Capítulo 3.1 - Almas Desnudas

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Por dentro o vestiário era relativamente grande, caberia vinte pessoas e ainda sobraria espaço para andar. Ele era dividido em dois espaços distindos, um para os armários, bancos de acento e choveiros. A outra parte era usada como um depósito para guardar remos, botes, barcos e velas. As paredes e também uma parte do chão eram de madeira, e outra de lajotas. Os armários eram vermelhos e azuis, com o brasão da Academia em cada um. No chão também tinha uma letra "D" desenhada. Tudo era uniforme e organizado, lembrando muito chalés de acampamentos de verão.

-Finalmente. -Fala Khayan, sedento.

Sr. Marinho olha pelo canto de olho e sorri. Então o professor tira com a ajuda de seu pé esquerdo, o sapato do pé direito. Khayan avança encima dele, segurando em seu cinto.

-Matheus... -O garoto sussura o primeiro nome do professor, demonstrando intimidade.

Eles então se beijam novamente, Khayan morde o pescoço de Matheus e desçe a mão até a virilha dele por cima da calça. O corpo do professor, automaticamente se arrepia. Ele ergue a cabeça e ver a clarabóia no teto do vestiário. Por ela, ele consegue enxergar a lua cheia e galhos de árvores secas na sua frente. Passam alguns morcegos voando livremente. A luz da lua penetra o recinto e ilumina o suficiente para eles verem o que estão fazendo. Não podiam ligar as luzes para não levantar suspeitas.

Depois de alguns minutos, os dois pegaram um colchão inflável que estava guardado no depósito do vestiário, que usam sempre. E colocaram no centro do recinto, exatamente onde a luz da lua caia.

-Acho que vou tomar um banho. — Matheus fala depois de colocar a bolsa preta no canto próximo a um dos armários.

-A gente pode banhar no rio, agora de noite... nadar pelados... -Khayan convida.

-Você sabe que a gente não pode ser pegos, ir lá pra fora é muito arriscado, mesmo nesse horário. -Matheus diz.

      A maciez daquele colchão abraça Khayan e ele rir com uma sensação prazeirosa crescendo dentro dele. Ele fecha e em seguida abre os olhos e encara o céu estrelado no teto.

-Deita aqui comigo. — o garoto fala enquanto se apoia na cama com os cotovelos para poder vê melhor.

-Proposta tentadora. Mas tô suado, quando terminar de banhar eu deito. -Matheus responde.

-Eu não tava pedindo. — Khayan fala na tentativa de ser ousado.

Khayan ver o sorriso divertido de Matheus indo até ele e o rapaz não desvia os olhos dele. Ele parecia brilhar, como os olhos de um gato na escuridão - belo e ardente - e isso deixava Khayan hipnotizado. Matheus sobe no colchão e deita sobre o jovem delicadamente encaixando seu rosto na curva do pescoço e ombro dele, enquanto seus braços o cercavam. Ele sente que sua respiração e seu corpo inteiro é dominado por arrepios.

O garoto acaricia sua nuca com suavidade e sente o professor relaxar com seu toque. Parecia que ele havia tirado todo o peso dos seus ombros naquele momento e aquilo, excitava Khayan. Matheus ergue o rosto e encara o rapaz com seus olhos negros. Seu olhar umedece Khayan enquanto também o encara. Eles estavam sérios e pensativos, invadindo os segredos um do outro.

     Khayan passa as mãos em volta da sua nuca e beija suavemente o pescoço grosso de Matheus, sentindo o gosto agridoce da sua pele permear meus lábios.

— Para. — sussurra o professor próximo ao rosto do garoto, sorrindo enquanto tenta se desvincular dele, porém Khayan enlaça suas pernas ao redor da sua cintura dele e o prende.— Estou fedendo. Preciso de um banho. Por favor. -Matheus diz.

— Você está ótimo assim. — o rapaz fala baixinho próximo a sua orelha e o sente se arrepiar. — Eu adoro seu cheiro.

"Essa é a essência dele e quero senti-la enquanto o beijo. Quero tê-la em meu corpo e que ela grude em minhas roupas." -Ele pensa ferozmente.

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