Nova moradora

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    O ar fresco atingiu seu rosto com força, fazendo seus cabelos voarem direto até seu rosto, atrapalhando sua visão.
    A cidade de WestRan a recebia com um clima frio e seco, típico de inverno, fazendo-a tremer por inteiro dentro de seu grande casaco.
    Celine, que agora deveria ser conhecida apenas como Casey, havia pousado na cidade antes das 10 horas da manhã, e ela ainda não sabia dizer se o voo ter sido rápido era um ponto positivo ou negativo.
    Ela queria ter tido mais tempo para se preparar.
    Mas, possivelmente, se o voo fosse mais longo, Celine teria jogado uma criança — que não parou de cutucar o seu assento e chorar em seus ouvidos — pela janela.
    Era um crime a menos em seu histórico.
    Deixando aquela hora dentro de um avião para trás, Celine observou a fumaça esbranquiçada sair da sua boca quando ela suspirou ao ver o aplicativo do Uber não sair da aba "procurando por um motorista".
     Mais uma vez esse estresse.
    A faculdade federal de WestRan ficava há 30 minutos de carro do aeroporto onde ela se localizava, enquanto a casa compartilhada que escolheu morar ficava há, mais ou menos, uns 20 minutos, que era exatamente para onde ela estava tentando ir.
    Ela viveria com outras 3 garotas, Olive, Amelia e Aisha.
    Se não teve uma falha na memória, eram esses os seus nomes.
    Na rápida entrevista virtual que tiveram, elas pareciam ser simpáticas e fáceis de conviver. Celine as havia encontrado em um anúncio no Facebook... Seguro? Não. Mas ela decidiu correr o risco. Era barato.
    Certo, ela nunca diria essa frase em voz alta, afinal, havia assistido filmes de terror o suficiente para isso, mas o que de ruim poderia acontecer?
    O vibrar de seu celular a arrancou de seus pensamentos, era um aviso do Uber, haviam aceitado sua corrida, finalmente! A jovem não imaginava que fosse demorar 10 minutos para conseguir um em frente ao aeroporto.
    Hoje esse aplicativo não estava indo com a sua cara.
    Ela quase beijou a lataria do carro cinza quando ele parou perto de onde estava aguardando, bastando uma única olhada para a placa do automóvel antes que abrisse a porta e ouvisse um "Casey Parker?".
    Uma frase simples, mas que a acordou com a mesma rapidez de um balde de água fria sendo jogado em sua cabeça, porque ela percebeu, como se fosse um clique acendendo em cima de sua cabeça.
    Agora ela não tinha mais volta.

    Agora ela não tinha mais volta

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A casa era bonita.
Tinha dois andares, quatro quartos, sala, cozinha e dois banheiros — um em cada andar.
Assim que ela tocou a campainha mais cedo naquele dia, uma Olive sorridente abriu a porta, ela era como a Alegria de divertidamente, dando um grande — e apertado — abraço em Celine antes de se adiantar em pegar uma das grandes malas.
    Seus olhos era pequenos e puxados, devido a sua descendência asiática e suas bochechas abraçavam um sutil tom avermelhado.
    — Estávamos esperando você. — ela constatou, ainda sorrindo — Venha, entre, pode deixar suas malas aqui na sala mesmo, Aisha e Amelie estão ansiosas para te conhecer, elas estão na cozinha.
    Olive parou de repente, como se tivesse levado um choque e foi diminuindo o som da sua voz quando disse: — Tenho certeza que Aisha tá tentando colocar fogo em algo.
    Seu ritmo natural era rápido, ela mal respirava ao falar, como se sua cabeça estivesse com um turbilhão de pensamentos que precisavam ser jogados para fora, o que fez Celine se sentir - estranhamente - acolhida.
    Elas iriam se dar bem.

Enquanto o Amor DurarOnde histórias criam vida. Descubra agora