Como prometi a minha mãe, acordei bem cedo. Tomei um belo banho e escovei os dentes, enquanto estava me arrumando escutei barulhos vindos da cozinha e logo percebi que eles já estavam acordados também. Não demorou muito para escutar minha mãe me chamar para tomar o café.
— Então a mocinha já está até arrumada, gostei de ver em. — Falou minha mãe enquanto colocava a manteiga na mesa.
— Sim, mãe, quis fazer tudo certinho para vocês não ficarem me apressando depois. — Dei um beijo na bochecha dela e sentei a mesa.
— Fez muito bem, o motorista que vai nos levar ficou de passar aqui às 7h em ponto, você sabe que ele não gosta de ficar esperando ninguém.
— Aquele velho é um chato, não sei porque vocês ainda chamam ele para fazer viagem.— Revirei os olhos.
— Mais respeito Helena, além disso, ele é o único que cobra mais barato, os demais motoristas é um absurdo, não vale a pena.
Foi só o tempo de lavar a minha xícara, o motorista já havia chegado e não parava de buzinar.
— Eu mereço mesmo.
— Vamos Helena, não fique aí parada. Pegue o resto das coisas e vá já para o carro. — Falou minha mãe enquanto descia com as escadas com as mãos cheias de coisas.
Sinceramente, não sei par que levar tantas coisas para passar apenas três dias. Não esperei ela chamar minha atenção pela segunda vez, fiz logo o que foi pedido e entrei no carro. A viagem até a casa da Tia Luíza durava umas três horas, fiquei bem exausta de ficar sentada, o motorista fez apenas uma parada em uma rodoviária para ir ao banheiro e depois perseguimos.
— O que vamos fazer na casa da tia mesmo mãe?
— É aniversário do seu primo Pedro, vamos comemorar em uma chácara da amiga dela.
— Ah sim! Entendi. — Pensei que não poderia ficar pior, não vejo a hora de voltar para casa.
Enfim chegamos na casa dela, logo de cara já percebi que não vou me sentir a vontade por aqui. Minha tia estava com o som nas alturas, tinha pessoas entrando e saindo, uma verdadeira correria. Assim que entramos, meus pais falaram com todo mundo, eu tinha que desfaçar minha cara de desânimo, caso contrário era capaz de eu levar um tapa da minha mãe.
A tia Luíza nos ofereceu logo uma merenda, ao menos tem comida né, isso não posso reclamar. — Então Helena, me conta as novidades? — Perguntou tia Luíza enquanto terminada algumas comidas que levaria para a chácara.
— Não tenho muitas novidades, só a que terminei meu ensino médio, ontem foi minha formatura.
— Olha que legal, parabéns. Agora é estudar para fazer vestibular.
— Nem me lembre uma coisa dessa tia. A propósito, onde fica essa tal chácara que vamos? — Me aproximei dela e fiquei ao lado observando as deliciosas comidas que ela temperava.
— Não é muito longe, meia hora de viagem só. Fica em uma zona rural, na mesma estrada que vai para a fazendo do seu tio Hugo.
— Ah! Que legal então! — Não vai ser tão ruim assim não, gosto bastante de interior, esse contato é paz que a natureza traz.
Horas mais tarde, todos nós almoçamos e arrumamos tudo que o pessoal ia levar para o interior. Logo o ônibus já estava a nossa espera, da casa da tia Luíza saíram trinta pessoas, a amiga dela já estava a nossa espera. Um total de cinquenta pessoas foram convidados para o aniversário do meu primo.
Não demorou muito e já estávamos no local, já tinha pessoas bebendo, comendo e assando a carne. Eu falei apenas com os conhecidos, incluindo Pedro. Não perdi tempo, peguei um prato, coloquei farofa e carne, e fui sentar para comer.
— Helena? Pode vir aqui, quero te apresentar umas pessoas. — Chamou minha mãe. Ela sabe que eu odeio isso e faz assim mesmo.
— Esses são os filhos da minha amiga Fernanda. Essa é a Juliana e esse é o Júlio.
Com um sorriso cumprimentei a Juliana, que por sinal era bem simpática. Fiz o mesmo com Júlio, que pegou em minha mão de um jeito bem delicado. Logo senti aquilo que chamam de borboletas no estômago, seu olhar diferia, mas que sensação estranha é essa afinal?
— Prazer em conhecê-la Helena. — Sua voz era bem suave.
— O prazer é todo meu. — Foi a única coisa que consegui falar e logo voltei para minha mesa.
Decidir pegar uma cadeira para sentar embaixo das árvores. Sentir alguém sentando ao meu lado e claro era o Júlio. O que ele quer, vai ficar atrás de mim agora?
— Você gostou desse lugar Helena? Ele fala comigo com uma intimidade.
— Gostei sim, na verdade, eu amo interior. Esse contato com a natureza, se afastar um pouco da cidade e ótimo.
— Eu penso igual você, venho aqui sempre que posso, agora que entrei na faculdade está mais complicado.
Deixa de ficar admirando a paisagem e viro minha atenção para ele. — Desculpa a pergunta, mas você tem quantos anos?
— Que isso, precisa disso não. Vou fazer 18 esse ano, entrei na faculdade esse mês. Se quiser falar um pouco de você, fique a vontade. — Ele fala rindo.
— Interessante, vou fazer 18 próximo mês, sair do ensino médio recentemente e ainda nem comecei a estudar para vestibular. Vou aproveitar um tempinho para me divertir antes, fiquei sabendo que faculdade é bem complicada.
— Você está certa, não é tão fácil, acabei de te conhecer, mas você me parece ser uma pessoa bem esforçada. Sua mãe me falou que você é bem dedicada no que faz e que até comandou a organização da sua formatura.
Fico surpresa com essas informações. — Nossa minha mãe às vezes fala de mais.
Helena tem algo que chamou minha atenção, atraiu meu olhar assim que a conheci minutos atrás. Parece que já estou apaixonado por ela. Devo dizer que foi a amor a primeira vista, então ele existe e é possível. Bom, fiquei sabendo que ela irá passar três dias aqui, então tenho tempo.
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A Nossa Canção [Em Andamento]
De TodoHelena é uma jovem de 22 anos apaixonada por música, as canções sempre estiveram presentes em diversos momentos de sua vida. Tanto, que ela tem uma para cada fase especifica de sua vida. A "Nossa Canção" conta a história de Helena e é baseada em 10...