Arabella Brooke tinha sido uma preciosa e delicada borboleta até suas asas serem rasgadas por monstros passando e chegando em sua vida.
Ela estava afogada e inundada de sangue.
Pelo menos um tal de falcão apaixonante e uma bagunça de karatê podem...
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capítulo treze | flashback um beijos condenados.
Arabella deslizou para fora da mesa do refeitório, não gostando muito do rumo da conversa de suas amigas. Não era nenhuma novidade que isso acontecesse. Era um ciclo. Barbie diria algo extremamente rude de alguém que passasse e então, Hannah e Emily ririam como se fosse algo super engraçado.
Ela sabia que suas amigas não eram a melhor companhia, mas elas a amavam e a cuidavam. Ela estava grata por ter elas, mesmo que sejam fúteis.
Mas ela não podia aguentar todo esse excesso de bobeira. Toda manhã algo disso acontecia e ela tinha que ficar calada, se não elas diriam algo extremamente rude para ela e a odiariam. Arabella não sabia lidar com rejeição, ela só queria que a gostassem.
Embora ela seja a mais famosa do seu grupinho, ela não era a líder. Ela era a segunda, muito ingênua e bobinha para ser a primeira.
Barbie Evans que era a primeira. Com seu cabelo impecável loiro platinado e seus dentes brancos perfeitamente alinhados. Seus olhos eram frios e cruéis, sua boca sempre se movendo para falar algo rude e grosseiro.
— Ei! Bella, onde vai? — a loira quase gritou, não gostando da atitude da amiga. Seu nome combinava com ela; era realmente uma barbie perfeitinha. — Eu ainda não disse para levantar, docinho.
A morena mordeu o interior da bochecha. Ela só queria ir embora, não queria ficar sendo cúmplice de maldades das amigas. Ela nunca podia fazer nada. Ela só queria ter suas amigas mesmo elas sendo... elas.
Ela assentiu e lamentou um "desculpa" baixinho enquanto se sentava de volta. Hannah a olhava com pena na sua frente; ela sempre foi a mais querida das três embora nunca impedisse algo de acontecer.
As vezes ela se questionava profundamente porque que aceitava tudo isso.
E no fundo ela sempre soube a resposta.
Ela não sabia lidar com a rejeição.
E Arabella Brooke não queria ser solitária.
Patins perfeitamente brancos e afiados raspam o gelo num final chuvoso de tarde. Ela desliza para trás, sentindo sua nuca se arrepiar pelo frio que emanava da pista de gelo, empurrando a borda interna do pé traseiro e a ponta do dedo frontal se lançando pelo ar.
Arabella sente a adrenalina subir pelo seu corpo, concentrando totalmente sua atenção em dar uma volta completa no ar. Mechas escuras esvoaçam pelo ar enquanto a garota entra num êxtase profundo de felicidade e concentração, sua saia preta esvoaçando junto com o resto.
Ela pousa suavemente no chão e continua deslizando pelo gelo, seu coração parecendo leve no peito e seus braços voando delicadamente ao seu lado.
