Ela levou a mão a porta, girando a maçaneta devaga, passando por ela enquanto ouvia um som de protesto e ela precisou erguer o olhar para ver de onde vinha, apenas para ver Daryl a olhando o peito a mostra, sentado em sua camada.
– Achei que fosse dormir com ele – Daryl esclareceu, não exatamente irritado, mas havia um resquício daquela discussão.
– Na cama de casal? – ela franziu a testa, fechando a porta enquanto suspeitava sutilmente. – Tendo um beliche? – ela questionou, dando alguns passos vagarosos para perto do homem enquanto analisava-o. – Por que eu faria isso? – ergueu uma sobrancelha, deixando a câmera sobre um dos móveis enquanto dava de ombro. – Ah, qual é, você acha mesmo que eu ia perder a oportunidade de dormir com tudo isso aqui? – ela perguntou, apontando sutilmente para o corpo de Daryl antes de se sentar ao seu lado, dando uma risada divertida enquanto o homem balançava a cabeça negativamente. – Qual é, Daryl, você sabe que eu nunca ficaria longe de você – ela riu, tombando a cabeça para o lado, recostando-a sobre o ombro nú do homem.
Daryl remexeu o corpo brevemente, como se estivesse desconfortável ou talvez não esperasse aquele contato, um suspiro trêmulo passando por seus lábios. Ele curvou os lábios e sua mente piscou sobre o sorriso de Elly. O sorriso que ela havia dado a Negan mais cedo.
– Você quer fazer algo imprudente? – ele perguntou, a voz baixa e rouca como sempre, ainda mais grave do quê de costume e ela apenas remexeu um pouco sobre ele, antes de curvar os lábios.
– Tipo o que? – ela perguntou baixo e ele levou o olhar até ela, recostada sobre seu ombro, os olhos a frente, brilhando, como se visse algo que ele não pudesse ver, como se houvesse algo nela que ele não pudesse entender.
– Ir em um lugar – ele disse, a voz tão baixa que parecia um sussurro jogado ao vento.
– Com uma horda por aí? -ela perguntou, no entanto, não se moveu. Parecia confortável de mais ali, o calor de Daryl muito próximo a ela, muito aconchegante, o som de sua respiração baixa e ritmada, o peito subindo e descendo devagar.
– Eu disse que era imprudente – ele respondeu, exalando uma breve risada enquanto ela erguia o corpo, um frio se instalando quase imediatamente onde suas peles se tocavam, antes de voltar o olhar para ele, os olhos intensos e muito vivos, como uma ansiedade silenciosa passando por eles.
– Você sabe que eu toparia ir pro inferno com você – ela riu, dando de ombros, antes de voltar o olhar para ele.
– Que lugar é esse? – ela perguntou, um pouco baixo demais, estreitando-se atrás de Daryl que puxava silenciosamente uma das portas.
O lugar parecia uma loja antiga, como um bazar não bem frequentado, mas parecia limpo, como se ninguém tivesse morrido ali dentro para se transformar em um caminhante.
Ela sequer precisou esperar a resposta do homem, a porta se abrindo a sua frente. Estava escuro, e ela não pode ver muita coisa, no entanto, pode ouvir os passos de Daryl e apenas o seguiu. Ela não soube ao certo o que ele estava fazendo, no entanto, um flash incomodo aos olhos, as luzes se acenderam, e alguns barulhos ecoaram.
Ela demorou para conseguir se ajustar.
Os olhos vagaram pelo lugar, a mente processando aquilo, os lábios se entreabrindo enquanto vislumbrava muito atentamente aquilo, quase como uma miragem.
– É um cassino clandestino – Daryl informou, enquanto ela ainda vislumbrava o lugar om muita atenção, encantada.
– Não fode – ela sussurrou, ainda em transe e Daryl pode apenas exalar um sorriso. Ele sempre gostava de admirar aquele olhar, sempre que ela parecia tão intensamente perdida e encantada com algo, como se todo o mundo fosse uma nova descoberta atrás da outra para ela.

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O Peso dos Seus Pecados
Romance[Trailer disponível] Quando Elly conheceu o povo de Alexandria, ela sentiu-se em casa tão rápido que forá quase assustador. Era como um maldito paraíso, havia liberdade, e boas pessoas, e a forma com que ela podia deixar-se levar e sentir tão bem co...