Alguns plantões se passaram e tudo normal. Nada novo. Nenhum acontecimento inesperado.
Anton e Carlos ficavam de olho em tudo. Quem entrava e saia do andar não passava sem que os dois vissem.
Não iam para o repouso terminavam os plantões exaustos. Mas tudo estava calmo.
_ Anton, não sei sevou aguentar por muito tempo nesse "pique". Sem o horário de repouso a coisa fica "punk".
_ Calma, o meu colega da faculdade, o Hamilton, está pesquisando a fundo ele quer ver se acha alguma coisa.
_ Mas está demorando, já faz quantos dias que você pediu o favor?
_ Quase dez dias, ele disse que é complicado, as informações nem sempre chegam à vigilância. Ele pediu para as UBS's da região pesquisarem se houve alguma ocorrência de intoxicação ou doença no período, ou pouco antes dos óbitos.
_ É, isso deve ser demorado, estamos falando de mais ou menos três meses.
_ Temos que ter paciência.
O telefone tocou, era Maria.
_ Oi, Anton! Tenho uma boa notícia.
_ Fala, estamos precisando de boas notícias.
_ Você sabe que minha irmã estuda direito?
_ Não, não sabia. Mas qual é a notícia boa? - Anton fala ansioso.
_ Calma! Conversando com ela, falei por alto sobre os óbitos e nossas preocupações. E ela disse que na sala dela tem uma colega que trabalha no SVO e no IML.
_ Caramba! Será que podemos pedir ajuda dela? Seria muito bom...
_ Separa os dados dos pacientes, principalmente as datas dos óbitos. Minha irmã vai marcar um encontro no sábado, lá em casa, para conversarmos.
_ Maria, muito obrigado, você é maravilhosa.
_ Que nada, estou é querendo ver o resultado disso tudo. No meu plantão estamos como zumbis, ficamos de olho em tudo, nem estamos indo para o repouso...
_ Aqui está a mesma coisa.
_ Bem, Anton, te ligo na sexta-feira para combinarmos o horário lá em casa.
_ Certo, fico esperando, tchau!
Quando ele desliga o telefone viu na sua frente o tal médico que ninguém conhecia. O que fazer? O que perguntar? Manteve a serenidade.
_ Olá! Você é o Anton, não é?
_ Isso, e você é o residente da equipe do Dr. André, não é?
_ Sim, só quero ver um paciente. Não sei o leito, só o nome - pegou um papel no bolso - Sr. Pedro, ele fez um apendicectomia.
Anton não sabia onde estava o Carlos. Foi pegar o prontuário do paciente.
_ Aqui está o prontuário... Precisa de ajuda?
_ Obrigado, vou até a enfermaria e já entrego o prontuário.
Anton entregou o prontuário. Viu o rapaz dirigir-se à enfermaria. Não sabia o que fazer. Teve uma ideia, pegou uma bandeja colocou uma seringa e um copinho com comprimidos e foi até a enfermaria.
_ Com licença - disse ele - vou medicar este paciente - dirigiu-se até o outro paciente.
Não conseguia tirar os olhos do tal médico, estava preocupado.
O rapaz fez sinal com a cabeça. Descobriu o paciente como se fosse olhar o abdome, o local da cirurgia, colocou o lençol novamente no lugar. Virou e saiu rápido da enfermaria.
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A morte veste jaleco
Misterio / SuspensoUm Técnico de Enfermagem desconfia que alguns óbitos no hospital estão estranhos. Aparentemente não há ligação entre os diagnósticos e a causa das mortes, no entanto é a mesma. Ele vai investigar cada caso por curiosidade e encontra a morte em um ja...