Capítulo 1.2

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ANNABETH

Senti minhas costas baterem contra o chão no momento em que senti meus pés escorregarem na poça de água que havia sido feita por uma goteira do meu teto. Respirei fundo para recuperar o fôlego que havia sido soprado para fora do meu corpo devido ao impacto e me sentei, fazendo careta para a dor em minhas costas antes de me levantar.

Observei minha tartaruga de estimação ficar de barriga para cima no próprio aquário e dei risada, que animalzinho bobo. Passei minhas mãos pela malha da minha legging e sorri para Gene Kelly, ou Geneco para os mais íntimos, o virando de barriga para baixo de novo e acariciando a cabeça dele antes de olhar em direção ao relógio e arregalar os meus olhos, me dando conta que eu estava perigosamente perto de me atrasar.

E de atrasada já não basta a porra da mensalidade, eu sei que Afrodite está fazendo o melhor para me dar um prazo maior esse mês mas está, em poucas palavras, foda.

E o trânsito de Los Angeles está mais foda ainda, pelos deuses. Essa cidade um dia vai me engolir e eu ainda vou ficar me perguntando como foi que aconteceu, quero dizer, a escola de dança Olympus não é tão longe da minha casa deve dar uns 10 quilômetros, talvez. Mas o trânsito fazia parecer que era muito mais e vim de táxi apenas por preguiça de caminhar, mas a demora me fez repensar se não teria sido muito mais proveitoso se eu tivesse vindo a pé mesmo.

Sai do carro dizendo um tchau rápido para o motorista e depois dei um boa tarde mais rápido ainda para o porteiro do prédio, correndo em direção às salas e eu poderia ter feito agora mesmo a cena mais hollywoodiana da minha vida inteira, mas eu tenho reflexos impressionantes, então quando estava prestes a esbarrar em um corpo em movimento, eu simplesmente girei o pé de última hora como se fosse uma dança improvisada e desviei do homem. Murmurei um pedido de desculpas e ele olhou em minha direção claramente achando completamente desagradável ter quase se batido comigo, revirei os meus olhos e corri em direção à minha sala, respirando fundo duas vezes antes de entrar. Pelo menos fingir que eu não cheguei aqui correndo, né?

Senti um braço passando por meus ombros assim que abri a porta e senti o sorriso da minha melhor amiga antes mesmo de vê-la de fato. Piper McLean era assim, ela simplesmente emitia energias positivas em forma de sorriso e tudo bem, sabe? Eu me sentia bem quentinha com eles, quase literalmente. Bizarro.

— Sempre atrasada, Chase — cantarolou, demonstrando parte do talento que a levou para Broadway um mês atrás.

— Hoje eu estou completamente pontual, McLean. Na verdade, você está alguns segundos atrasada, eu estou completamente dentro do horário — repliquei, a fazendo dar risada e negar com a cabeça.

— Meu relógio me diz que eu estou dois minutos adiantada.

— Então conserte ele o quanto antes, Piper. — Nós duas viramos o rosto em direção à Afrodite assim que ouvimos sua voz, ela também era a mãe da minha amiga.

— Ceerto — Piper disse, dando uma piscadela para mim em seguida, se afastando para deixar a própria bolsa em um pendurador e ir se alongar. Ela não iria mudar o relógio, eu não sabia se achava graça ou me preocupava com ela.

Provavelmente os dois. Comecei a me alongar assim que tirei os meus tênis e fiquei apenas com as meias de yoga, a maioria preferia dançar descalça mas eu tenho sérios problemas em deixar meu pé encher de sujeira então não, obrigada, mas prefiro sujar meus pares desgastados de meias de yoga.

Piper começou a falar sobre uma apresentação de rua que precisávamos ir assistir, que os caras eram simplesmente sensacional e ela tinha certeza que poderíamos aprender algo com eles. McLean aprendia a se movimentar da maneira mais fora da curva possível, ou seja, longe das mãos de profissionais. Acho que isso incomodou sua mãe por um tempo até que a dança de Piper se tornou tão única e desejada pelas marcas que ela teve que ceder a respeito de como sua filha estava sim tomando boas decisões a respeito de sua carreira artística.

INDUSTRY BABY | AU TEXT PERCABETHOnde histórias criam vida. Descubra agora