Prólogo

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Rothkalina, o Reino dos Demônios da Ira em épocas passadas.
Camila Cabello encontrou acidentalmente os corpos sem cabeça de seu pai adotivo e dos
primeiros irmãos, os três mortos em uma defesa desesperada de sua casa. Seus restos cobriam o
solo perto de uma seção demolida das barricadas ao redor de sua granja. Camila reconheceu o
massacre sem piedade como o labor de aparecidos, criaturas cadáveres enviadas por Omort o
Imortal, o inimigo mais temido de seu reino. Estremeceu com incredulidade, aturdido, sua mente
se negando a aceitar isto...
As garotas.
Como um tiro, se deslocou até um montículo na concha ardente da casa da família. Suas
irmãs mais novas poderiam ter escapado para o bosque. Com o coração trovejando, procurou as
ruínas, rezando para não encontrar nada dentro. O suor corria por seu rosto e em seus olhos, se
misturando com a sujeira de cinza e fuligem. Na área onde deveria estar o forno, encontrou o que
restava de suas irmãs mais jovens. Tinham sido queimadas, enquanto ainda estavam vivas. Seus
músculos tinham se contraído por causa do calor, seus pequenos corpos aconchegados no chão.
Cambaleou para fora, dando arcadas até que sua garganta estava ardendo. Ninguém tinha
sobrevivido. Passou o antebraço no rosto, ele cambaleou para um velho carvalho, se afundando
abaixo dele. No espaço de um dia, tudo o que tinha amado no mundo estava morto. A ameaça de
Ormot tinha rondado sobre a terra durante décadas, contudo, o mago escuro tinha escolhido este
momento para atacar. Camilatemia que soubesse o porquê. Culpa minha. Cobriu a cabeça com
as mãos. Tudo isso é obra minha.
Para a maioria dos que o conheceram, Camila era uma simples camponesa, com poucas
preocupações. Contudo, tinha nascido uma príncesa e era a única herdeira de seu trono. Tinha
recebido a ordem de retornar ao Castelo de Torin para defender a capital. Camila tinha
desobedecido. O que controla Torin controla ao reino...
Aço fresco de repente se apertou contra o pescoço de Camila. Olhou para cima sem
interesse. Um demônio tinha se escondido atrás da árvore, e agora tinha baixado até ele. Um
demônio da Ira.
— Meu mestre disse que você retornaria. - o espadachim disse. Pelo olhar de sua arma e
túnica, ele era um assassino despachado por Omort. Um traidor para sua própria espécie.
—Acabe logo com isso. - sussurrou Camila enquanto um fio de sangue emanava da ponta
da espada. Nada tinha importância agora. - O que está esperando?
Sem prévio aviso, uma flecha se incrustou no pescoço do assassino, ele deixou cair sua
espada e se agarrou inutilmente a esta, na tentativa de arrancá-la de sua pele, enquanto Camila  o
olhava desapaixonadamente. Quando o demônio caiu de joelhos, seguia puxando sua flecha, uma
tropa da cavalaria se aproximava. O dirigente, vestido com uma armadura leve, levava um
capacete negro notoriamente temível. Era o rei Dinah, líder de todos os demônios da raiva.
Irmão de sangue e verdadeiro de Camila. Dinah tirou o capacete, revelando seu rosto com
cicatrizes de batalha. A maioria que via esta visão se enfraquecia com o medo.
O ressentimento transbordou nas veias de Camila. Sua mente voltou a última vez que tinha
visto Dinah, quando Camilatinha só sete anos. Como herdeira de sua irmã, que tinha sido
separada da família real, há doze anos, para viver escondida no anonimato longe da tão específica
Tornin. Ela recordou do desterro precipitado sobre ela... Quando o carro de Camila tinha se
distanciado, Dinah, que tinha sido mais que uma Oppa  pare ela, tinha estado com os ombros
eretos, seu rosto inexpressivo. Camila recordou se perguntando se sua irmã tinha se
preocupado alguma vez por ela ir. E o rei não perdeu o fôlego para saudar a sua irmã mais
nova , nem se incomodou em desmontar.
—Eu demandei sua presença em Tornin.
