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THEODORO TRAJANO

Ava Theron teria a punição que merecia.

Não somente por achar que podia me manipular, e sair ilesa. Mas também por me tornar um maldito viciado quando se tratava de sua boca e boceta apertada. Não passei horas, preso dentro de um maldito avião, para chegar aqui e permitir que essa garota me tirasse do eixo.

Seus gemidos lutaram para escapar por entre nossas bocas conforme ela se deixava ser agarrada com uma selvageria que mais a excitava do que assustava.

Furioso com os seus jogos, e teimosia, eu a mantive imóvel. A mão pesada em sua nuca deslizou por entre a cabeleira escura, forçando-a a me encarar em meio a disputa de línguas molhadas e vontades obscenas. Punir Ava dava-me um prazer doentio.

Principalmente por saber que a ninfeta gostava.

Ava não era louca somente na forma como conduzia sua vida, ela também era na cama. Sedenta, exigente. Dona incansável do próprio prazer.

Com a mão fortemente apertada em sua nuca, e parte do couro cabeludo, eu afastei minha boca daqueles lábios vermelhos e agora melados do nosso beijo e voltei a encará-la.

Quem quer que nos visse naquele momento, jamais imaginaria que o homem de pé na calçada tratava-se de Theodoro Trajano ou que a garota de aparência tão jovem era uma atriz trilhando o seu caminho dentro de um universo altamente competitivo.

A verdade é que, para nenhum de nós dois, os títulos importavam.

Não se estávamos nus.

Chupei o resquício do beijo doce da minha própria boca, e identifiquei o gosto da bala de morango favorita de Ava. Balas que podiam ser encontradas perdidas por cada canto da minha cobertura, ou jogadas em suas bolsas e mochilas.

— Você está me olhando como se não soubesse o que fazer comigo, Sr. Trajano — sussurrou contra a minha boca, e a pequena careta que fez evidenciou seus traços fortes e sensuais.

Ava possuía sobrancelhas e lábios grossos. Olhos azuis incríveis, um rosto oval e delicado, e ela quase... parecia ser um ou dois anos mais nova do que os seus vinte anos quando tinha o rosto assim: limpo de toda e qualquer maquiagem.

A pressão feita por meus dedos, grandes e ásperos, esmagou as bochechas rosadas pelo frio, assim como os lábios carnudos e mordidos de Ava, que ainda se encontravam molhados. Quentes do beijo que despertou o meu lado mais agressivo e dominador.

Bastava um toque, um cheiro. O mero olhar dessa garota, e eu perdia o controle.

— Espero que esteja satisfeita. — Minha voz saiu atroz, imperativa.

O beijo me queimou por dentro, mas não aplacou a raiva ou o ciúme que senti ao ver Brandon a tocando. Pelo contrário. Tornou-me ainda mais disposto a mostrar a Ava que ela era minha.

— Nem um pouco. Eu estou é irritada, Theodoro. Não te vejo ou falo com você há dias... e, quando decide aparecer, age como um Neandertal! — gritou, nervosa. — E, apenas para que saiba, digníssimo Sr. Trajano, satisfeita eu só ficarei depois que você prestar atenção em mim... e me fizer gozar. — A descarada deixou claro, sem vergonha alguma naquele rosto bonito.

O que me fez segurá-la pelo braço, sem intenção de a machucar, mas decidido a forçá-la a ir comigo até o carro. Se Ava desejava me chocar e atordoar, então que o fizesse quando estivéssemos a sós. Quando nada ou ninguém poderia me impedir de agarrá-la à minha maneira, sem qualquer pudor ou discrição.

Dentro do carro não estaríamos expostos, e Ava receberia o que me pedia.

Roger, à espreita, abriu a porta, e enquanto aguardava para que entrasse eu a vi soprar a franja caída por sobre a sobrancelha.

DEGUSTAÇÃO: Banqueiro (Homens no Poder) Onde histórias criam vida. Descubra agora