Em um mundo Steampunk, Luci é uma ladra que perdeu seu parceiro do crime há pouco tempo em uma briga de bêbados. Tendo que voltar à ativa para se sustentar, ela recomeça sua vida com o que sabe fazer: roubar. Enquanto isso Maya, uma inventora, tem s...
Maya tinha os cabelos curtos encaracolados e morenos, sua pele clara estava suja de graxa. Usava o seu avental bege e luvas grossas até o cotovelo. Era assim que se vestia quando estava trabalhando em um invento. Seus óculos de solda estavam posicionados na frente dos olhos e a protegia das faíscas que voavam soltas.
Colocou os óculos na testa e visualizou sua mais nova criação: uma luva ajustável, com engrenagens que funcionavam para ajustar o tamanho em qualquer mão que a utilizasse. Voltou a soldar, ainda precisava de alguns ajustes.
—Um dia desses ainda vai se machucar — disse Dario, o dono da taberna que alugava o salão de cima para a oficina de Maya. Ele entrou porta adentro sabendo que a inventora trabalhava no cômodo. Seu braço musculoso quase quebrava a maçaneta toda vez que abria, o que fazia com que Maya tivesse que reforçar o aço toda vez que ele vinha visitá-la. Ele tinha problemas limpando os copos da taberna, os quebrava quase toda vez.
Ele a olhou fixamente, a garota com olhos verdes, azuis e castanhos. Parecendo um caleidoscópio, as cores dos olhos dela sempre intrigaram ele, porém Maya mal notou sua presença, estava concentrada em sua invenção.
—Os óculos! — falou ele — Hei!
Ela finalmente o percebeu ali. E com um gesto automático tirou os óculos imaginários dos olhos.
—Estão na sua testa, bobinha — brincou ele apontando para a cabeça dela. — Ainda vai acabar cega se continuar se descuidando desse jeito.
Quase sempre que Dario vinha vê-la enquanto ela trabalhava com a solda, havia algum equipamento de segurança faltando nela e ele a repreendia.
—Achei que os tivesse colocado — disse ela.
Maya olhou para a barba espessa do taberneiro.
—Sua barba está cada vez maior, vai acabar virando um dos anciões desse jeito — Maya falava dos velhos sábios que ajudavam o governo da cidade alta.
A taberna de Dario era um ponto fora da curva na cidade, por seus frequentadores e sua reputação não muito boa, o local deveria ser na cidade subterrânea, mas como ele era um bom pagador de impostos, os fiscais deixavam o lugar funcionar normalmente. Afinal, ele só vendia bebidas...
Ele riu, passando a mão na barba.
—Vou aparar ainda essa semana. Por que, minha aparência é uma preocupação da nobre inventora? — provocou ele.
Maya ficou com as maçãs do rosto vermelhas, ela não sabia direito como falar com Dario e principalmente como sustentar os olhares dele.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
—Nova invenção? — perguntou ele quebrando o silêncio.
—Ah, sim — ela se animou, amava falar sobre suas criações. Pegou a luva pesada nas mãos e entregou na direção do taberneiro. — Coloque!
Ele hesitou.
—Err, não vai servir, Maya. É uma luva muito pequena — disse ele.
—Ora, vamos, coloque — insistiu ela com um sorriso enorme no rosto.