Prólogo

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Sofia Kozak

Eu sabia que se todo aquele plano desse errado eu não seria a única prejudicada. Yelena dormia calmamente em meus braços, sem perceber todo o perigo que aquela situação nos causava. Ela era linda, a cor de seus cabelos não negava que era minha filha, e assim que a vi pela primeira vez jurei nunca deixar ninguém machucá-la , enfrentaria o mundo por minha filha.

A casa de Adam se aproximava e com ela a tristeza de saber que a partir dali eu seguiria sozinha sem minha menina, minha mãe permanecia inerte em seus pensamentos ao meu lado, provavelmente pensando em como explicaria ao meu pai o por que de não voltarmos pra casa na data em que combinamos.

Adam e eu tivemos um relacionamento de apenas algumas semanas , as melhores semanas da minha vida, onde eu realmente pude ser quem sou, sem o peso das responsabilidades que me cabiam desde meu nascimento. Agora tínhamos alguém que representava todo o nosso relacionamento e era prova de que realmente existiu sentimentos entre nós. Ficaria longe de minha filha apenas o suficiente para garantir que ninguém seria capaz de nos encontrar e fazer mal algum a ela.

O carro estacionou em frente a uma casa modesta onde uma mulher um pouco mais velha que minha mãe aguardava ansiosamente no portão, essa deveria ser Amélia, a avó paterna de Yelena, a quem Adam se referia com muito amor e carinho nas poucas vezes em que conversamos por telefone.

Desci do carro segurando um pacotinho rosa em meus braços, ela estava acordando e era incrível como sempre me surpreendia com a cor de seus olhos, um azul vivo, que me lembrava ao mar calmo, os olhos de seu avô. Adam apareceu logo em seguida com um semblante preocupado, mas ainda assim tentou sorri, um sorriso que não consegui corresponder, eu entendia toda a sua preocupação, pois era a mesma que eu sentia, nossa filha estaria sempre em perigo e não podíamos evitar isso.

            – Adam! – Minha voz estava embargada e meu coração estava prestes a se partir, algo me dizia que ainda iria acontecer muita coisa até eu conseguir viver em paz com minha filha.

– Nossa filha é a criança mais linda Sofia. – Sim ela era, eu não podia negar esse fato. Até o seu cheirinho era a coisa mais perfeita que eu já havia sentindo.
Minha mãe me chama aflita e antes de falar dá um último beijo em sua neta. Não sei se conseguiria chegar até aqui sem a ajuda de minha mãe e saber que ela se colocou em perigo por causa da neta, me causava um misto de emoções, amor e sofrimento, como dois sentimentos poderiam andar tão alinhados em mina vida? Eu não saberia responder.

– Precisamos ir Sofia, não sei por quanto tempo Olivia consegue distrair os seguranças para nós. – Olivia era nossa governanta e amiga de anos de mamãe, ela ficou responsável por assegurar que os seguranças não notariam nossa fuga, ela era alguém de confiança da minha mãe e em quem estava apostando nossas vidas.

– Tchau meu bebê, mamãe logo voltará para buscá-la. – Encarei Andam mais uma vez e como uma mãe aflita por não poder ficar ao lado da filha em seus primeiros dias de vida, implorei para que ele cuidasse de nossa menina. – Cuida dela por mim e a proteja com sua vida Adam, eu voltarei assim que for seguro para ela e meu pai não estiver mais em meu encalço. – Eu já não conseguia mais controlar as lágrimas nesse momento e Adam ainda mantinha um olhar triste sobre mim.

– Cuidarei dela com minha vida, eu prometo que vocês ficaram juntas em breve, tome cuidado com o seu pai. Não é um adeus Sofia, ainda teremos o nosso talvez.

Ele me amava e agora nos amava, mesmo que nosso talvez não aconteça, saber que fui amada por Adam era o suficiente para mim e eu voltaria para eles.
Entrei no carro com minha mãe e enquanto seguíamos em direção a casa em que meu pai nos colocou durante esse tempo, meu pensamento se mantinha na bebezinha com menos de uma semana de vida que ficava para trás. Eu voltaria a vê-la, ia cuidar para que isso acontecesse o mais rápido possível.

Nas Linhas Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora