10. Peito aberto

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Não é uma miragem!!! To de volta!!! E agora, finalmente, com TCC defendido e aprovado! To livre!!!!

Esse capítulo contém emoções fortes. No anterior tivemos um mimo e um respiro, mas nem tudo na vida são flores e momentos lindos, e a realidade ela não bate na porta, ela esmurra. Acho que o título da fic pode dar uma ideia kkkkkkkkkkkk

⚠️ Alerta: gatilho para crise de ansiedade. 

Sem mais delongas, boa leitura!

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Se o mundo lá fora faz escândalo, que aqui dentro sejamos calmaria. 

Quando Juliette abriu os olhos na manhã seguinte, a primeira coisa que sentiu foi uma dorzinha latejante na cabeça. Agora era assim toda vez que inventava de beber nem que fosse um pouquinho. Seu corpo parecia ter perdido o costume nos últimos meses e algumas taças de vinho durante um jantar pareciam se potencializar como se tivesse tido uma noite inteira de bebedeira.

A boca seca também era um lembrete desagradável da sensação de ressaca, e com um rápido olhar na mesa de cabeceira, gemeu desgostosa ao perceber que havia esquecido de trazer a garrafinha de água para o quarto.

No entanto, a dor de cabeça e o corpo pesado não foram as únicas coisas que sentiu. Apesar do frio que fazia da típica manhã de inverno, seu corpo estava quente graças ao braço em volta de sua cintura e ao calor que emanava em suas costas. Juliette estava deitada de lado, virada para a porta da varanda do quarto, e atrás dela podia sentir a respiração leve bater em seu ombro nu. As recordações da noite vieram em uma única enxurrada e trouxeram, também, um sorriso ao seu rosto amassado de sono.

Apesar do incômodo causado pela bebida, o que prevalecia era um sentimento gostoso de felicidade. Mas não era euforia, era mais como calma e tranquilidade. Algo perto de paz. Estar nos braços de Sarah era algo que sentiu vontade há muito tempo e teve que se retesar, se manter racional e não se entregar aos seus desejos. Eram muitos olhos sobre elas e havia coisas em jogo que podia colocar tudo a perder. Porém, ali na intimidade do seu quarto, embaixo do edredom quentinho depois de uma noite incrível de permissão e entrega, Juliette se deixou relaxar e aproveitar, se permitiu saciar o desejo reprimido por meses. Se permitiu sentir e viver o momento.

Se aconchegou melhor ao corpo de Sarah e suspirou em contentamento.

Era domingo e Juliette costumava tomar café da manhã com a família, mas a vontade de sair dali era quase inexistente. Sarah parecia dormir profundamente ainda, e a morena temeu que ela se retraísse a um casulo de proteção ao acordar. De repente, teve receio da reação de Sarah e pediu aos céus que a loira não fugisse. Juliette não sabia se poderia suportar aquilo, mas entenderia se fosse o caso. Queria muito Sarah ali com ela, mas se importava o suficiente com os sentimentos dela também, e principalmente, a respeitava.

Tiveram um momento maravilhoso, Sarah esteve entregue a ela, mas não sabia por quanto tempo ela ainda estaria ali de corpo e alma.

Não podia fingir que o medo não existia. Sarah, às vezes, era como um livro transparente, mesmo que tentasse reprimir os sentimentos e escondê-los atrás de uma faceta. Mesmo que não gostasse de falar sobre eles, Juliette os lia em seus olhos hesitantes ou na forma rápida de gesticular. Seria muita presunção de sua parte afirmar o que Sarah estava sentindo, porém não era difícil enxergar uma insegurança ali. E a brasiliense mesmo havia deixado claro que aquele sentimento era novo e fora, muitas vezes, reprimido, porque parecia mais fácil assim.

Então, infelizmente, Juliette ainda tinha receios. Era horrível a sensação de não saber o que esperar, mas, ao mesmo tempo, estava disposta a estar ali e entender Sarah. Estava disposta a ouvi-la e respeitar seus sentimentos. Tentaria, porque sentia vontade e não queria desistir, mas se fosse algo que Sarah não estivesse pronta, não seria Juliette a pessoa a prendê-la.

Pedras no Caminho - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora