Capitulo 4

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Adam Greco

— Onde você esteve? — a voz autoritária do Heitor,  é a primeira coisa que ouço, assim que entro no escritório da presidência do banco Greco.

Sentando em seu posto de o dono de tudo, ele me encara com ar interrogador.

— Nem um olá? Um, oi, tudo bem Adam? Nada além de, onde você esteve? Você tá parecendo o nosso pai. — digo.

Me jogo confortavelmente na poltrona, sob o famoso olhar repreensível do meu irmão mais velho.

— Você tem uma família que precisa de você, não pode ficar sumindo, ainda mais agora, — rosna.
— Em primeiro lugar eu não sumi, se fosse assim você não teria conseguido falar comigo.

Ele me olha contrariado e é até engraçado.

Vê-lo nessa posição de chefe já não é mais estranho, no início era difícil de engolir ele nos dando ordens, mas devo admitir que eu não queria estar no lugar dele, são inúmeras responsabilidades, responsabilidades demais.

— Eu vou ter que repetir a porra da pergunta, Adam?
— Eu estava na Alemanha, não finja que não sabe. — admito, pois sei que ele no primeiro dia que me ausentei rastreou meu celular.
— Fazendo? — Ele me olha curioso.
— Descansando...
— Lá não é puteiro Adam. — Fala não escondendo que sabe bem o que eu estava aprontando.
— Polina fofoqueira. Assim você me ofende, que maldade, — Digo pondo a mão no peito.
— Eu falo sério Adam, não quero saber de putas nas nossas casas. É é melhor nosso pai não saber disso, ou você vai ver o que é problema.
— O que faz você pensar que ele já não sabe?
— Eu não sei.
— Eu tenho uma teoria.
— Que teoria? — me encara pouco interessado.
— Aposto que temos um chip bem no nosso crânio e foi ele que colocou após o nosso nascimento, razão essa pela qual ele sabe quando estamos aprontando.

Ele me olha com ar de entediado.

— Fala sério. Como eu disse você não pode simplesmente viajar pra curtir umas putas enquanto sua família precisa de você aqui. Lembre-se disso.

A voz dele parece se distanciar diante da minha  irritação, a irritação que eu venho tentando controlar há algum tempo.

— Adam? — A voz autoritária me traz de volta.
— O que é Heitor? — Minha voz sai áspera, denotando o meu estado sentimental no momento.

Ele larga a caneta e me olha com atenção.

— Qual é o problema Adam?
— O problema? — me sento ereto.
— Sim.
— Eu preciso de um tempo, um tempo Heitor, caramba. — me exalto.
— Tempo?
— Sim. Eu nunca tenho a porra de um tempo, eu não consigo nem ficar uma semana distante, foder umas vagabundas e relaxar. Eu tenho que estar alerta o tempo todo... — suspiro irritado. — Aqui por vocês, sempre à disposição, eu não tenho o direito de viver nada sozinho. Vocês tem suas vidas, suas mulheres e filhos, e... Eu só quero um tempo para mim.
— Eu sinto muito, Adam. — ele diz como se realmente sentisse, me entendesse. —Mas a nossa vida tem um cenário muito simples de se compreender, você sabe disso há muito tempo. Precisa lembrar que só podemos contar uns com os outros.
— Sim eu sei, não repita o discurso.

O que eu posso dizer? Foi bem menos interessante do que eu esperava os dias com as mulheres tagarelas. Talvez expectativas altas façam isso com uma pessoa. Eu ando entediado, me sentindo sem propósito.

Esse sentimento irritante tem me perturbado nos últimos dias. Por quê? Eu não faço ideia.

Uma semana na Alemanha, cercado por companhias femininas variadas, não conseguiu aliviar meu tédio nem desviar minha atenção desse incômodo.

SECRETS: FÚRIA  Vol.4 - 1ª Edição.Onde histórias criam vida. Descubra agora