Capítulo 1 - Boas-Vindas

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  A floresta estava quieta, o céu sem nuvens e muito profundo. Criaturas se mexiam desconfortavelmente enquanto olhavam para o espetáculo crepúscular acima.

     Através da neblina e mais além, da Torre Adamantina ouviu um grito. Era um grito diferente, um grito que não se ouvia há séculos. Foi um sussurro no início, mas logo aumentou e diminuiu. Cortou através do labirinto de névoa até uma nova clareira na floresta. Poderia ser... realmente a calamidade final...? a mãe de todos os terrores... ? Lá estava: um zumbido luminescente quebrando sobre as árvores, lançando um pesadelo frio no céu da meia-noite. Mais gritante cresceu à medida que sua influência transbordava com sonhos e pesadelos coletados. Ainda mais desespero alcançou a cabeça deles que ali estavam, os dedos suavam frio e firmes. A Maldição começou a puxar, cada vez mais largo, até que seu corpo deu lugar a uma vasta abertura, infinitamente escura e incrivelmente profunda. O choro melancólico então se transformou em uma harmonia convidativa ao medo e loucura, enquanto se equilibravam firmes, com o estômago largo, acenando para a entrada no vazio proibido...

      Cercada por montanhas, colinas e um denso rio cor mármore que se estendia por toda a Costa local, havia uma mediana cidade. Vale Negro.

O nome se dava especificamente por sua localização geográfica intimidadora, e pela gigantesca floresta que ali cercava.

      Vale Negro é uma cidade vívida por sua arquitetura milenar e suas ruas de pedras. A maioria das casas são de madeira carmim ou ardósia. Uma diversidade de estilos arquitetônicos, antigos e modernos, que enriquecem a paisagem urbana...

Há uma correria diária e falta tempo para tudo, inclusive para conversar, visitar as pessoas e se importar com elas. Mas se alguém com tempo o suficiente para parar por um segundo que for, é possível observar a neblina se esvaindo ao primeiros raios de sol ou o orvalho nas pontas das árvores em noite de lua cheia ou o canto da coruja a meia noite.

    Todavia a alguns poucos quilômetros dali, um imponente palácio fortificado, situado no bordo Sudeste da Floresta Negra, se escondia às margens de altas falésias e seus campos verdejantes. O refúgio não opcional de jovens controversos e adolescentes perspicazes.

A Academia Solomon Damodred.

    Fundada a mais de cem anos atrás, 130 anos, para ser mais exato, o internato não era só o lugar mais importante para a formação intelectual da união juvenil regional, como um antro silencioso, para a maioria das lendas que circulava a mais de meio século em Vale Negro. Fruto disso se dava ao seu fundador Solomon Marcus Damodred, um pertencente sobrenome conhecido a todos do condado, mas que outrora seria fortemente estudado nesse semestre...

     A medida que as rodas do carro subia a colina e amassava as pedras de seixo na estrada, as janelas do carro ficavam cheias de orvalho por conta da temperatura local. Lauanne pois abaixou o vidro e o corte seco de vento, percorreu todo o carro, que trouxe a sua memória rapidamente todo o sentimento nostálgico escolar, o cheiro do bosque e da biblioteca.

      Logo a frente os pinheiros se alinhavam uniformemente dando as boas vindas aos recém-chegados... Tendo sua base de pedras cinzas fosco e uma altura com mais de dois metros, um enorme portão preto, largo e fino, se alocava no meio da estrada. Ele era pontudo e retorcido na parte de cima, e com um brasão no centro. A entrada da Academia se mostrava robusta e luxuosa, e para aqueles que estão chegando pela primeira vez, até intimidadora. Mas não era a primeira vez de Lauanne ali. Mas logo era iria ter muitas primeiras vezes desconfortáveis...

O carro então parou logo depois do portão.

-Obrigada.-Agradeceu Lauanne.

Ela tinha cabelos pretos encaracolados e pele tom de oliva. -Bons estudos querida.-Falou o homem ao seu lado.

ACADEMIA DAMODREDOnde histórias criam vida. Descubra agora