" ele não é meu"

340 17 6
                                    

| Elisa Bratz

Preocupação é isso que me faz estar dentro do carro indo para um lugar que eu nunca fui quase 5 horas da manhã por causa dele, depois da ligação eu coloquei a primeira roupa que eu vi na frente, só peguei a chave do carro, e aqui estou eu, agora que estou mais calma consegui entender para onde estou indo, estou indo para a 2° maior favela de São Paulo, Paraisópolis, meu Deus, que merda o Lucas fez, como ele não deve estar.

Meus pensamentos me acompanharam até chegar na entrada da favela, e homens armados começaram a encarar o carro, e como eu não sou besta, abaixei os vidros, e não demorou muito para um homem pedir para mim parar, e veio até a janela.

- Bom dia
- Bom dia - respondi
- Quem é você e o que veio fazer aqui?
- Me chamo Lisa Bratz, recebi uma ligação e a localização que meu primo está aqui - comecei a contar história mas ele me interrompeu
- Lisa Bratz, prima do Lucas Bratz, chefe da Beca, já tô sabendo, prazer em conhecê-la - sorriu - Me chamo Thiago dono disso aqui, vou te acompanhar até onde eles estão, sabe como funciona a favela né. - passou em frente ao carro, abriu a porta e sentou no banco do passageiro, deu as coordenadas, e eu fui seguindo, entrei em algumas ruas, subi algumas subidas e ele pediu para mim estacionar atrás do carro do Lucas que estava de frente à entrada de um beco, meu coração apertou quando vi o carro dele porque tive a certeza que ele estava aqui.

- Agora não vai ter como ir de carro, a madame vai ter que andar - avisou abrindo a porta e eu fiz o mesmo saindo do carro - Fique tranquila que não vai acontecer nada com o seu carro, pode vir.

Entramos em um beco e fomos subindo a viela, meu coração estava quase saindo pela boca, paramos em frente uma porta, e o Thiago me olhou.

- Ele está aí dentro, só entrar - avisou me deixando sozinha encarando a porta.
Respirei fundo, contei até 3, estou com medo, girei a maçaneta da porta então ela abriu.

- Lisa -disse a Beca levantando do degrau da escada assim que me viu passando pela porta - Que bom que você chegou

Era uma casa simples mas muito bem decorada, acredito que seja a casa da Beca, tinha mais uma mulher junto com ela e dois homens, respirei fundo, acenei com a cabeça para eles.

- Cadê ele?
- Está lá em cima - o homem barbudo respondeu
- Eu levo ela - Beca puxou meu braço e fomos subindo a escadas da casa, caminhamos até a última porta do corredor
- Como ele está?
- Seja paciente, e descobre o que aconteceu com ele por favor -abriu a porta sem responder minha pergunta me colocando para dentro e fechando a porta.

Entrei dentro do quarto, e ele estava sentado em uma poltrona de costas para porta, fui dando passos lentos e silenciosos até ele, parei atrás da poltrona e ele se inclinou e cheirou uma carreira

- Mas que merda é essa Lucas ?

- Nali - virou a poltrona e me encarou notando minha presença

Ele estava vestido todo de preto, seu rosto estava transparencendo que ele estava alterado, e não, não era só de bebida porque seu nariz começou a sangrar por conta da cocaína, que merda, sai correndo para o banheiro e peguei o papel entreguei para ele, e vi que na sua frente tinha uma mesinha com mais duas carrerinhas montadas.

- Eu não quero que você me veja nesse estado - começou a teimosia
- Se você começar, eu vou cheirar essas duas carreiras e eu tenho certeza que você vai amar assistir.
- Eu nunca permitiria isso, mesmo muito louco
- O que aconteceu Lucas?
Ele retirou um papel dobrado de dentro do bolso e esticou sua mão me entregando, então peguei o papel e abri, era um exame
- Lê o final

"Conclui-se que Lucas Ricotti Bratz não é o pai biológico de Yago Lima Bratz "

Puta que pariu de todas hipóteses essa foi a única que não passou pela minha cabeça, então olhei para ele que estava de cabeça baixa, respirei fundo

Ainda tão pertoOnde histórias criam vida. Descubra agora