Nove

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Quando anoiteceu, todos resolveram ir para uma balada no centro da cidade, era um lugar calmo que sempre ocorria música ao vivo e vários grupos de amigos ficavam por lá no final de semana

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Quando anoiteceu, todos resolveram ir para uma balada no centro da cidade, era um lugar calmo que sempre ocorria música ao vivo e vários grupos de amigos ficavam por lá no final de semana. No entanto, não era o lugar para uma grávida, não mesmo.

Então, eu iria ficar com Rose em casa. Embora, isso fosse mais que minha obrigação, ela estava grávida e provavelmente não iria querer ficar sozinha, além do mais seria estúpido se eu saísse e a deixasse.

Apesar de tudo, Rose estava relutando para
aceitar. Eu sabia como sua mente funcionava, ela estava achando que eu iria ficar entediado por não poder sair e "pegar" garotas, palavras dela. Rose era insegura desde a traição daquele idiota, nós tínhamos avisado que aquele cara não era bom, mas aparentemente ela estava apaixonada por ele, acho que isso era apenas coisa da sua cabeça.

Agora, ela era insegura sobre nossa
amizade, mas eu já havia dito e demonstrado
milhares de vezes que sua amizade era tudo para mim.

Não só a amizade. Amar Rose de outra forma
Conseguia ser doloroso algumas vezes, queria
me obrigar a entender que ela não me via com outros olhos. Eu sou apenas seu melhor amigo.

Embora, agora pensando. Outra garota nunca
substituiria o que eu sinto por ela, eu não beijeria as cicatrizes e nem ficaria acordado falando sobre assuntos bobos com outra garota. Rose não sabia, mas ela era minha garota. E eu faria qualquer coisa por ela.

Nós tínhamos doze anos quando nos
conhecemos, ela era a garota mais irritante de
todo planeta. Por algum motivo, eu era um
garotinho chato que odiava garotas vestidas com roupas coloridase Rose era uma delas. Ela chegou na escola e diferente das outras garotas, suas roupas não era rosas e sim roxas, grande diferença para um pirralho.

Roxo era minha cor favorita. Infelizmente, Rose era chata como todas as outras. Comecei a pegar no seu pé durantes as aulas, mas enquanto as outras garotas choravam
para professora, Rose me deu um belo soco no olho.

Ficou roxo por uns bons dias. Ela ficou com pena em alguma momento e disse queo roxo do meu olho não era tão feio assim. E boom! Melhores amigos desde então.

Nada mudou depois disso, ela era minha amiga e nós estávamos colados o tempo todo. Eu a amava, no começo era amor bobo de criança, mas quando ficamos adolescentes, tudo se transformou em sentimentos impossíveis de controlar.

Hoje, eu a  tinha nos meus braços enquanto ela carregava meu filho em seu ventre. Olhando para o lado, eu a ouvia falar da sementinha, toda orgulhosa pelo seu crescimento, eu não podia estar diferente, afinal, agora eu seria pai.

Nunca nem passou pela minha cabeça ser pai aos vinte e dois anos. Na verdade, nunca pensei em formar uma família algum dia.
Bem, hoje eu estava prestes a fazer isso. Iria ter um bebê com a mulher que amo.

- Você tem certeza que não quer ir a festa com eles? Deve ser chato me ouvir falando sobre uma foto que dizem parecer uma TV estr...

- Rose, não! E não é chato, eu adoro quando você me explica sobre como a sementinha está. - Interrompi sua fala, antes que ela falasse alguma bobeira.

Com todo respeito, eu não conseguia ver muito na foto da ultrassom, pareciam rabiscos.

- Não que ir a festa então?

- Não.
-
- Tem certeza? Eu posso ficar sozinha.

- Não quero ir, Ro. - Digo pela milésima vez.
-
- Hm, Jaden? - Me chamou em tom manhoso. - Eu queria muito, muito mesmo comer chocolate.
-
- Deve ter na cozinha. Quer que eu pegue?

- Não! Lembra daquela confeitaria que tinha quando nós éramos criança? Eu queria de lá. - Fiz biquinho e eu não resisti.

- Tudo bem. São quase oito da noite e nós
vamos ter sorte se conseguir chegar até lá. – Me levantei, mesmo morrendo de preguiça. – Vai ficar?

- Vou junto. - Calçou os chinelos, enquanto eu
aproveitava para pegar minha carteira.

- Nem parece que estava com dor nos pés a
minutos atrás. - Murmurei, logo me arrependendo pela carranca que ela fez.

Mesmo emburrada, Rose entrelacou nossas mãos e me puxou para fora do quarto. Ela não sabia que um simples toque causava em mim. Meus pais ainda estavam na sala, mas Darianka, Olivia, Bryce e Addison já haviam saído a um bom tempo.

- Onde vocês vão à essa hora? – Minha mãe perguntou.
-
- No mercado.

- Hm, sei. Não voltem tarde. - Falou como se não acreditasse.

Rose sorriu, suas bochechas coradas por ter
entendido os olhares da minha mãe. Eles não
acreditavam mais em nós depois do pequeno
acidente.

Nós passamos o caminho todo em silêncio, de vez em quando eu pegava Rose me olhando, mas ela disfarçava rapidamente. Por sorte, a confeitaria ainda existia e estava aberta, Rose saltou para fora do carro no mesmo instante como uma criança.

Dona Luz, a dona do local, estava lá dentro
quando nos viu, parecia surpresa demais.
Não pode ser quem eu estou pensando.

- quanto tempo vocês não vêm aqui? Uns três anos? - Sorriu e saiu de trás do balcão para abraçar Rose, eu raramente vinha para Orange.

- Sim, faz muito tempo. - Rose murmurou, seus olhos estavam marejados. Dona Luz percebeu.

- Hormônios. – Comentei, puxando Rose pela
cintura e os olhos da senhora se arregalaram
quando ela percebeu o que tinha dito.

- Não posso acreditar, vocês dois? De quantos meses?

- Três meses. - Respondi orgulhoso,
rapidamente minha mão pousou no ventre da
minha amiga.

- Já sabem o sexo? Se bem que está cedo. Bem, O que vão querer?

- Ainda não sabemos. Chocolate em formato de coração.- Rose disse, animada.

Depois de comprarmos uma centena de doces, Rose se despediu e eu fiz o mesmo. No caminho pro carro notei que a animação de Rose havia evaporado, nunca entendia quando isso acontecia.

-o que aconteceu? - Perguntei, já dentro do
carro pude encarar seus olhos.

- Me sinto uma interesseira quando você paga tudo, não quero parecer isso. - Diz.

- Você não parece. Eu não vejo problema nisso.

- As pessoas vêem. – Contrariou.

-Foda-se eles, hm, eu amo você. - Falei, seus
olhos brilharam e ela sorriu fraco.

Mesmo após ficarmos em silêncio, minha mão
inquieta subiu para seu rosto e acariciou sua
bochecha rosada, eu não estava respondendo por mim. Meu olhar caiu para sua boca entreaberta, ela não parecia estar diferente com isso, meu rosto se aproximava cada vez mais.

Por força do destino, ou seja lá quem gostar de estragar a felicidade dos outros, uma buzina nos assustou e eu voltei para meu lugar rapidamente.

Agora sim o clima entre nós pesou.

Baby on board | J.H ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora