Chegando no hospital, na passagem do plantão, ficou sabendo do paciente que tinham tirado da "parada".
_Ele ficou bem. Vai ter alta da UTI, talvez volte agora no início do plantão para vocês? Já preparamos o leito.
_ Que bom e vamos ao plantão. Obrigado pelas informações.
Ele seguiu para o posto de enfermagem; Carlos já estava preparando os soros. Pegou o material para ver os sinais vitais dos pacientes.
_ Temos dois curativos do pós operatório para trocar. Depois que verificar os sinais, vou buscar o material no CME.
_ Tá... Anton, não esquece de pedir para a Cris o caderno de solicitação de folga. Mas só se você passar por ela.
_ Legal. Vou na sala dela e peço - riu, pois o Carlos sempre tinha vergonha de pedir ou mesmo só falar com a Cris.
Sinais vitais verificados, ele aproveitou para fazer a mudança de decúbito dos dois pacientes recém admitidos. Todos bem.
Avisou o Carlos e foi para o CME (Central de Materiais Esterilizados) para pegar os materiais para curativo.
Ao sair, foi para a sala da Enfermeira Cris, bateu na porta e entrou.
_ Posso entrar, chefe?
_ Claro, só estava fazendo uma "rota" para passar nos andares. Vocês irão receber o paciente daquela noite. Fiquem atentos ele está bem, mas ainda confuso. Você está precisando de algo?
_ Sim, poderia emprestar o livro de solicitação de folgas? Precisamos combinar, o Carlos e eu, afinal somos só nós no andar...
_ Entendi...- percebendo a indireta - estou tentando colocar mais alguém, mas a diretora de enfermagem disse que colocar alguém para a clínica cirúrgica é difícil. Quem sabe logo consigamos alguém.
_ Obrigado, é que fica pesado levar em dois. Vamos esperar.
Ela pega o livro e entrega para ele.
_ Obrigado. Trago logo que possível.
Saindo, percebe alguém no final do corredor parecido com o residente que passou na noite da "parada", ia na direção do elevador.
_ Ei, doutor, espera um pouco...
O rapaz acelerou o passo e virou no corredor. Anton correu, quando virou ele já não estava lá, o elevador estava subindo. Correu para a escada e subiu em disparada.
"Vou falar com ele, parece surdo. Não atende..."
O elevador parou no andar acima do qual ele chegou. Continuou a subir com mais rapidez, pulando de dois em dois degraus. Era o seu andar.
_ Carlos, alguém passou por você?
_ Não, o que foi?
_ Aquele médico eu o vi descer aqui no andar, ele não parou quando o chamei.
Os dois foram de quarto em quarto procurando o tal médico. Nada, ele não estava. Foram procurar até no expurgo, no almoxarifado e na sala de materiais de limpeza. Nada... Parecia um fantasma. Como pode desaparecer?
_ Devo estar ficando maluco, talvez fosse alguém da enfermagem ou da higienização.
_ Será Anton, lembra que chamei o tal médico e ele também não me atendeu? Será que não é a mesma pessoa?
A Enfermeira Cris chegou no andar e ouviu o final da conversa.
_ O que houve, que pode ser a mesma pessoa?
_ Pensei ter visto aquele residente que não nos atendeu na parada que virou óbito.
_ Ei! Vocês estão vendo fantasmas... - Cris riu e disse que precisavam ver quais folgas queriam. - Vocês precisam é de descanso os plantões estão pesados e com muitas intercorrências. Se precisarem estou no térreo, vou ao PS.
_ É Carlos, vamos passar as medicações e depois vou fazer os curativos.
E assim, foram para a rotina; passaram as medicações. Anton foi fazer os curativos e Carlos foi verificar os soros dos pacientes.
Tudo tranquilo, como sempre Carlos foi descansar no primeiro horário. Anton ficou fazendo as anotações de enfermagem e checando as prescrições.
Levantou e foi fazer a mudança de decúbito dos dois acamados.
Ouviu a porta "vai e vem" ser aberta saiu da enfermaria e viu alguém entrando na primeira enfermaria. Foi até lá.
_ É o Sr., Dr. André, ouvi a porta e fiquei preocupado.
_ Está tudo bem, hoje não temos residentes. O Rafa não pode vir problemas familiares. Estou passando visita nos pacientes da cirurgia. Posso pedir um favor?
_ Claro Dr...
_ A paciente do leito 22, Célia Maria, preciso que preparem ela para a cirurgia quero levá-la para o centro cirúrgico às 7:00 horas.
_ Tudo bem vamos deixá-la preparada para o horário. O plantão está tranquilo.
_ Desculpe pedir esse favor, sei que você e o Carlos estão se desdobrando para deixar o plantão "redondo".
_ Sem problema, Doutor, não é sempre que o Sr. pede algo extra.
_ Ótimo, muito obrigado. Vou continuar a fazer as visitas.
Carlos voltou do repouso.
_ Vai descansar, meu amigo.
_ Com certeza. O Dr. André está passando visita. Estamos sem residentes hoje. Precisamos preparar a paciente do 22 para a cirurgia. Pega o prontuário e vê qual é a cirurgia e a prescrição do pré operatório. Até daqui a pouco.
Enquanto dormia, percebeu a porta do conforto abrindo. Abriu os olhos e viu uma figura entrando e deixando algo sobre a escrivaninha do canto.
_ Precisa de algo?
A pessoa saiu sem responder. Ele voltou a dormir.
Levantou e foi ajudar o Carlos no preparo da paciente. Deixaram tudo em ordem.
_ Você deixou o que no repouso durante o meu horário?
_ Eu não entrei no repouso. Estava preparando o material para prepararmos a paciente.
Anton foi até o repouso. Havia um papel sulfite com uma mancha preta no meio.
"Estranho, não entendi para que deixar lixo aqui na mesa... Deixa prá lá"
Sua vida voltou à rotina de sempre, trabalho, faculdade e casa. Nas folgas fazer os trabalhos da faculdade.
Vida que segue. Até esqueceu das suas anotações sobre os óbitos.
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A morte veste jaleco
Mystère / ThrillerUm Técnico de Enfermagem desconfia que alguns óbitos no hospital estão estranhos. Aparentemente não há ligação entre os diagnósticos e a causa das mortes, no entanto é a mesma. Ele vai investigar cada caso por curiosidade e encontra a morte em um ja...