Capítulo 5.2

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ANNABETH

Não consigo me acostumar com o local.

Observei o quarto ao meu redor e eu não conseguia acreditar que ia morar aqui pelos próximos cinco meses, era meio... Irreal? Caro? Chique demais para o meu bolso? Eu estou completamente no modo: Não me acostumo como Perseus é rico. Quero dizer, ele é um ano mais velho que eu e milionário enquanto eu estava me fodendo para pagar minhas contas. Não sei se é injusto ou não, ele fez por merecer até certo ponto. Se excluir a personalidade, como ator ele merece, mas como pessoa... Ah, cara, eu preciso mesmo parar de falar tão mal dele mentalmente ou vou acabar deixando escapar. O problema era só descobrir como implicar um pouco menos ou então descobrir um talento para atuação que esteve enterrado dentro de mim.

Comecei a arrastar as caixas em direção ao closet e abri algumas delas, puxando as fitas que fechavam as caixas e comecei a pegar minhas coisas de dentro das caixas e devo admitir que Rachel não estava muito errada, eu realmente vivo de jeans e camisetas de banda. Mas não me incomodava realmente, é algo que não me incomodou durante a minha vida, então simplesmente comprava algo novo quando alguma rasgava ou manchava e se tornava inviável de utilizar. Por isso, não demorei muito tempo organizando as coisas, até porque não eram tantas.

A parte que eu realmente demorei de organizar foi o mural de fotos, eu o coloquei preso no lugar de um quadro que eu não fazia ideia do que significava, era abstrato. Me custou mais de uma hora reorganizar as fotos, mas fiquei bem satisfeita com o resultado. Não era impecável a forma que eu organizava mas ter alguma coisa familiar naquele quarto completamente estranho. Andei em direção ao banheiro com as coisas de higiene pessoal e organizei maquiagens, produtos de skincare e outros pela bancada, colocando o difusor no canto, enchendo o mesmo com essência de lavanda-francesa.

Suspirei e me encostei contra o balcão, observando minhas coisas naquele lugar. Ainda parecia onírico que eu havia aceitado, na verdade, era estranho que ele ia me pagar para ser a namorada dele. Ele estava muito desesperado e eu estava dura para um cacete, então digamos que é uma posição difícil não aceitar, ainda mais quando ele me mandou mensagem insistindo no assunto, foi meio inesperado ele insistir depois que eu disse com todas as letras que não iria aceitar.

As batidas na porta me arrancaram de meus pensamentos e eu disse para entrar, saindo do banheiro prendendo meu cabelo em um coque alto e notei ele observando o quarto por um momento antes de olhar em minha direção e depois passar direto por mim, entrando no closet. O que ele ia fazer ali? O segui apressando meus passos para conseguir entrar ao mesmo tempo que ele.

— Você precisa de roupas novas — observou, cruzando os braços enquanto olhava o closet.
— Não preciso nada — respondi, mordendo o interior da minha bochecha e ele simplesmente me encarou como se eu não soubesse do que estava falando.

— Vou chamar minha stylish. — Babaca. Cruzei meus braços sobre meu peitoral o encarando e percebi o momento em que ele suspirou e olhou em minha direção, se encostando contra a parede do cômodo e apoiando as mãos contra as próprias coxas. — Chase, aparência é importante no meio.

— Você não vai opinar nas minhas roupas, prefiro sair nua — resmunguei, apertando meus braços ao meu redor e percebi ele revirar os olhos, exasperado.

— Porra, escuta — reclamou. — Eu não vou opinar nas merdas que você vai vestir, mas a minha stylish vai. Ela não vai te colocar para vestir nada que você odeie, Reyna não é assim. Ela vai olhar como você já se veste, pegar suas medidas e fazer uma seleção de roupas, apenas.

O observei descruzando os meus braços e suspirei, mordendo o interior da minha bochecha enquanto ele me observava em silêncio, provavelmente esperando alguma reação da minha parte e eu assenti, apoiando as minhas mãos em minha nuca.

