Capítulo 1

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A Evie sempre pensara que, se as fadas morassem em algum lugar, seria ao fundo do jardim. Era o que a avó sempre lhe dizia, e hoje, quando a Evie falou em deitar fora a velha casa de bonecas, a avó sugeriu-lhe logo que a trouxesse na próxima vez que viesse visitá-la. Assim, podiam colocá-la ao fundo do jardim para as fadas poderem brincar dentro dela.
-As fadas são como as meninas - disse-lhe a avó. - Gostam de brincar às casinhas e aos médicos e enfermeiras e outras coisas desse género.
-Como é que sabes? - perguntou a Evie.
Ela própria nunca vira uma fada e, de cada vez que fazia perguntas sobre fadas à mãe, esta dizia-lhe sempre que elas não existiam.
-Uma vez vi duas casas junto ao canteiro das flores, lá ao fundo. Uma estás deitada, a gritar que lhe doía a asa, e quando me aproximei para falar com ela e ver se podia ajudar, ela levantou-se, sorriu e disse-me para não me preocupar, porque estavam só a brincar. Ela era a paciente e a amiga dela era a enfermeira. A que fazia de enfermeira estava a ligar-lhe a asa com uma pétala branca, que tinha caído de uma das flores.
A Evie adorava ouvir a avó a falar das fadas, mas, há muito tempo, aprendera a nunca contar as histórias da avó à mãe. Por alguma razão, a mãe ficava muito zangada quando se falava de fadas, e mandava sempre calar a avó, quando a apanhava a conversar sobre elas com a Evie.

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