Capitulo 1

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Adam Greco

Ainda consigo ouvir as batidas ensurdecedoras da música eletrônica, elas parecem ainda ter efeito sobre os meus tímpanos.

Puta merda!

Droga!

Eu não estava esperando, lógico que não. Ser atacado do nada, eu só queria um pouco de diversão.

Que mal poderia haver nisso??

No meu caso, todos os males poderiam acontecer. Eu só estava contando com a sorte, que eu não tive nesse caso. O barulho seco dos tiros, ainda ecoam em minha mente, através da memória recente. Passando a mão entre os cabelos, me movo preguiçosamente sobre a cama. Eu preciso levantar e beber um analgésico, só assim talvez eu me livre dessa dor de cabeça maldita.

Eu sei dos riscos constates de ser quem eu sou... Um Greco. Mas eu precisava relaxar. Eu sou o último solteiro nessa família, amém, e tudo que eu faço é em família, festas, viagens, ah Deus... nunca sair sem a companhia de um outro Greco tá me deixando louco.

Graças a Deus que eu ainda posso trepar sem a companhia de alguém da minha família, mesmo que as vezes em tenha a estranha impressão de ouvir a voz de um deles.

No entanto eu não imaginei que mesmo entrando de forma discreta na boate eu seria atacado. Caralho, eu só queria curtir um pouco, relaxar, dar um tempo de toda essa união familiar, onde eu sou o único sem uma... Ah, não quero pensar nisso.

Sem dúvidas, eu os amo, todos eles, sem exceção. Até mesmo as duas agregadas aprenderam a ocupar um lugar especial em meu coração. Preocupo-me com o bem-estar e a segurança de cada um deles, pois isso faz parte da nossa inquebrantável união familiar. Nosso pai sempre nos ensinou que a família é o mais importante de tudo.

O barulho da maçaneta girando anuncia a entrada de alguém não convidado ao meu quarto.

— Ah, que bom que você está acordado, e eu não vou ter que te sacudir pra isso. — Um Heitor raivoso entra sem bater e falando de forma debochada.

O barulho grotesco da porta batendo ao fechar parece criar um eco torturante nos meus neurônios e isso dói pra cacete.

— Ah, pelo amor Deus tenha piedade da minha cabeça, está doendo, — resmungo.

— Ótimo, bom saber. Se eu não pude dormir, você também não irá. — fala mau humorado e sei bem a razão.

— Quem deu permissão pra você entrar no meu quarto? — questiono já sabendo a resposta que ele vai dar.

— Estou na minha casa, Adam. — usa seu tom usual de arrogância.

— Falou a pessoa que nem aqui queria morar, e agora quer dominar tudo. — resmungo.

— Não tenta desviar a minha atenção, Adam.

— Tem uma chance de você soltar os cachorros em cima de mim somente depois de um banho e quem sabe um café? — pergunto, não custa tentar.

— Caralho Adam, não fode, porra você sabe a merda que fez, e ainda acha que pode ficar de graça. Um funcionário morreu, podia ser você, tem noção do que isso causaria a essa família?

Ele fala se aproximando demais, os olhos faiscando, e uma espuminha quase saindo pela boca.

— Escuta. — Peço.

— O que, Adam? — responde com uma expressão furiosa.

— Só pra você saber, eu tô pelado. — enfatizo a última parte.

— Ahh fala sério, — Resmunga e se afasta.

— Olha eu sei que você tem razão, ok. Tudo o que você venha a dizer está correto, Heitor. Agora podemos encerrar a cessão macetar o Adam? — Tomo o caminho mais fácil, que é concordar incondicionalmente com ele.

SECRETS: FÚRIA  Vol.4 - 1ª Edição.Onde histórias criam vida. Descubra agora