ALEXANDRE E OS MONSTROS

Capítulo 1

Alexander não era mais um jovem como qualquer outro de sua geração, onde conquistar uma garota no colégio fazia toda a diferença para se exibir, tirar uma onda entre os garotos, pois ele se sentia bem melhor praticando outro tipo de conquista: a vitória em cima dos garotos que pudessem ser dominados pelo medo do craque em vídeo game. Mas as jogadas sempre vinham acompanhadas de muito sangue, com direito a torneios entre jogadores bastante reais não apenas na imaginação, mas sim no dia-a-dia daqueles que acreditavam em seres mitológicos, como a Medusa, como vampiros, como lobisomens que podiam ser colocados em combates ao estilo das famosas lutas livres de outros tempos, como dos lutadores de MMA (artes marciais mistas) do século 21.

E foi assim, num certo dia, no ano de 2666, em pleno século 27, que Alexander descobriu que podia dominar o mundo apenas com o poder da sua mente turbinada, utilizando um poderoso controle de vídeo game para manipular monstros versus monstros.

Um poderoso chip, implantado no corpo daquele garoto, fazia a conexão com internet e viagens pelo tempo, invenção do poderoso Ivan Piongue, um cientista que planejava conquistar o planeta terra.

Já para Adam Munis, o certinho demais da escola, o mundo não podia ficar sob o poder de um jovem aspirante a cientista louco que nem Alexander, filho de outro manipulador de pessoas, o terrível Ivan, famoso por ser o inventor de um protótipo de máquina do tempo a utilizar a internet como porta de entrada para outros tempos, para outros mundos, para manipulação de monstros de outras épocas contra os humanos.

A invenção fantástica de Ivan foi utilizada para vencer o bem pela prática do mal, com a escravidão de pessoas, imitando impérios antigos e dominados por legiões como a dos romanos, da Roma Antiga, muitos séculos antes de Cristo.

Por isso, para continuar com a saga louca do pai, Alexander deixou de curtir seu esporte favorito quando não estava pensando em maldades: conquistar garotas (mas nem tanto, pois a sua maior conquista tinha sido a gostosona da Nick, a garota dos sonhos de qualquer concorrente no quesito pegação) para ter o domínio do mal através de uma máquina poderosa para viajar no tempo.

Agora, o mundo estava em perigo com aquele jovem desmiolado, que tinha feito muitas brincadeiras de mau gosto no colégio Maximus Point.

Alexander provou do mal pela chance que tivera com os inventos nem tanto bacanas de um pai acostumado a gostar de muito dinheiro e sem fazer muito esforço. Fazer parte da turma dos nerds no colégio era um privilégio a poucos, que tinham vantagens sobre outros colegas sem os mesmos requisitos para despertar o interesse das meninas.

As garotas gostavam de garotos inteligentes, que nem um tipo: Adam Munis, por exemplo, o carinha esperto em desenhar robôs e muitas outras máquinas inteligentes, além de ser um garoto legal que tinha um bom papo e era do bem, muito diferente do gênio do mal que nem Alexander.

Então, para Alexander, vantajoso mesmo seria dominar o mundo e com isso chamar a atenção das garotas não apenas do colégio, mas das gatinhas do mundo inteiro. Para que ser um nerd que nem o babaca do mariquinha do Adam? Não se importava mais em ser considerado o 'pega-ninguém', o bobão que ficava sem dar uns 'amassos' nas garotas nas festas de fim de semana nos clubes da cidade, nos shoppings. Por que se importar com as críticas dos babacas do colégio? Alexander se achava o mais inteligente e pronto. Ninguém podia dizer o contrário.

Adam não se achava o tal na hora de conquistar uma menina, mas ele tinha suas artimanhas para ser popular no colégio, como ter amizade com garotas, que podiam indicar as amigas que estivessem disponíveis para conhecer um carinha inteligente e amigo de todos, sem exceção, como ele. Comportamento que causava inveja e ódio em outros garotos, que odiavam ser comparados a 'mocinhas' ao fazer amizade com meninas. Meninos não são bem-vistos andando no meio das meninas, sacaneavam aqueles que detestavam essa comparação.

Mas todos os outros garotos, que não tinham a amizade que Adam zelava com as estudantes, ficavam com inveja de andar ao lado das garotas, que viviam dando espaço para as bobagens do já declarado inimigo nos pensamentos de Alexander.

Já era de conhecimento de geral, no colégio, no bairro, na cidade que Alexander e Adam podiam ter que medir forças num ringue a qualquer hora. Até mesmo que fosse num ringue clandestino, onde a maldade se espelhava em antigos lutadores de luta livre, do século 21, período marcado por mortes nos tatames sem regras para os jogadores, que se aventuravam em tatames fora do circuito oficial das competições. Tipo em torneios clandestinos com muitos garotos machucados depois de uma sessão de porradas, e regadas a muita covardia para os garotos que se achavam os maiorais.

Alexander sabia muito bem se mostrar mal quando tinha oportunidade para tal desejo. Quando completou 16 anos, um aniversário para lá de sinistro, pois o presente dos pais foi uma viagem ao centro da terra, ao estilo dos mundos criados pelo escritor Júlio Verne. Só que essa viagem sinistra foi de verdade, através da máquina do tempo criada pela mente assassina de Ivan, um paizão do mal para alegria do filhão em conquistar o mundo à força e se vingar de idiotas que nem um Adam Munis, por exemplo. O que as meninas viam em Adam?

Ao retornar ao mundo exterior, após uma viagem rápida pelos confins da Terra, Alexander estava determinado a seguir os passos do pai. Lá no centro da Terra, encontrou seres escravizados por raças superiores e muito poderosas. Não era sonho, nem pesadelo. Era muito real. Era um superpoder a invenção do pai para viajar no tempo através da internet. Bastavam alguns cliques e, pronto, num piscar de olhos a passagem para outros mundos estava disponível. Mas a tragédia em família veio com o desaparecimento de Ivan. Numa das viagens experimentais pelo tempo, algum erro ou algo pior, o sumiço do pai. Mãe e filho ficaram sem notícias do chefe da família, que era um paizão do mal para quem encarasse Ivan como um adulto idiota.

A esperança estava em Alexander dominar a tecnologia criada pelo pai a fim de achar uma solução para o ponto exato do sinal perdido de Ivan em algum lugar do passado.

Alexander jurou vingança àqueles seres do outro mundo que podiam estar por trás do desaparecimento de Ivan. As pistas levavam a personagens muito famosos no século 20 em histórias de ficção, histórias de vampiros e lobisomens lutando pelo domínio do mundo. O pai havia contado, num certo dia, que estivera viajando pelo tempo em cidades dominadas por histórias fantasmagóricas (e muito reais para famílias que perderam parentes para monstros sugadores de sangue) a presença de monstros fora do mundo da imaginação.

Para Alexander, voltar no tempo, na origem dos problemas para sua família, seria o ponto de partida a um jogo onde os lutadores não tinham medo de morrer e nem tinha como, pois muitos desses guerreiros eram mortos-vivos, que nem conde Drácula.