Para que atuasse como regente, enquanto Dinah  tinha viajado fora em defesa contra a
agressiva Horda de vampiros.
—Contudo, se negou a voltar com minha guarda? - Dinah disse com dureza. – E logo se
evadiu deles como um covarde?
Camila não tinha evadido aos guardas por covardia. Sua família adotiva tinha sua lealdade
em primeiro lugar, e tinha necessitado sua ajuda. Porque sabia ler e escrever e podia se
teletransportar, Camila era a escolha natural para ir buscar ajuda longe e disseminar a praga nos
cultivos da zona. E ninguém tinha suspeitado que verdadeiramente Omort atacasse.
—Veio me matar por isto? – Camila  perguntou com tom indiferente.
—Deveria. – disse R
Dinah. – Fui informada sobre isso.
O olhar de Camila oscilava entre os funcionários de confiança de Dinah, olhando para
ele com hostilidade mal disfarçada.
—Você foi taxado como covarde. E não só por nossos inimigos.
—Não sou uma covarde. Não era minha vida, eu dificilmente o reconheço como minha
família.
—Nada disso importa. Era seu dever estar ali. - disse Dinah. – O castelo estava sem um
líder. Omort se aproveitou e lançou sua rebelião, ele enviou este flagelo por todo o país. Ele
tomou o controle de Tornin. Possui minha coroa.
—Eu não perdi sua coroa por causa de uma decisão. Não é uma coisa tão simples. - disse
Camilq , embora suspeitasse o contrário.
—Assim é. As marés da guerra podem ser influenciadas por uma palavra, um ato, inclusive a
ausência de um líder na fortaleza de um reino.
Se fosse verdade, então as pessoas queridas para Camila ainda estariam vivas.
—Me permita explicar isto a você. - Dinah  ladrou. – Uma  rainha  sem filhos, sai para se
defender de um ataque surpresa, e sua única  herdeira, a última descendente varão de sua linha,
repudia suas responsabilidades. Não poderíamos ter apontado mais claramente nossa
vulnerabilidade.
Camila  secou o sangue na garganta.
—Não era minha coroa, nem minha preocupação.
Com seus dentes afiados pela agressão, Dinah desmontou. Ela puxou sua espada
enquanto avançava para Camila, a levantou e se mostrou surpreendida quando Camila se negou
a revidar. Porém sua irmã não entendia, Camila  deveria estar morta aqui. Não tinha nada a
perder.
Camila não se moveu, nem piscou, quando a espada desceu. Um brilho de interesse surgiu
nos olhos de Dinah quando ela decapitou o assassino atrás de Camila .
—Quer vingar a morte destas pessoas, irmã?
A ira encheu o peito de Camila ante a idéia, a determinação brotou em seu interior. Ela
falou: - Sim. Quero matar Omort.
—Como espera fazer isso sem treinamento?
A existência pacífica de Camila a tinha deixado mal preparada para a guerra.
—Se me treinar, eu não me deterei até que tenha a cabeça dele. - prometeu. – E uma vez
que o faça, vou arrancar a coroa dela e devolver a você.
Depois de um longo silêncio, Dinah  disse:
—Uma vida conduzida pela vingança é melhor que uma vida conduzida por nada. – Voltou
para seu cavalo, dizendo por cima do ombro. - Nós acamparemos na floresta esta véspera. Cuide
de seus mortos, e então me encontre lá.
Camila  o faria, porque ela queria destruir Omort. Porém também queria se redimir de seu
fracasso.
Devido a sua decisão de dar as costas a seus parentes de sangue, Omort controlava
Rothkalina e a família adotiva de Camila  estava morta. A vingança e a redenção. Camila não
podia fazer uma coisa sem a outra. Contudo, quando Dinah  em seu cavalo e seus soldados
olharam para Camila  com uma expressão de ódio, misturado com desgosto. Eles claramente
pensavam que Camila  devia morrer. Seria melhor se acostumar com esse olhar, pensou. Inclusive
com sua pouca idade, sabia que a estaria vendo pelo resto de sua vida.
Ou até que conseguisse a coroa....

Desejo Sombrio depois do anoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora