Capítulo 4

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        O calor da Florida definitivamente é assustador, tá certo que minha antiga cidade era bastante quente, porem havia arvores, aonde de certa forma deixava o ar mais agradável. Aqui em Jacksonville, a arvore mais próxima é um arbusto no meu jardim, que é basicamente do meu tamanho. O ar-condicionado  da casa ainda não funciona, segundo o meu pai, a equipe técnica chegará apenas depois do final de semana, enquanto isso, fico na piscina.

       Minha mãe já está toda animada com o jantar de hoje a noite, ela convidou os Smith's para jantar em casa, e está certificando que tudo fique lindo. Inclusive, hoje de manhã queria me levar ao shopping para comprar um lindo vestido, mas pela minha sorte, ela conseguiu salão no mesmo horário, então não precisarei passar por essa tortura. 

       Tyler está todo animado com os novos amigos, o mesmo chamou eles para vir ontem a noite aqui, eles são legais, tirando o mais alto, Denver, um completo babaquinha que me lembra o Mike da minha escola, o Líder da turminha perdição, eu odeio ele com todas as minhas forças. 

Mike era um jogador de futebol da escola, todas as meninas eram apaixonadas por ele - inclusive eu -, ele era o padrão inalcançável, o deus grego aonde até as professoras eram apaixonadas por ele. Até chegar no segundo ano quando ele fez o favor de criar um apelido um tanto provocador para mim, o que para ele poderia ser uma bobeira, ou até uma piada, algo insignificante, para mim foi o terror, desde então meu ensino médio foi ladeira abaixo.

        Graças a minha vinda para Jacksonville, não irei mais o vê-lo, nem ele, nem aquele bando de boiada que o seguia, junto com Dakota, a vaca perua do High school. Que por minha sorte nem olhava para mim.

   Resolvo ir dar um corrida pelo condomínio, segundo Tyler, aqui perto tem um lindo parque, subo para meu quarto e coloco minha roupa de ginastica, prendo meus cabelos e coloco o fone, então coloco na playlist aleatória do meu spotify e começo a correr.
Conforme ia correndo, pude observar a vizinhança, via muitas crianças brincando de bola nos jardins, jovens andando de skate e bicicleta na rua, coisas que aonde eu morava era raro, já que meus vizinhos eram idosos ou trabalhavam o dia todo.
Mais a frente, encontro o parque que meu irmão havia mencionado, era mais uma praça com uma fonte e bancos, tinha árvores centrais e um grande espaço com grama. Vou até a praça de pedrinhas, observando a fonte que era redonda e branca, e havia um chafariz esguichando água, e ali havia um nome, Coronel Montegomery, quem será que é?! Dou de ombros então vou para o gramado a procura de uma sombra, então percebo que tem um cachorro correndo em minha direção.

 Oh céus, ele vai me derrubar? sim, ele vai! 

Saio correndo então parece uma corrida totalmente sem nexo, é claro que o cachorro ia me derrubar, escuto um "Não corre, é pior" então tropeço em meus pés e o cachorro pula sobre mim, ele está segurando uma especie de disco, todo babado e solta próximo ao meu rosto, me sento e o mesmo deita sobre meus pés, ele é a coisa mais fofa! Bruto, mas fofo. Eu poderia ficar com raiva por ter me derrubado, mas ele estava querendo brincar e não sou tão mal amada em não querer brincar com um cachorro. Faço carinho em sua barriga e o mesmo se mostra divertido.

__ Buddy, que coisa feia pular nas pessoas!! - fala um moço chegando próximo de nós, logo o cachorro senta olhando para o mesmo - Me desculpa por isso, ele é um tanto estabanado.

então fico em pé encarando o moço, logo pude perceber que se tratava do meu vizinho, o mesmo que me viu de biquíni, o mesmo que me irritou e o mesmo que eu vi fazendo churrasco... É claro, como fui burra! O Buddy é o mesmo cachorro que estava pulando nele.

__ Oh, vizinha! - fala ele soltando um sorriso de lado 
__ Oi... - falo ajeitando meu cabelo
__ Hoje eu e minha família iremos na sua casa, não é?! - fala o mesmo mandando um sorriso
__ É... Minha mãe achou necessário isso.
__ Resolveu sair do seu castelo? - fala o mesmo mudando de assunto
__ Que? - falo levantando a sobrancelha, não entendo  aonde ele queria chegar
__ Digo, nunca te vi na rua, achei que teria que vir um príncipe te libertar da torre - fala o mesmo cruzando os braços - ah, e você deveria usar biquíni mais vezes

quem ele pensa que é? Ar autoritário, cheio de "razão" ? Quem ele pensa que é para mandar o que devo vestir?

__ Quem você pensa que é para falar assim comigo? - falo então seu cachorro da um latido chamando nossa atenção - Viu? Seu cachorro tem mais caráter que você!
__ Ele não disse nada - ele fala então viro de costas e começo a andar - te vejo no jantar, vizinha! - fala como se achasse graça, então viro para o mesmo mostrando o dedo do meio, e então, só escuto sua risada depois.

COM AMOR, LOVE.Onde histórias criam vida. Descubra agora