6. Nós

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Apareci!

Não quero lotar vocês de desculpas, sei que demorei e me sinto péssima com isso, mas eu to num processo difícil de finalização do meu TCC e tem dias que são mais difíceis que outros... enfim, espero que me entendam e não me abandonem.

Boa leitura, meus amores! Amo vocês!

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Sejamos nós, sem amarras e sem nós...

10 horas antes...

— Aí eu fui no Jet Ski, voinha, e foi muito rápido assim. Fui três vezes! — Isabelle tagarelava na mesa antes de enfiar uma colherada de cuscuz na boca. Dona Fátima arregalou os olhos, olhando para a neta ao seu lado.

— E foi, é? E tu não ficasse com medo, não? — retrucou.

— Que nada! Foi muito divertido!

Dona Fátima levantou a cabeça e encarou a filha sentada em frente à ela no outro lado da mesa. Juliette estava mais dormindo do que acordada enquanto balançava sua xícara de café.

— E tu deixasse, Juliette?

A morena finalmente ergueu os olhos e encarou a mãe de volta. 

— A senhora queria que eu fizesse o quê? Era Bela mais Preto me aperreando pra andar no raio daquele Jet Ski. Deixei, né. Se não pode com eles, junte-se a eles — deu de ombros antes de tapar a boca para cobrir um longo bocejo. Uma rápida olhada no celular em cima da mesa lhe mostrou que havia acabado de dar nove da manhã.

O passeio de lancha havia sido muito divertido, porém extremamente cansativo e eles só voltaram para casa à noite. Depois de muitas horas na água e sob o sol quente, o corpo pedia arrego, e junte isso ao fato de terem bebido durante toda a tarde, naquela manhã de segunda-feira Juliette sentia uma leve dor de cabeça e um sono fora do comum.

Depois de sorver mais um pouco do café, a morena voltou a encarar a mãe e Dona Fátima lhe dava um olhar inocente.

— Que foi, hein, mulher? Que cara é essa?

— É que ouvindo a Belinha falar do passeio, me bateu uma saudade da minha motoquinha que eu tinha lá em Campina Grande...

— Lá vamos nós — revirou os olhos de forma brincalhona.

— Bem que aqui eu podia ter uma motoquinha também, tu não acha? Uma pop.

— E a senhora vai aonde de pop, hein? — Juliette ergueu uma sobrancelha, tentando manter a expressão séria.

— Andar aqui dentro do condomínio mermo. Dá uma voltinha, vê as paisagens...

— Ô, meu Deus — agora foi impossível segurar a risada. Juliette se voltou para Priscila, que tomava café da manhã na outra ponta da mesa. — Ó essa agora, Priscila. Inventando moda uma hora dessa. Imagina tu mainha de moto nesse Rio de Janeiro.

— É perigoso moto aqui no Rio, dona Fátima. Né igual lá em Campina, não. Aqui o trânsito é caótico.

— Mas eu nem vou no trânsito, é só por aqui mermo pertinho de casa. 

— Num invente, não, mainha. Pelo amor da misericórdia — Juliette ria enquanto falava, mas sua voz demonstrava seriedade. Tinha medo só de imaginar sua mãe em cima de uma moto, principalmente depois do AVC que a senhora havia tido algum tempo atrás. Levantando os olhos de seu prato, viu a mulher mais velha erguer os ombros enquanto apoiava os braços na mesa e fazer uma expressão contrariada. Suspirou. — Se a senhora quiser, a gente pode arrumar uma bicicleta. Acho mais seguro e também pode pedalar aqui pelo condomínio.

Pedras no Caminho - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora