Clã Zentharia

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Akeno acordou no topo de uma montanha, vendo Tatsuo à sua frente. Confusa, ela chamou pelo nome dele, mas ele apenas riu e disse: "Não sou o dono deste corpo, sou o Caos."

Assustada e curiosa, Akeno perguntou o que ele queria com ela. Tatsuo, ou melhor, a entidade do caos, explicou: "Existem sete pedras com o meu poder." Akeno perguntou o que isso tinha a ver com ela. Ele respondeu: "Cada pedra contém uma quantia específica do meu poder. Aqueles que possuírem todas terão um poder tão grande que um administrador dos ceifadores seria moleza de derrotar."

Akeno então questionou: "Então, por que não as destrói?"

Ele levantou a mão, mostrando a pedra. "Se eu tentar destruir essa única pedra do caos, poderia acabar matando o dono deste corpo. Como ele é apenas um humano frágil e indefeso, meu poder de divindade superior acabaria consumindo-o. Nesse momento, o hospedeiro deste corpo está adormecido e só se lembrará do que eu permitir que ele se lembre. Mas, por algum motivo, eu o escolhi. Mesmo sendo tão jovem, ele tem algo que eu gosto."

Akeno, percebendo a gravidade da situação, perguntou com voz trêmula: "E o que você pretende fazer agora?"

Tatsuo, ou melhor, o caos, sorriu sinistramente. "Vamos encontrar as outras pedras. E você, minha querida Akeno, vai me ajudar nessa jornada, quer queira, quer não."

Akeno olha para Chaos, intrigada pela história de sua prisão voluntária na espada. "Por que fiou preso em uma espada... foi derrotado e selado?" ela pergunta.

Caosri suavemente. "Claro que não, não seja boba, ninguém me vence, foi uma decisão minha e dos meus irmãos. Há muito tempo, decidimos nos confinar em artefatos. Cada um com seus próprios motivos e motivações."

Curiosa, Akeno pergunta: "Quem eram os seus irmãos?"

Caossorri. "Eu tenho muitos irmãos, mas os mais poderosos entre nós, incluindo eu, formam um grupo seleto. Há dez entidades verdadeiras. Eu sou Caos, o mais poderoso. E então, há Tempo...Morte."

Ele pausa, como se estivesse ponderando quais nomes revelar. "Há também Eternidade, que governa sobre a existência e não existência; Destino, que traça o caminho de todas as almas; e Vazio, que representa o fim de todas as coisas."

Akeno fica em silêncio, absorvendo a magnitude do que foi dito. "Quem são os outros?" ela pergunta com olhos arregalados.

Caos sorri enigmaticamente. "Um dia você descobrirá. Mas agora, precisamos focar em nossa missão. Temos que procurar as outras pedras e encontrar alguém que possa destruí-las."

"Você conhece alguém capaz de destruí-las?" Akeno pergunta, esperançosa.

Caos pensa por um momento. "Sim, conheço um clã que é capaz de destruir as pedras. Isso, claro, se ele ainda existir."

Akeno sente um misto de esperança e apreensão. "Vamos encontrá-los então."

Akeno e Caos se materializaram em uma cidade envolta em sombras e mistério. A luz do sol parecia não alcançar aquele lugar, e um ar de enigma permeava cada esquina. Caos, notando a expressão de espanto de Akeno, explicou: "Esta cidade não pode ser encontrada em nenhum mapa de nenhum reino. Ela é isolada por uma magia muito poderosa. Apenas quem tem conhecimento específico pode se teletransportar para cá. Não é algo que se pode achar apenas por visão."

Akeno, ainda tentando absorver a estranheza do lugar, perguntou: "Caos, o que você acha dos humanos?"

Caos, surpreso pela pergunta, voltou seu olhar frio para Akeno. "Hum, interessante pergunta."

Akeno continuou: "Deve ser diferente para uma divindade ver um humano, não? "

Caosriu, um som profundo e quase sinistro. "Para mim, humanos não têm mais significância do que uma formiga. A vida deles não vale mais que a de um inseto sob minha mesa. Eu aprendi isso com meu irmão, Morte. Para ele, todos os seres são iguais, uma mera sequência de vidas a serem ceifadas."

Akeno franziu o cenho, intrigado. "Você disse que é o mais poderoso. Mas não seria a Morte a mais poderosa de todos vocês?"

Caos soltou uma gargalhada que ecoou pelas ruas desertas. "Ah, o ego da Morte é grande, mas o meu não permite que ele fique em minha frente. Eu sou Caos, o que traz destruição e ruína. Eu posso até admitir que a Morte caminha ao meu lado, mas nunca à minha frente."

Akeno ficou em silêncio por um momento, antes de perguntar: "Mas então, por que você decidiu se confinar em um artefato?"

Caos deu um sorriso enigmático, seus olhos brilhando com um misto de ironia e melancolia. "A mesma maldição que atinge qualquer outro homem... uma mulher."

Caos e Akeno trocaram olhares confusos, mas sabiam que não obteriam mais respostas naquele momento. Caos era um ser de mistérios profundos, e suas palavras carregavam mais significados do que poderiam compreender.

Enquanto caminhavam pelas ruas sombrias, a presença de Caos parecia tornar o ambiente ainda mais obscuro, e Akeno não podia deixar de sentir um calafrio ao pensar nas palavras da divindade. A missão que tinham diante de si parecia cada vez mais complexa e perigosa.

Akeno e Caos se materializaram à beira de um vale profundo e enevoado, onde se encontravam as ruínas de um antigo vilarejo. A névoa se movia como se estivesse viva, dando ao lugar uma aura de mistério e segredo. Este era o local onde o clã capaz de destruir as Pedras do Caos costumava viver.

Caos olhou ao redor, seus olhos brilhando com uma mistura de nostalgia e tristeza. "Este lugar foi o lar do Clã Zentharia. Um clã antigo, poderoso e devotado a manter o equilíbrio das forças cósmicas."

Akeno franziu a testa, observando as ruínas silenciosas. "Parece deserto. Você acha que ainda pode haver alguém aqui?"

Caos assentiu. "Há sempre esperança. Vamos procurar."

Eles caminharam pelas ruínas até encontrar uma pequena loja, que parecia ser a única estrutura ainda de pé e em uso. Dentro, um jovem trabalhava em silêncio, polindo uma espada antiga. Ao perceber a presença de Caos, o garoto congelou por um momento, antes de se ajoelhar rapidamente.

Akeno, surpresa, perguntou: "O que ele está fazendo?"

Caos sorriu enigmaticamente. "Ele sabe exatamente quem eu sou."

O jovem se levantou lentamente, mantendo os olhos fixos em Caos. "Eu ouvi histórias sobre você do meu avô. Na verdade, do meu tataratataratataratataravô. Ele me contou que você era uma lenda viva."

Caos riu suavemente. "Gustavo era um dos melhores do clã Zentharia . E parece que o legado dele ainda vive em você."

Akeno olhou para o garoto com curiosidade. "Qual é o seu nome?"

"O meu nome é Jaou," respondeu o garoto, ainda um pouco abalado pela presença de Caos. "Eu sou o último dos Zentharia."

Caos acenou com a cabeça, parecendo satisfeito. "Então, Jaou, você conhece a história do clã. Você sabe do propósito."

Jaou assentiu. "Sim, fui treinado desde pequeno para proteger e, se necessário, destruir as Pedras do Caos."

Akeno olhou para Caos, seus olhos brilhando de expectativa. "Então, ele pode nos ajudar?"

Caos deu um passo à frente e entregou uma pedra escura e pulsante a Jaou. "Esta é uma das Pedras do Caos. Você pode destruí-la?"

Jaou segurou a pedra com reverência e determinação. "Eu vou fazer o que for necessário."

Caos observou enquanto Jaou preparava um ritual antigo, traçando símbolos no chão e murmurando palavras em uma língua esquecida. A pedra começou a brilhar intensamente, emitindo um som agudo e estridente. Akeno sentiu a tensão no ar, enquanto Caos observava com um olhar de aprovação.

Finalmente, com um grito de esforço, Jaou quebrou a pedra em mil pedaços, a energia liberada dissipando-se no ar. Ele caiu de joelhos, exausto, mas com um brilho de triunfo nos olhos.

Caos se aproximou e colocou uma mão no ombro de Jaou. "Você fez bem, Jaou. O legado do clã Zentharia vive em você."

Akeno sorriu, sentindo um novo senso de esperança. "Vamos continuar. Ainda há mais pedras para destruir, e com Jaou ao nosso lado, temos uma chance."

Com isso, a jornada deles continuava, mais determinada do que nunca, com a promessa de que a força e sabedoria do clã Zentharia os guiaria em sua missão.

Reapers: Ameaça nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora