Anos depois...
Maksim terminou de amarrar os cadarços de suas botas de combate e deixou o quarto, pronto para sair de casa. Antes, porém, conferiu sua Uzi Submachine Gun e verificou se os trinta e dois cartuchos estavam devidamente abastecidos.
Depois da tragédia que acabou com sua vida, foi dispensado do serviço secreto e começou a trabalhar por conta, fazendo aquilo que era a sua especialidade, matar pessoas.
Quando se sentiu satisfeito com a averiguação minuciosa, colocou-a no ombro. Ajustou duas pequenas facas no cós da calça e colocou a Swiss Mini Gun no meio do coque de seu cabelo.
Aquilo era apenas uma pequena parte do arsenal que possuía em casa. Após se tornar o mercenário mais bem pago da Rússia, tudo se fazia necessário. A fama que adquirira não era à toa, ele não deixava nenhum alvo para trás para contar história; era certeiro e calculista, livre de compaixão.
Antes de abater um alvo, investigava-o pelo tempo mínimo para saber exatamente quem era o infeliz que precisaria tirar de circulação e ficar por dentro de sua rotina.
Como confiança não era algo que saía distribuindo por aí, fazia questão de pesquisar cada detalhe da vida de todos os envolvidos para garantir que não estava cometendo algum erro, ou seja, matar alguém inocente.
Feito isso, levava mais alguns dias para montar a estratégia perfeita para executar o serviço sem deixar rastros.
Por sua expertise, somente a elite mundial conseguia bancar o preço que cobrava.
Não, Maksim não era mercenário pelo dinheiro, ele já possuía mais que o suficiente. Apegou-se ao cargo pelo simples prazer em mandar para o inferno alguns miseráveis que só faziam do mundo um lugar pior; porém, não trabalharia para ninguém de graça. Nenhuma das pessoas que, de alguma forma, conseguia encontrá-lo, era inocente, então, se queriam um serviço bem feito, que pagassem muito bem por ele.
Quando não estava trabalhando, refugiava-se na casa que comprou em um bairro afastado do centro de Moscou. Ele só não vivia isolado em sua cabana no campo, porque não era adequado para os seus negócios, mas ia para lá em casos específicos, por exemplo, quando precisava torturar algum merda.
Sua mente tinha que estar ocupada vinte e quatro horas por dia. Isso se tornou uma rotina desde o acidente, caso contrário, já teria enlouquecido ou, até mesmo, morrido.
Os únicos com quem fazia questão de manter contato eram Ruslan, Augusto e Seif. Aqueles três eram os únicos por quem poderia matar e morrer sem pensar duas vezes.
Mesmo assim, ficou um ano sem ver ou falar com nenhum deles após a explosão.
Mas a passos lentos foi retomando sua vida, todavia, de uma forma bem diferente. Se antes ele já era um homem introspectivo e não dava muita liberdade para os outros, aquele novo homem se transformou em uma espécie de autômato, uma máquina de matar, completamente impassível.
Ele não era mais capaz de sorrir de forma genuína, muito menos ser simpático com quem quer que fosse, por isso optou pelo distanciamento, pois ele mesmo se reconhecia como um ser detestável.
Maksim não se dava o direito de sorrir, não quando sua família estava a sete palmos do chão. Sentia-se bem sozinho, sendo seu próprio algoz e sem ninguém para encher seu saco.
O toque de seu celular lhe chamou atenção, expulsando os velhos e assombrosos fantasmas que moravam em seus pensamentos.
Maksim nunca atendia um telefonema com palavras, esperava que o interlocutor se pronunciasse antes, e foi o que fez.
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DEGUSTAÇÃO - Dominando a Fúria - Livro 02
RomanceSe havia alguém que sentia prazer em arrancar o sangue de seus inimigos, essa pessoa era Maksim Vasiliev. Após o assassinato brutal de sua esposa e filho, ele se fechou em seu próprio mundo, não permitindo a aproximação de mais ninguém, e se afundo...