Hogsmeade

1K 103 10
                                    

O sábado amanheceu um dia perfeitamente límpido, Olívia reparou ao ver o teto encantado do Salão Principal. As meninas tomaram o café, animadas, e logo estavam de partida para Hogsmeade. Filch verificou suas autorizações, desconfiado como sempre, e as liberou. Enquanto caminhavam até o limite dos terrenos de Hogwarts, as três amigas deram os braços e enrijeceram ao sentir a névoa sombria dos dementadores se aproximando. Olívia lutou muito para não atravessar os portões correndo.

Quando finalmente atravessaram, elas puderam relaxar e conseguiram voltar ao bom humor de antes. Foram primeiro à papelaria, onde compraram novíssimas e afiadas penas de águia. Por ser canhota, Olívia também comprou um frasco de tinta de secagem instantânea, pois ultimamente seus pergaminhos estavam com mais borrões do que ela gostaria. Em seguida, foram para a Dedosdemel, pois sabiam que a loja não tardaria a ficar lotada com estudantes. Saíram de lá com sacolas cheias de doces – alguns deles já desembrulhados e consumidos no local – e grandes sorrisos nos rostos.

Estavam a caminho do Três Vassouras para aproveitarem umas cervejas amanteigadas e comerem algo, quando Claire de repente parou.

"O que foi, Claire?" perguntou Olívia.

A amiga olhava fixamente para a vitrine de uma loja.

"Claire?" ela repetiu.

Claire não respondeu e andou em direção à loja. Olívia e Laura se entreolharam, confusas, e seguiram a amiga. Elas acabaram entrando na loja, que parecia ser um apotecário. As prateleiras estavam cheias de garrafas com líquidos de cores diversas (alguns até se mexendo), frascos com ingredientes desidratados e ramos de folhas e flores variados.

"Posso ajudá-las?" uma senhora com vestes verdes e chapéu pontudo veio as atender.

"Aquela flor", Claire apontou para um ramo de flores azuis que estava perto da vitrine. "A senhora sabe me dizer qual o nome?"

"Esta aqui?" a senhora foi até o ramo. "É acônito, querida. Por quê?"

Claire e Laura trocaram um olhar significativo, enquanto Olívia continuava perdida.

"Apenas por curiosidade", Claire disse. "Ela é usada para quais fins?"

"Bom, ela deve ser sempre bem diluída, pois é uma planta venenosa. Mas, quando bem preparada, ela pode ser muito útil para o tratamento de ansiedade, nervosismo e pânico, pois possui propriedades analgésicas e sedativas."

Claire apenas assentiu.

"Eu, por exemplo, a utilizo geralmente para fazer uma poção calmante para me ajudar a dormir com sonhos bons. Gostaria de levar uma amostra?"

As meninas acabaram comprando um pequeno frasco da tal poção calmante, e Olívia comprou também um frasco de uma poção que ajudava no crescimento dos cabelos como agradecimento pela gentileza da senhora. A bruxa aproveitou para fazer uma embalagem muito caprichosa das poções e até usou uma flor de acônito como decoração.

Assim que saíram da loja, Olívia perguntou:

"O que foi isso?"

Claire balançou a cabeça, parecendo um pouco frustrada. "Aquela flor... Eu vi um estoque dela no armário de Snape. Tinha a mesma cor da poção que ele estava fazendo aquele dia que me expulsou."

"A poção de Lupin?" Olívia perguntou, e a amiga concordou com a cabeça.

"Mas aparentemente deve ser só uma poção calmante. O pobre Prof. Lupin deve ter problemas com crises de ansiedade ou algo assim."

Olívia se sentiu um pouco mal por ter se envolvido a ponto de invadir a privacidade do professor, e tentou não pensar mais no assunto. Foram ao Três Vassouras e conseguiram uma mesa próxima à parede. Elas pediram uma rodada de cerveja amanteigada e estavam felizes, conversando e bebericando, quando Eddie e Marcus se aproximaram. Cada um segurava uma caneca de cerveja.

Entre Estantes | Fred Weasley (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora