Já haviam se passado dez dias que Amira não tinha notícias de sua amiga Sandy.
Os últimos dias haviam sido tão corridos por conta de uma nova coleção que ela não teve tempo para mais nada, a não ser trabalhar.
Era um domingo e fazia um sol maravilhoso, mas por algum motivo, Amira não estava animada para sair da cama. Talvez fosse a dor de cabeça que todo mês vinha junto com sua TPM.
Morava em um apartamento em um bairro de classe média na cidade de Nova Iorque junto com os pais. Seu quarto era o segundo do pequeno apartamento de setenta metros quadrados e ela gostava muito dele. Apesar de não possuir muito requinte, era aconchegante e familiar.
Os três o conseguiram com muito esforço, através de trabalho duro e diversas abdicações ao longo dos anos. Foi o único patrimônio que juntaram longe da terra natal.
Quando sua loja começou a ganhar visibilidade, Amira planejou morar sozinha, afinal, adorava a liberdade que possuía naquele país, mas seus pais já possuíam uma idade avançada e ela era a única pessoa que tinham no mundo, por isso não teve coragem de abandoná-los. Por fim, acabou desistindo da ideia.
Possuía um bom relacionamento com Omar e Iasmy, mesmo que seu pai ainda fosse um homem muito ligado às raízes culturais e não aceitasse muito bem algumas de suas atitudes, enxergava como algo natural e tinha jogo de cintura para lidar com cada uma delas.
Como Amira tinha apenas 18 anos quando se mudaram para os Estados Unidos, teve uma facilidade maior em se adaptar à nova cultura, diferente de Omar e Iasmy que sentiram muito mais o choque étnico.
Ainda assim, em seu íntimo, sentia uma enorme falta de Arãin. E sabia que com seus pais acontecia o mesmo.
Uma mensagem recebida no celular a tirou de seus devaneios. Era a resposta de Sandy.
Estou bem, amiga, não se preocupe, depois conversamos melhor.
Te ligo essa semana, bjs.Amira deixou o celular de lado e soube que seu dia seria mais tranquilo por causa da resposta da amiga.
Sentou-se, e após ficar alguns segundos se acostumando com a posição, levantou-se.
Fez sua higiene matinal e foi tomar seu desjejum. Não encontrou ninguém na cozinha, visto que não eram nem seis da manhã.
Seu corpo já estava tão habituado a levantar cedo que ele não diferenciava mais o que era dia de semana ou sábado e domingo.
Preparou o café da manhã, já contando que os pais apareceriam nos próximos minutos.
Tinha acabado de finalizar, quando Iasmy apareceu.
— Bom dia, minha filha, nunca perde o costume de acordar cedo, né? — declarou, dando um beijo em sua testa e se sentando ao seu lado à mesa.
— Briga com meu corpo, estarei ao seu lado — respondeu, rindo. — Chegou bem na hora, vamos comer?
— Claro, seu pai deve estar vindo — falou, servindo-se de chá. — Que Allah abençoe sempre essa mesa, olha que maravilhosa.
— Passei no mercado ontem e as frutas estavam lindas, então trouxe algumas.
As duas começaram a comer, enquanto conversavam amenidades.
— Sabe quem vi ontem voltando do mercado?
— Quem? — quis saber Amira, levando uma colherada de iogurte com mel e morangos à boca.
— O Said.
— Hmm... — respondeu sem muito entusiasmo.
— Acho ele um bom rapaz, por que não deu certo mesmo?
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DEGUSTAÇÃO - Destruindo Lações Sanguíneos - LIVRO 03
RomanceUm sheik apaixonado... Seif bin Rachid Al-Abadi, o nome que mudou o rumo de Arãin, um país do Oriente Médio comandado por sua família há diversas gerações. Extremamente dedicado a essa função, o futuro regente do país desejava comandar com a dedicaç...