Entre Estantes | Fred Weasley (Livro 1)

O pôr do sol

Fred estava apoiado na mureta, observando a paisagem, e não percebeu quando ela apareceu.

Olívia até ficou grata, pois teve tempo para ajeitar as vestes amassadas e tentar arrumar o cabelo.

Ela pigarreou.

Fred pulou. "Liv", ele disse, se virando.

"Oi", ela disse, sem ar.

Ele deu um passo hesitante em sua direção. "Você viu meu recado?"

Ela assentiu. "Sim. Como sabia que eu o veria hoje?"

"Não sabia. Coloquei o recado no livro no começo da semana, na verdade. Estive vindo aqui neste horário todos os dias desde então."

Olívia sentiu como se alguém lhe tivesse dado um soco no peito, pois ela teve que concentrar todas as suas forças apenas em continuar respirando.

Fred deu outro passo em sua direção.

"Bom, você leu o que eu escrevi e está aqui, então... Acho que não preciso ficar rodeando o assunto, vou direto ao ponto. Eu amo você, Liv. Não consegui evitar. Eu me apaixonei por você na primeira vez que cruzamos os olhares, naquele primeiro dia em setembro. E me apaixonei cada dia mais, a cada vez que conversávamos, a cada vez que ouvia a sua risada. Sei que estou sempre tentando fazer os outros rirem, mas, com você... É diferente. Eu faria de tudo.

"E, ao mesmo tempo... Sinto que consigo ser eu mesmo com você. Não sou só um dos gêmeos Weasley, encrenqueiro, sinônimo de confusão. Sou só Fred. Posso ser mais quieto, mais sério. E não preciso fazer a piada sempre, porque você consegue me fazer rir sem nem tentar."

Ele deu um último passo, ficando a apenas alguns centímetros de distância.

"Eu perdi muito tempo não dando a devida importância ao que realmente mais importa. E, no final das contas, não era vencer um campeonato. A única coisa que eu realmente não posso perder é você."

Ele entrelaçou os dedos nos seus, soltando uma onda eletrizante por todo o seu corpo.

"Então, Liv, se você me conceder essa honra... Eu gostaria do privilégio de poder chamá-la de minha namorada. Para amar e respeitar. E esmurrar qualquer idiota que venha se meter no nosso caminho."

Olívia soltou uma risada, fazendo lágrimas – que ela nem tinha percebido que acumulara – caírem de seus olhos. "Essa última parte não era necessária", ela disse, limpando as gotas que já estavam em seu queixo.

"É meu toque especial", ele piscou.

Olívia respirou fundo, tentando controlar o choro.

"Droga, não vou conseguir elaborar nada tão bom quanto você", ela reclamou baixinho.

"Quem diria!" Ele assoviou. "Estou me saindo melhor que você em alguma coisa. Uma pena que essa não é uma disciplina avaliada nos N.O.M's..."

Ela revirou os olhos.

"Certo. Ah, Fred, nem sei por onde começar. Eu te amo. Tanto que dói. Você me faz sentir como se eu fosse tão especial, como se tudo que eu falasse fosse tão incrível... E você me desafia a crescer, a fazer coisas novas, a sair da caixa que me colocaram. Sinto que você me conhece melhor do que qualquer um, como se você soubesse coisas sobre mim mesma que nem sabia.

"E você tem meu sorriso favorito do mundo inteiro. Eu poderia viver no seu sorriso. Construir uma casinha e passar o resto dos meus dias ali. Cem dementadores poderiam passar voando e eu não me importaria."

"Acho que você está subestimando meu hálito matinal", ele comentou.

Ela balançou a cabeça, fungando. "Não faria diferença."