Uma semana havia se passado. Demetrio e eu estavamos mais ocupados do que nunca. Já eram cinco da manhã. um novo dia havia nascido no Teatro Casa Vermelha. Eu estava em meus aposentos, não havia conseguido dormir o resto da noite toda, estava com minha mente muito conturbada.
Me levantei devagar e sentei em minha cama depois de ter ouvido batidas na porta do meu quarto. me levantei vagarosamente e fui até a mesma a abrindo. Demetrio me olhou estranhamente.
- bom dia Ligeia nossa! você está com olheiras... vejo que esse vínculo te deixa mal. não tem conseguido dormir direito não é? - Demetrio me perguntou enquanto tinha em mãos uma bolsa de sangue.
- desculpa Demetrio, eu realmente não estou conseguindo relaxar. isso tudo que está acontecendo tem tirado meu sossego. - respondi ele enquanto fechava meus olhos e passava a mão na minha nuca. - e a propósito, obrigada Demetrio pelo café da manhã...
- desculpe eu não...- Demetrio me olhou espantado quando de uma vez eu tomei a bolsa de sangue dele e abocanhei em total descontrole. - eh... realmente você não está bem. mas é por isso que estou aqui. vamos, se apronte, vamos pegar o vôo para Portugal daqui a algumas horas... finalmente você ficará livre dessa tormenta.
- tudo bem. mas Demetrio, me explica uma coisa que ainda não entendi. por que temos que ir na sede da Astrix em Portugal para despertar o Eric?
- ah sim. bom...quando eu o aprisionei, eu abri um portal de sombras e o enviei em segurança para a Astrix como prisioneiro deles. ele está com eles.
- mas por que fez isso? - perguntei sem entender.
- por que se eu o deixasse conosco na Casa Vermelha mesmo como prisioneiro, ele poderia fugir e retornar para quem o estivesse controlando. no caso, para o Alexander já que graças a Esmeralda, agora sabemos de quem se trata. então depois disso, eu liguei dos Filhos Do Ossário para eles e pedi que o enterrassem e o mantessem em segurança até que você e eu fôssemos buscá-lo. o único local mais seguro possível agora, é a Astrix.
- ah. tudo bem. ainda sim, obrigada Demetrio. você teve chance de matá-lo e não o fez...por que?
- rs, por você. Mas também por ele. Apesar de tudo, Eric é uma vítima igual Esmeralda. é isso o que fazemos pela família Ligeia. nós protegemos e cuidamos uns dos outros.
- obrigada Demetrio. de verdade... - eu fui até ele e o abracei calmamente. Demetrio retribuiu enquanto passava a mão pela minha cabeça. me afastei dele depois e ele saiu devagar.Ele saiu e eu entrei trancando minha porta. Tomei meu querido banho quente na minha banheira, eu me ajeitei. Depois de vestir uma roupa confortável, saí indo na direção secretaria. quando cheguei lá, Demetrio e Vale já estavam lá conversando.
- bom dia novamente aos dois.
- bom dia Ligeia. - Vale respondeu.
- Vale, em algumas horas vou pegar o vôo com Demetrio. sabe o que fazer.
- sim.
- nossa, olhem só como as horas passam rápido! eu vou acordar Dimitri e Adella. - Demetrio falou enquanto olhava o relógio na parede do escritório e ia saindo.- Esmeralda já está acordada? - perguntei a Vale o olhando séria.
- não. Jajá eu irei acordá-la.
- Vale, eu irei levá-la conosco. ela disse que sabia como desfazer o feitiço. então essa é a hora. depois que despertarmos o Eric, ela pode fazer o que tem que ser feito.
- mas, não podem deixá-la aqui comigo e fazer o ritual quando retornarem?
- não Vale. sinto muito. sei que quer mantê-la em segurança por causa do Alexander, mas precisamos fazer isso. eu o levaria conosco mas você é o Regente. a Casa Vermelha não pode ficar desprotegida.
- tudo bem eu entendo. sei quais são os meus deveres Ligeia. só...por favor, promete pra mim que vai trazê-la de volta e em segurança para o Teatro.
- rs para o Teatro...ou para você Vale?? - perguntei risonha enquanto o olhava curiosa.
- eu...não sei do que está falando Ligeia. - Vale me respondeu enquanto tomava um copo com sangue fresco.
- ah vamos, não precisa me dizer nada meu amigo. só as batidas do seu coração acelerado dizem tudo...posso ouvi-los do outro lado do Teatro Rsrs.Vale de uma vez cuspiu todo o sangue sobre o chão enquanto me olhava envergonhado e limpava sua boca. eu me aproximei dele.
- você gosta da Esmeralda Vale? percebi que se aproximaram bastante esses dias. - perguntei enquanto passava as mãos sobre seu rosto.
- eu não sei...ainda ao certo...deve ser impressão sua Ligeia. - ele me respondeu enquanto me olhava fundo nos olhos.
- rs, ah sabe sim Vale. Olha, alguns humanos como o falecido Jonas Cruz acreditavam que nós éramos monstros. mas sabe, nós podemos fazer várias coisas boas. também podemos amar. isso nos torna mais humanos do que imagina. algumas coisas, simplesmente acontecem quando tem que acontecer Vale. encare o que sente como um presente do destino para você... Um novo capítulo na sua vida imortal.
- mas é que é meio contraditório isso Ligeia. não sei se isso é certo. eu sou vampiro, ela é uma bruxa...
- e desde quando o que somos se torna nosso documento??
- é acho que você tem razão rs. só não sei como lidar muito com esse negócio de gostar de alguém. em muitos anos, é a primeira vez que me sinto assim Ligeia. me sinto bobo!
- rs, você se acostuma. agora Vale, a pergunta que não quer calar...Esmeralda também gosta de você?
- sim! A resposta é sim! - Esmeralda apareceu de uma vez e veio em nossa direção nos olhando. Vale e eu nos afastamos surpresos.
- desculpa Ligeia, é que Demetrio também me despertou já que vou com vocês e eu vim para cá então acabei ouvindo tudo. me desculpem.

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Noites Escarlates
VampirosDepois da sangrenta guerra entre Lisandro Bento II contra Demetrio Castelly, o antigo ancião do Teatro Casa Vermelha foi dado como morto. Enquanto Ligeia Volturi, Eric Coulter e Helena Bellona tentam a todo custo reconstruir seu clã que quase foi di...