Capítulo 2

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Minha cabeça está explodindo

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Minha cabeça está explodindo.

Quando acordo tenho certeza que algo está muito errado. Eu não deveria acordar.

Porque não deveria estar dormindo.

Sento-me bruscamente, preparando-me para a onda de dor que deve me atingir a qualquer instante, e como nada acontece arrisco uma olhada para o meu braço. Não encontro os tubos ou qualquer espécie de equipamento que estava sendo utilizado e mim, e nenhum medicamento ao redor, exceto uma lembrança deles.

Jura? Um pedaço de tecido? O que pensam que eu sou, uma criança que se distrai com qualquer coisa diferente, colorida, infantil e... Tem um símbolo.

Me pergunto se já o vi em algum lugar, mas não. Impossível. Eu lembraria se tivesse o visto em algum momento, ele é muito bem detalhado. Linhas e círculos formavam uma espécie de gotas em cristal, parecia uma constelação, mas ainda assim diferente. Uma lua. E mais linhas curvas ao seu redor. Uma marcação talvez? Não, eram como códigos. Uma marca.

Rapidamente passo os olhos por toda extensão da enfermaria buscando algo que os lembre, mas não. Nada. Nenhum desenho, nenhum número... exceto pelos aparelhos indicando que estou viva. Preciso de mais tempo, de mais informações.

Ajeito-me devagar à cama enquanto meus olhos fixam-se em um frasco ao lado e logo o reconheci, recebi alimento. Meu estômago vibra ao ver aquela espécie de líquido, logo me veio a mente seu gosto forte, amargo, mas mesmo assim o bebi como se fosse a coisa mais deliciosa que havia ingerido em toda minha vida, apenas para tirar o gosto pior do remédio que experimentei, e obviamente momentos antes de apagar completamente.

Havia sonífero nele?

Passo as mãos pelos meus cabelos. Limpos e secos, assim como todo o resto do meu corpo dentro do uniforme. Nenhum único vestígio de tudo o que aconteceu nas últimas horas, talvez dias já que não sinto dores pelo corpo, a não ser o sentimento de marteladas que sinto em minha cabeça. Se a lembrança dos horrores não estivesse tão viva no meu cérebro, eu diria que fora um pesadelo. Ainda assim, tiraram minhas roupas, lavaram meus cabelos, e em nenhum momento percebi algum toque. Engulo seco, sentindo aos poucos a desconfiança brotar de algum canto escuro e esticar suas garras até a minha mente.

Mas que diab...

A porta se abre com veemência e a médica entra em êxtase, ansiosa para me avaliar, imagino. Por um segundo, parece surpresa ao me ver e depois, antes que eu ao menos tenha tempo para pensar, meus pulsos já estão presos pelas algemas especiais, feitas do mesmo material de minha cela. Vejo suas sobrancelhas se unirem em uma expressão de concentração enquanto identifico o tipo delas. Estas algemas não são como aquelas das quais aprendemos escapar nos treinamentos. Estas aqui foram especificamente criadas para cobaias de alto nível com risco de traição. Se eu tentar me soltar, ela irá perfurar minha pele e liberar uma quantidade absurda de um sedativo que me derrubará em segundos.

The Princess of ExilesOnde histórias criam vida. Descubra agora