Instinto de preservação

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Uma vitrola velha,  jornais do ano retrasado espalhados pelas cadeiras, roupas que não cabem mais. Uma escrivaninha de quarenta e cinco anos, uma cristaleira cheia de copos,  talheres e pratos sem uso. Sua casa era um museu de inutilidades. Era sua forma de homenagear quem já não estava por perto. Sentia a presença dos antigos. Chegou,  por fim,  o dia em que ela mesma tornou-se apenas uma memória,  e seu corpo permaneceu anos a fio sentado sobre a poltrona feita por seu bisavô. Cercada de tudo que importava.

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