Zaya não era seu número exato, mas para aliviar suas bolas, estava bom.
Maksim não esperava encontrar a pessoa perfeita para isso, até porque ela não existia, então continuaria com aquela que conhecia seus gostos e a quem já estava habituado.
Tudo que fazia era baseado nas coisas que viveu e mesmo que, em certos momentos, sentisse raiva de si mesmo por causa disso, era algo natural e incontrolável. Além disso, aquele sentimento já lhe fazia companhia há tanto tempo, que não se incomodava mais com sua presença.
Saber que sua família foi dizimada por sua culpa era um peso grande demais para se carregar até mesmo para o inabalável Maksim.
Na época, ele possuía um trabalho perigoso e tinha ciência de que os estava pondo em risco. Infelizmente, seu pedido de desligamento fora tarde demais.
Todos aqueles anos de investigação desembocavam na mesma rua sem saída, mas nada o faria desistir porque ninguém era tão invisível a ponto de não deixar uma migalha para trás.
Talvez estivesse deixando passar algum detalhe, já que tudo que envolvia sentimento afetava de modo direto seu senso crítico. Contudo, aquela corrida era contra si mesmo e ainda que quisesse muito ter suas mãos inundadas pelo sangue do miserável, tudo tinha seu tempo.
Sua amargura era tão grande e presente, que nem mesmo a boa aparência que tinha era capaz de distrai-lo com outras mulheres.
O russo de cabelos compridos deixava uma legião de fãs por onde passava. Mesmo que não desse atenção a nenhuma delas, pois não confiava em absolutamente ninguém, elas davam um jeito de se aproximar, fosse em um bar ou qualquer outro ambiente em que estivesse.
Era como se seu jeito reservado fosse um chamariz.
Mas Maksim fodia exclusivamente com Zaya, todavia, não se considerava em um relacionamento. Não gostava de amarras, cobranças ou qualquer outra coisa que sugerisse estar em um namoro, por isso a mulher sabia muito bem suas condições e as aceitou sem pestanejar.
Nos três anos que mantinham aquele "contrato" – como ele gostava de chamar –, nunca tiveram nenhum tipo de problema. Ela parecia entendê-lo muito bem e nunca lhe cobrou absolutamente nada. Tudo funcionava de forma favorável, já que ela parecia gostar do mesmo sexo bruto e sujo que ele fazia e era somente isso que Zaya teria dele.
Quando o sexo acabava, terminava também a visita, simples e direto da forma que Maksim apreciava.
— Se precisar... Sabe onde me encontrar — declarou a mulher, colocando as roupas, após a terceira rodada de sexo.
— Bata a porta quando sair — ordenou, caminhando nu até o banheiro.
Ela sabia que aquele relacionamento peculiar que mantinha com Maksim, não incluía dormir em sua casa.
A casa não era grande. Continha o suficiente para viver com tranquilidade, mas sua verdadeira ostentação, em que não poupava gastos, estava sob seus pés, no esconderijo subterrâneo, totalmente secreto.
A passagem era feita pelo freezer horizontal que possuía no canto de sua cozinha. Não levantava suspeitas nem do homem mais treinado, afinal funcionava normalmente, exceto pelo fundo falso que desembocava em uma escada estreita.
Ela o levava até um cômodo que poderia ser a alegria do terrorista mais sádico, ou o pavor de qualquer outra pessoa comum. Lá havia os mais variados tipos de armamentos, granadas, facas, munições e muitos produtos químicos que davam origem aos seus explosivos.
Continha também uma grande mesa, onde passava a maior parte de seu tempo planejando ataques, refazendo estratégias e executando ideias mirabolantes na área da engenharia.
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DEGUSTAÇÃO - Dominando a Fúria - Livro 02
RomansaSe havia alguém que sentia prazer em arrancar o sangue de seus inimigos, essa pessoa era Maksim Vasiliev. Após o assassinato brutal de sua esposa e filho, ele se fechou em seu próprio mundo, não permitindo a aproximação de mais ninguém, e se afundo...