Prólogo

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. Katie Biancci Ferrari .

Conheci o Deivid em um período delicado da minha vida... Eu estava estressada, cursando o último ano da faculdade, e tendo que trabalhar em período integral. Além disso, havia acabado de terminar um relacionamento com um colega de trabalho, e ver meu ex todos os dias só fazia aumentar a dor do coração partido.

Foi aí, no meio de tantas lágrimas, que conheci o Deivid. Ele era um cara legal, que aparentava ter boas intenções e falava de um futuro ao meu lado. Tudo corria bem naquele processo de se conhecer e de conquista, mas meu estresse aumentava drasticamente em função de tantos afazeres. Sem conseguir controlar, demonstrava estar ridiculamente frágil diante do meu novo namorado, e foi então que ele começou a mudar...

Eu sofria de depressão e ansiedade, e por muita ou pouca coisa, ele gritava comigo, questionando a razão de eu estar sempre tão triste, tão imprestável... Sua voz alta entrava pelos meus ouvidos e causava um verdadeiro estrago dentro de mim, a ponto de eu sentir, ainda hoje, as infinitas cicatrizes "invisíveis" que carrego.

As brigas se tonaram frequentes, em alguns momentos eu vivia um verdadeiro terror. Mas, ainda assim, havia muitos momentos bons, o que me fazia prosseguir com o relacionamento.

Após algum tempo de namoro, decidimos morar juntos, e o que deveria ser um momento feliz, um passo importante no relacionamento, não foi. Os episódios de raiva ficaram cada vez mais frequentes.

Deivid gritava comigo por quase tudo que eu fazia. Por eu perder muito tempo cuidando da casa, por fazer amizades com os vizinhos... se eu reclamava por acordar com o barulho de seu vídeo game de madrugada, eu era taxada de agressora, insensível, insuportável e tudo mais que sua imaginação conseguisse pensar.

Não tenho qualquer noção de quantas vezes me refugiei por horas no banheiro, trancada, na tentativa de encontrar algum tipo de segurança, para ganhar tempo para mim mesma. Enquanto não conseguia conter as lágrimas, questionava o porquê de eu ser tão ruim, ou o porquê de eu ser alvo de tantas ofensas e explosões de raiva.

Era difícil entender por que alguém tão engajada em causas contra a violência da mulher como eu estava sendo conivente com toda essa história. Afinal, eu continuava nessa relação, vendo como minha vida ia se transformando (para pior). 5 anos se passaram e, de repente, me vi enclausurada dentro da minha própria tristeza, vítima constante de agressões verbais/psicológicas e reprovações.

O tratamento de depressão se estendia há alguns anos, e chegou numa fase do relacionamento que era latente controlar as crises de ansiedade.

As feridas emocionais e as péssimas lembranças só serviam para temer uma explosão. Eu agia na defensiva, reagindo com agressividade a qualquer comentário que viesse dele, e isso só causava mais brigas e discussões. As vezes entre parentes e amigos , minhas reações não controladas e explosivas acabavam sendo alvo de questionamentos , afinal de contas ninguém o conhecia ou via o que ele fazia comigo, pois preferia pinta-lo com o galã , um verdadeiro cavalheiro vindo dos livros de contos de fadas. E consequentemente eu saia como a estérica, maluca em busca de atenção.

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