A torta premiada

683 84 7
                                    

O tio chegou apenas alguns segundos depois dela.

Ela já estava de pé, olhando para as prateleiras da loja em busca da luva. Provavelmente estava com um pouco de fuligem no cabelo, mas não se importou – iria ter que voltar pela Rede de Flu novamente, de qualquer jeito.

"Aqui", o tio saiu em direção ao fundo da loja.

Olívia o seguiu até a seção de vestimentas. Havia uniformes, camisetas e moletons dos times de quadribol da Liga Britânica, e ainda de alguns times internacionais. Também havia os acessórios que os jogadores utilizavam: braçadeiras, joelheiras, ombreiras, coletes e os mais diversos equipamentos de proteção. A tal luva, por último, estava disposta atrás de um vidro bem iluminado.

Olívia estranhou o destaque do item. "Quanto custa?" perguntou. "Não é muito caro, é?"

"Não se preocupe com isso, Viv", o tio a dispensou enquanto alcançava uma embalagem lacrada da luva na prateleira.

O tio embrulhou a embalagem com um papel de presentes muito bonito com estampa de pomo de ouro. Enquanto ele terminava, Olívia pegou um pergaminho e uma pena de uma das gavetas e escreveu seu bilhete.


Caro Fred,

Muito obrigada pelos chocolates! As tortas ainda estão sendo apuradas pelo painel de jurados, mas me prontifico a informá-lo do resultado assim que o souber.

Tente estudar um pouco neste feriado.

Feliz Natal!

Olívia.


Não estava muito satisfeita com o texto, mas não havia tempo para editá-lo – havia prometido dez minutos à mãe. Correram para o Correio de Hogsmeade e escolheram a tarifa mais rápida, que acabou sendo uma coruja marrom alongada. Amarraram o pacote na coruja, e ela então partiu em uma rajada veloz e desapareceu entre as nuvens.

Usaram a própria lareira do Correio para voltar à casa.

E bem a tempo: Effy já estava levitando as tortas para a mesa de jantar, aos aplausos dos convidados. Olívia e o tio se juntaram sem dizer nada, apenas aplaudiram junto enquanto as tortas eram colocadas sobre a mesa. O pai tinha feito uma torta de carne tradicional, que exalava um cheiro muito convidativo naquele frio do inverno. A torta da mãe era de maçã, e ela havia a decorado com um trançado complicado e havia esculpido rosas a partir da massa como decoração. A torta de Olívia, por sua vez, era bem simples: apenas o recheio de chocolate exposto e uma colherada de chantilly no topo.

Todos passaram a se servir e experimentar um pedaço de cada. Olívia provou primeiro a sua, pois estava curiosa para descobrir o sabor que o chocolate suíço havia agregado. Na primeira mordida, ela já arregalou os olhos. Não sabia se o chocolate era extraordinário por si só, ou se havia algum tipo de encantamento, mas era um gosto indescritível. Ela continuou comendo o pedaço inteiro, ainda abismada, e assimilando a ideia de que ela poderia realmente ganhar a competição aquele ano.

"Olívia!" exclamou a tia Alana. "Essa torta está magnífica! Você a fez sozinha?"

Ela abriu um sorriso. "Sim!"

"Você realmente se superou", Ícaro complementou.

"Obrigada", ela respondeu, seu coração acelerando.

Os pais franziram a testa, e neste momento ela soube que iria ganhar. Os parentes fizeram mais comentários sobre as demais tortas, mas nem a apresentação rebuscada da torta da mãe seria suficiente para garanti-la a vitória. E não deu outra: por unanimidade, a torta de chocolate foi apontada como a melhor daquele Natal.

Entre Estantes | Fred Weasley (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora