Capítulo 2 - Távola Redonda

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Era uma alvorada calma e nublada. Por causa de outras aulas em comum, Emanuel conheceu melhor Andressa. Após várias conversas chegaram em temas que interessavam ambos, como livros. Andressa tinha alguns, e falou para Emanuel passar no seu quarto para pegar algum deles emprestado. Andressa despretensiosamente falou para o garoto "é só entrar", assim que chegasse na porta do quarto, para buscar o tal livro.

     Emanuel com um cappuchino na mão anda até a porta, do quarto que deve ser o de Andressa e abre de uma vez. Ele leva um susto ao ver Andressa deitada e uma garota de cabelos pretos encima dela com a camisa aberta. Uma sobre a outra na cama que fica na parte baixo da beliche. Emanuel arregala os olhos.

-Tem uma meia na porta avisando!! -Andressa exclama sorrindo.

    Emanuel rapidamente fecha os olhos envergonhado pensando "como sou burro, deveria ter batido" , e dá um passo pra trás fechando a porta.

-Eu não to acostumado com isso. Foi mal! -Emanuel fala do lado de fora.

Demora alguns segundos até que a porta abre.

-Manu?! -Emanuel fala surpreso.

     A mesma garota da primeira aula do Sr. Marinho. Manu estava com um sorriso desconfiado, com o cabelo bagunçado e já tinha fechado a camisa de botões do uniforme.

Emanuel não sabe o que dizer e olha pra cama e pra Manu novamente. A cama estava desorganizada e o lençol no chão. Manu franze a testa esperando ele falar algo...

-Olha desculpa, eu não sou de fofoca, então...

-Não ligo se você é. Não tenho vergonha de nada que faço. Mas eu vou te dar um conselho, calouro: Eu tomaria cuidado com o Arthur!

   Emanuel não esperava que ela falasse isso.

-Por que? qual é a dele?

-"Ele é um "diplotário", ela diz. Mas Dantas se mostra não entender o que ela quis dizer e balança a cabeça, com duvida.

-Filho de diplomata. -Emanuel entende que é a junção de diplomata com otário.

    E Manu estava certa, com o status que Arthur tinha, ele acha que tem imunidade para fazer o que bem quiser. E Emanuel logo questiona: "Como me dá uma surra?". Manu desdenha

-Não é assim que o Venâncio luta. O lance dele é psicológico... E ele não tem medo de jogar sujo.

Emanuel então se pergunta quais conflitos e quem mais da Academia ja discutiu com Arthur.

-Tá bem, aceito seu conselho. -Ele responde.

     Manu percebe que o último botão da sua camisa ainda está aberto e o fecha rapidamente. Ela dá outro sorriso e se vira pra Andressa deitada na cama. "Tchau Marmaduke, até mais", ela diz, passando pela porta, indo embora.

    Emanuel sorrir e olhando pra Andressa que já estava sorrindo.

-Foi mal, eu achei que você era...

-Os dois. -Andressa corta.

-Okay... haha vou ficar de olho na maçaneta... cadê o livro? -Emanuel entra no quarto fechando a porta.

                                          * * *

Vários alunos que não tinham aulas programadas no dia, gostavam de tomar sol, na praça e nos bancos que ficavam logo no começo do palácio. Todavia, o sol estava tímido naquela manhã e não se colocou para fora das nuvens... Iuri, Christina, estavam tomando sorvete sentados em bancos que ficam ainda mais perto do portão de entrada. Uma parte um pouco afastada do resto do centro da Academia. Eram bancos de "pedras cristal". Como se várias pedrinhas brilhantes estivessem coladas umas nas outras. O chão era de pedras de seixo e coberto por várias árvores enfileiradas que formavam uma enorme passarela coberta.

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