Capítulo 5

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- Acho melhor irmos com calma Fernanda, porque não se senta?

- Para que?

- Posso te fazer uma pergunta?

- Acho que sim.

- Parece que ainda está insegura comigo, quando chego perto de você eu sinto isso.

- Posso até estar insegura, mas garanto que isto não é diretamente ligado você.

- Estão está ligado a que?

Fico em silêncio.

- Não vai me contar mesmo?

- Assim como você, também não gosto de misturar assuntos pessoais com trabalho.

- Não estamos na empresa.

- Mas você é meu chefe.

- E não esqueça a parte do amigo de foda.

- Pensei que para isso já tinha Vitória.

- Como descobriu sobre ela?

- Não importa.

- Está com ciúmes?

- Por favor, tenho muitas coisas mais importantes do que isso para fazer.

- Se tem, o que faz aqui?

Começo a me virar para poder ir embora, mas sua mão agarra meu pulso, me impedindo de dar mais algum passo.

- Me desculpe, se não quer me contar, deve ser um motivo grande. Não é mesmo da minha conta.

- Também peço desculpas, não quiz ser grossa com você.

- Sente-se, por favor. Vamos nos acalmar.

- Tá bem.

Me sento ao seu lado, ele pede duas bebidas e volta a me olhar.

- Quem te contou sobre Vitória?

- Ninguém.

- Deixa, não importa, ela é só minha ex.

- Tem certeza? Pelo que eu sei, vocês é que são amigos de foda. Da para ouvir os gritos lá do primeiro andar, se eu fosse você, também pediria para ela ficar bem quietinha, se não, o que acha que os outros vão pensar?

- Tudo bem, nós somos sim colegas de foda ok? Eu sou homem, tenho minhas necessidades.

- Então você me usa só para suas necessidades e pronto, entendi. Mas vou te dizer uma coisa, já estou cansada de ser usada.

- O que fizeram com você?

- Não importa.

- É claro que importa, anda, fale para mim.

- Eu estava noiva, fui traída por ele com minha melhor amiga na minha própria cama. Não foi nada fácil. Ela ficou jogando na minha cara, que ele preferia mil vezes ela do que eu, porque eu sou fria de mais na cama. Pensei que nunca mais poderia dar prazer a um homem. Aí você apareceu, e despertou o que a de pior em mim, nunca tinha me entregado desse jeito a nenhum homem, nem mesmo ao meu noivo. Não sei porque fiz isso, você é um completo desconhecido, eu não sou assim.

- Acredito em você, só que as vezes é assim mesmo, pensamos com o corpo, não com a cabeça, e eu muitas vezes penso de mais com a cabeça de baixo.

- Cabeça de baixo? - digo rindo.- Essa é boa. - Bebo um pouco da bebida que o garçom acabara de trazer. - E você? Não vai me contar nada sobre sua vida?

- Acredite, não há nada de interressante para saber.

- Eu duvido muito.

- É a mais pura verdade. E então, viemos aqui para conversar ou podemos ir logo a parte interressante?

Seus Desejos - Em pausaOnde histórias criam vida. Descubra agora