— Tudo bem, certo, que dia eu vou precisar fazer isso? — perguntei.

— Vou mandar mensagem, como já está de noite vou pedir que ela venha amanhã — explicou, antes de erguer uma pasta que eu não havia reparado que estava em suas mãos até então. — Aqui está o contrato, as duas cópias, assine ambas e uma fica com você e outra comigo, pode ler o quanto quiser e se quiser mudar algo avise logo. Me devolva até amanhã.

Peguei a pasta de suas mãos e senti meu estômago arder ao tocá-la, eu ainda estava com um pouco de medo do que estava fazendo. Eu tentei não pensar muito no assunto mas esperava não ter o nível de fama de Perseus com isso, seria legal só reconhecimento suficiente para ter boas apresentações, mas o modo como as pessoas perseguiam a vida dele... Era um pouco assustador, então tentei não pensar muito a respeito, para não desistir depois de perceber que eu estava assustada demais para continuar. Eu não podia fazer isso.

— Ah, você pode excluir os tweets antigos da sua conta? — Ergui meu olhar para ele, unindo um pouco minhas sobrancelhas. — Eu não sei o que você andou falando nas suas redes sociais nos últimos anos, é melhor apagar tudo para não correr o risco de te perseguirem por alguma fala problemática. Página em branco, lembra?

Assenti, ele tinha razão nesse ponto. Eu realmente não queria ser, sei lá, cancelada por ter feito absolutamente nada.

— Tudo bem, posso fazer isso.

— Tem alguma coisa que eu preciso comprar? — Arqueei minhas sobrancelhas o olhando e ele cruzou os braços, levemente emburrado. — Comida, alguma necessidade básica, eu morava sozinho, nunca pensei nessas coisas e não quero você dando um chilique por não ter alguma coisa que você precise.

Ah... Uau. Não esperava por isso, o olhei desconfiada, analisando sua atitude antes de arriscar perguntar algo que talvez o irritasse se eu estivesse errada.

— Alguém pediu para você me perguntar isso? — Ele me olhou e deu risada, erguendo os próprios ombros antes de me responder.

— Tão óbvio assim? — Revirei os meus olhos e comecei a andar em direção ao quarto, saindo do closet e me sentando na cama, deixando a pasta com os documentos ao meu lado.

— Mais alguma coisa? — perguntei, quando ele saiu do closet com as mãos nos bolsos do moletom verde água que ele estava usando. Ele negou com a cabeça. — Framboesa.

— Como?

— É o que eu gosto de ter em casa, framboesas. Compre o quantas caixinhas quiser, normalmente dou conta — expliquei, cruzando minhas pernas em cima da cama e ele assentiu lentamente, me analisando antes de rir e andar em direção à porta. — O que foi, Perseus? — resmunguei e ele me olhou por cima do ombro, com o olhar de babaquinha dele.

— Nada, é que eu conheço uma pessoa que gosta de framboesas, foi engraçado. — Quem? — Não é da sua conta, boneca. Ah, mais uma coisa, pode me chamar de Percy — pediu, ou mandou, o tom dele era tão autoritário que era difícil dizer o que ele pedia para eu fazer ou o que ele mandava eu fazer.

— Por que eu deveria fazer isso mesmo? — perguntei, apoiando minhas mãos contra o colchão e ele suspirou, se munindo de paciência. Sorri com aquilo, esse seria meu entretenimento nos próximos meses, irritá-lo o máximo que eu conseguir.

— Porque ninguém do meu ciclo próximo me chama de Perseus — ele debochou. — E sim de Percy, é meu apelido.

— Hm... Ok — respondi, me deitando de barriga pra cima na cama e peguei a pasta com os documentos. — Até amanhã, Perseus.

Ele não me respondeu de novo antes de sair do quarto e fechar a porta em seguida. Dei risada baixinho e me virei de barriga para baixo, começando a ler o contrato que apresentava as condições e direitos do nosso namoro falso.

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2022 ⏰

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