Jisung entrava em um debate sobre o gosto ruim de pasta dente.
Eles também, frequentemente, passavam o dia no quarto de Jisung assistindo filmes de terror escondidos no notebook da sua irmã.
No primeiro dia que Jisung levou Minho até sua casa ele se sentiu um pouco envergonhado. O seu quarto estava acabado, dava para sentir de longe o cheiro de mofo e ainda tinha os pôsteres dos desenhos infantis que Jisung gostava secretamente.
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As férias de verão passaram em um piscar de olhos.
Ele se sentia fraco toda vez que Minho não estava por perto. O garoto tinha se tornado um escudo contra os meninos ruins da sua sala de aula.
Jisung estava na sétima série, enquanto Minho estava na nona série. Parece que as crianças chatas da turma de Jisung tinham medo de Minho, devido aos falsos rumores que inventaram sobre o mais velho.
O segundo semestre também passou rápido. Para ser sincero, ele não queria que acabasse, isso significaria que Minho estava oficialmente no ensino médio e teria que mudar de escola. Jisung ficaria sozinho novamente.
Durante as férias, eles planejavam passar o primeiro Natal juntos. A irmã de Jisung junto com a Sra. Kang queriam fazer uma ceia farta, mesmo com a pequena quantia de dinheiro que elas tinham guardado. Os dois estavam animados!
Até que um dia, Minho não aparece para pegar Jisung em seu horário habitual. Ele poderia ter se atrasado, sem problemas, mas Minho não apareceu pelo resto do dia.
Ele também não apareceu no segundo, terceiro ou quarto dia.
Minho desapareceu por uma semana.
Jisung ia todos os dias ao parquinho, à sorveteria e até mesmo à praça da cidade, mas o Minho nunca estava lá. A Sra. Kang notou o desaparecimento de Minho, sua irmã também notou, mas ninguém estava sofrendo tanto quanto Jisung.
— Pequeno, a família do Minho é complicada — disse a Sra. Kang.
Jisung passou o natal sozinho, eles tinham tantos planos juntos... Ele vê a neve caindo da pequena janela de seu quarto, lágrimas inesperadas também caem em seu rosto. A família do Minho era complicada? Ele não tinha entendido direito
O ano novo chegou. Ele observou os fogos de artifício brilharem no céu enquanto sentia os braços de sua irmã envolvendo-o em um abraço apertado.
Logo, seu primeiro dia de aula também chegou. Ele rezou baixinho para não cair na mesma sala que as pessoas ruins do ano passado.
E não adiantou...
Jisung sentiu os olhares nele. Ele tentou manter a calma, mas é claro que os meninos viriam para cima dele:
— Seu namoradinho agora não tem como te defender, né?
Jisung abaixou a cabeça enquanto cobria os ouvidos. Ele provavelmente estava parecendo patético, mas não queria ouvir o nome de Minho saindo da boca de pessoas que realmente não o conheciam.
No caminho de volta para casa, ele passou pelo mesmo parquinho onde conheceu Minho. Jisung parou seus passos por um momento para olhar o brinquedo colorido, sentindo-se acolhido pela sensação de nostalgia.
Ele esfregou os olhos com força quando viu uma figura familiar apoiada em um dos brinquedos.
— Minho? — Jisung correu sem pensar duas vezes em direção ao menino, e aproveitou para dar o primeiro abraço de sua vida nele.
Jisung estava envergonhado porque estava chorando como um bebê nos braços de Minho, e o mais velho provavelmente riria muito da cara dele. Mas Minho não riu.
O mais velho se separou lentamente e enxugou as lágrimas do rosto de Jisung, sussurrando um pedido de desculpas quase inaudível.
— Você é um idiota! Estúpido! Você me deixou sozinho por quase dois meses — Jisung disse, incapaz de manter contato visual.
Os hematomas no rosto de Minho eram ainda piores do que antes, mas o garoto estava lá sorrindo enquanto olhava para a bagunça que Jisung estava fazendo.
— Você nunca mais vai voltar para sua casa. Eu não vou deixar!
— Não é tão fácil... — respondeu Minho.
— Fique na minha casa — Minho não escondeu sua expressão surpresa. Ele parecia querer aceitar o pedido, mas como disse antes, não era fácil.
No caminho para casa, foi difícil para Jisung controlar sua vontade de abraçar Minho. Ele não conseguiu se controlar e cobriu o mais velho de carinho, enquanto Minho continuou parecendo descontente durante todo o percurso.
Jisung estava prestes a completar treze anos e já estava cansado de perder pessoas importantes na sua vida. Minho era seu melhor amigo, e aqueles dois meses sem ele foram torturantes.
Minho foi recebido com mais abraços ao chegarem na casa de Jisung, sua irmã e a Sra. Kang também estavam bastante preocupadas com o menino.
Quando os dois conseguiram ir sozinhos ao quarto de Jisung, Minho confessou que quem o machucou foi seu pai, e sua mãe realmente não se importava com ele. A mulher estava mais preocupada com a própria vaidade, deixando Minho sozinho com aquele monstro.
Eles estavam esperando que o mais velho atingisse a maioridade para se livrarem dele. Minho foi fruto de uma gravidez não planejada, e ao longo de sua vida inteira teve que conviver com os próprios pais dizendo-lhe que seu nascimento foi um erro.
Ele não podia fazer nada para ajudar o mais velho, mas estava feliz por poder dar a Minho um lugar confortável para ficar quando quisesse.
Naquela noite, Minho se sentiu amado. Jisung era mais novo que ele e lhe ofereceu uma casa, roupas e pela primeira vez ele tinha alguém em quem pudesse confiar para sempre.
Ele tinha um amigo.
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𝘀𝘁𝗮𝗿 𝗹𝗼𝘀𝘁, minsung
Fiksi PenggemarJisung e Minho se conheceram ainda na infância. Um deles lidava com a recente dor da perda de alguém próximo, enquanto o outro enfrentava a constante solidão desde sempre, sem ter ninguém ao seu lado. Crescendo juntos em uma cidade pequena, eles des...