Uma semana após seu retorno, Maksim recebeu uma estranha denúncia por e-mail falando a respeito de uma seita satânica que sequestrava e sacrificava crianças.
Ao ler aquilo, uma raiva descomunal se apossou de seu corpo e seu único desejo foi exterminar cada um daqueles doentes malditos.
Aquele tipo de coisa não fazia parte da sua rotina, afinal, ele não era o Batman, estava muito longe de ser o mocinho, mas matar crianças era algo medonho e assustador até para ele.
Na hora, Aleks lhe veio à mente e sentiu uma necessidade absurda de pôr um fim naquele ritual macabro.
Pelas informações contidas ali, precisaria enfrentar cinco pessoas, e ao contrário do que usualmente fazia, Maksim não quis esperar e estudar seu inimigo, a seu ver, todo minuto seria essencial.
Foi ao seu arsenal, juntou algumas armas, decorou o endereço que estava no e-mail e seguiu para lá com sangue nos olhos.
Era um sábado de madrugada e quando Maksim chegou, seus olhos custaram a acreditar que realmente era verdade, mas constatou que sua intuição estava certa, ele chegou no exato momento em que duas crianças inocentes seriam dadas em sacrifício naquela noite.
Foi um banho de sangue.
Maksim foi certeiro e matou todos em tempo recorde. A raiva o havia cegado a ponto de não se lembrar dos movimentos que usara para abater os miseráveis. Só caiu em si quando todos aqueles doentes estavam mortos.
Olhou ao redor e viu as crianças encolhidas em um canto, abraçadas e com olhos arregalados. Apenas ali se deu conta que tinham visto tudo.
Tentou se recompor da melhor maneira e andou até onde estavam.
— Oi. Não vou machucar vocês — garantiu, com uma voz contida, tentando soar tranquilo.
O menorzinho o encarou com medo nos olhos.
— Meu nome é Maksim, e o de vocês?
Nenhum deles respondeu e Maksim se sentou no chão.
— Ei, pode confiar em mim, quero levar vocês dois até sua mãe. São irmãos, certo?
Notou de imediato a semelhança dos dois meninos.
— Mamãe — disse o mais novo, caindo no choro. — Quero a mamãe, Pepeu — repetiu, olhando para o irmão mais velho.
Maksim não tinha muito jeito com criança, havia perdido totalmente a habilidade de lidar com eles, mas se obrigou a se esforçar para tal.
— Vamos, eu levo... Vocês — sugeriu, estendendo a mão.
O mais novo, sem pensar duas vezes, foi para o colo de Maksim, abraçando-o.
Aquele gesto o deixou momentaneamente sem ação. Assim que se recompôs, envolveu os braços no pequeno.
Por sorte, o mais velho sabia o caminho de casa e assim que chegaram lá, Maksim avistou algumas viaturas se aproximando.
Despediu-se deles e acelerou para longe, pois a última coisa que queria era explicar algo aos policiais.
Chegou à sua casa e foi tomar banho, pensando naquele menino que o lembrou tanto Aleks. Parecia que aquilo havia servido para reacender a chama da vingança que, por vezes, parecia enfraquecida.
Passou as próximas duas semanas dentro de seu escritório em busca de novas pistas sobre o assassino de sua família.
Naquele meio-tempo, contataram-no para um serviço que ele foi obrigado a rejeitar, pois o único motivo de o idiota querer matar o outro homem era vingança por ter sido traído. Todos estavam cansados de saber que Maksim não fazia aquele tipo de serviço, mesmo assim, entravam em contato, achando que se oferecessem mais dinheiro, ele cederia.
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DEGUSTAÇÃO - Dominando a Fúria - Livro 02
Roman d'amourSe havia alguém que sentia prazer em arrancar o sangue de seus inimigos, essa pessoa era Maksim Vasiliev. Após o assassinato brutal de sua esposa e filho, ele se fechou em seu próprio mundo, não permitindo a aproximação de mais ninguém, e se afundo...