Capítulo 23

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Há 6 anos atrás. No território dos Roux.

MORGAN ROUX

- Confie nos seus reflexos. - Charlie se posicionava diante de Anastácia outra vez, Para o meu terror, eles decidiram passar a tarde treinando com as espadas. Minha garotinha tinha tempo de sobra, já que há 2 anos atrás, presenciamos seu talento inegável com a pontaria de um revólver. Seu teste final está próximo, e ela sabe bem o que quer. Apesar de amar aventuras. - Pronta?

Ela conseguiu esquivar á tempo suficiente para surpreendê-lo com um ataque, confesso que foi divertido ver Charlie encurralado.

- Vai ficar aí rindo ou vai me ajudar?

Eu me levantei do balanço que ficava naquele jardim, segurando de imediato uma terceira espada, parando ao lado de Ana.

- Qual é, nós somos uma equipe. - brincou ele. - A melhor equipe.

- E nós somos mulheres.

No fim de tudo ele se rendeu, e entre muitas gargalhadas, me senti aliviada por esses curtos momentos prazerosos. Anastácia está com 17 anos, falta poucos meses para um dos dias mais importantes de sua vida. A Cerimônia da Marca é algo eternizado na vida de qualquer justiceiro. E como pais preocupados, estamos nesse mar de angústias juntos.

Uma hora depois, estávamos na mesa do jantar. Charlie e Anastácia conversavam sobre bandas antigas enquanto saboreavam a comida. Era divertido as opiniões ácidas sobre um assunto nada atual.

Marcel adentrou na casa como um vulto perturbador, meu irmão caçula tinha muitas questões pelo auto controle. Já era de se adivinhar a gravidade da situação.

- Aqui não. - Charlie se levantou, eufórico. - Vamos pra minha sala.

Ana fez menção para se colocar de pé e nos acompanhar, porém, meu marido à impediu com um toque em seu ombro.

- Espera, vão me deixar de fora de novo?

- Não temos tempo para isso. Vamos agora! - Marcel apenas se virou de costas e caminhou até nosso escritório.

- O que aconteceu? - questionei, cruzando os braços.

O homem ajeitou o terno em si e olhou através das janelas.

- Lewis foi checar as câmeras de segurança e viu um cara estranho atrás dos arbustos, tirando fotografias de alguém no jardim. E ao que parece, ele perseguiu um de vocês quando saíram caminhando.

Não conseguia concentrar meu olhar em alguém além de Charlie, o medo em ambos os olhos.

- Qual é a data? - ele empalideceu mais ainda ao receber a resposta de que foi no dia anterior. - Eu saí ontem com o carro para buscar Anastácia que tinha... saído sem avisar.

Um Mansfield, perseguindo minha filha.

Abri a posta do escritório e corri de volta para a cozinha, ela precisava ser alertada do risco, ela tinha que saber.

- Querida, precisamos conversar! - minhas palavras foram esmagadas pelo vazio em sua cadeira.

- Ana! - os dois gritaram, espalhando-se pela casa à sua procura.

Parei ao sentir o vento forte que vinha da porta escancarada, conhecendo o temperamento familiar dela, que já devia estar á passos perigosos daqui.

Mansfield - Destino MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora