capítulo 6

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Narrado por Nathaly

Pego o tablet e leio a suposta conversa com o amigo dele , minha reação é de surpresa imediata.

— Não pode ser , ai que sorte a minha ...–  falo baixinho, quase surrando e revirando os olhos enquanto olhava para a tela do dispositivo.

Para minha surpresa imediata , o tal amigo dele era o mesmo cavalo que derrubou suco em mim, ouso o barulho de passos descendo as escadas e jogo o tablet para o outro lado só sofá e me levanto e finjo observar qualquer coisa em sua casa .

Ele se aproxima e me olha com um olhar doce que realmente me deixou mexida, eu em para de palhaçada, é só pra você se distrair em, não ficar babando pelo santinho da bíblia ...

— Vamos antes que você mude de ideia ? — ele diz pegando as chaves de sua casa e sua carteira .

Fui andando em direção a porta e ele abriu a mesma para mim , esperei ele trancar tudo e para minha surpresa e descrença ele tinha um carro, fomos de carro até a sorveteria, o que foi um presente para minha preguiça, ficamos quietos o caminho todo .

O carro parou e olhei para uma rústica e pequena sorveteria com cadeiras e mesas dentro e fora do estabelecimento, a cor lilás e preto chamaram a minha atenção e como ela era delicada em todos os sentidos.

Estava atenta ainda no carro olhando para a sorveteria até que a porta do carro abriu e Davi sorriu pra mim , o mesmo estendeu sua mão para me ajudar a sair do carro , eu como sou abusada empurrei a sua mão e sai sozinha, percebi a expressão confusa em seu rosto, fui até uma das mesas e me sentei, fiquei confusa quando o mesmo entrou na interior da loja e me deixou ali sentada, peguei meu celular e fiquei mexendo.

Uns segundos depois, o santo da Barnabé saiu do estabelecimento com duas casquinhas que pareciam ser sabor Oreo quando me viu observando , abriu um sorriso de lado para mim, revirei os olhos até que o mesmo chegou até a mesa e se sentou ao meu lado , logo estendeu uma das casquinha em minha direção e eu peguei e provei e para minha surpresa era adequado.

— então gostou da minha iniciativa? — ele pergunta olhando para a tela de seu celular.

— até que foi adequada, admito que o seu gosto não é horrível — falo olhando para ele me referindo ao sorvete .

— Então enfrentou seus conflitos internos? — agora ele que me encara com seus lábios grossos e seu olhos verdes que me lembram uma campina cheia de flores .

Nathaly , foco .... O que você está dizendo ??

— Segui seu conselho, entretanto não deu muito certo, ou seja, você está errado e errou — dou um sorriso debochado e como a casquinha " que na minha opinião que sempre está certa, ela é melhor parte"

— Sempre de guarda alta né? Nunca abaixa para nada , quer que eu repita a minha opinião ? — Diferente dos outros meninas ele sempre me dá o mesmo sorriso, um sorriso meigo e confiante .

Fiquei quieta, não queria debater sobre isso...

— o gato comeu sua língua? — ele pergunta me encarando já que havia terminado o sorvete e não mexia mais no seu celular .

— Não , apenas não quero falar como você acha que a sua crença é a certa e que iria me ajudar — revirei os olhos e apoiei meu rosto sobre a minha mão que estava sobre a mesa .

Ao contrário do que eu pensei ele não rebateu apenas me estendeu a mão e não sei o que deu em mim, eu aceitei...
Entramos no carro, e ele dirigiu alguns minutos , estava tão distraída que eu nem percebi que ele não estava me levando para casa .

Davi parou o carro, e como de costume abriu a porta , quando olhei a vista do local aonde ele tinha me levado, eu abri um sorriso igual uma criança que ganha o brinquedo tão esperado no aniversário, o local consistia em um campo cheio de flores e árvores, tipo um bosque e um pouco mais longe parecia uma espécie de lago, nem pensei só corri um pouco daquele local, pude deitar , respirar , apreciar as flores e pensar ...

Pensar em quanto toda a minha vida estava de cabeça para baixo , ainda continuava deitada depois de alguns minutos , me perdi ao certo de quanto tempo já estava ali, senti alguém sentando perto de mim, pois estava de olhos fechados .

— Qual o motivo de você me trazer aqui? Como sabia que eu gostava tanto deste tipo de local ? Se pensa que vai me beijar ou coisa do tipo tá super enganado , se tentar algo eu sei lutar viu — endaguie ele porém não me movi , o vento está forte, o sol nem tanto  para mim ... Ali era o local perfeito .

— Ah, apostei né, não sei quase nada de você, porém pensei que seria bom... Sempre venho aqui quando preciso pensar , e não se preocupe não penso em te beijar ou ganhar nada com este passeio, só tô tentando que você tire esse olhar triste , um sorriso seu vale mais que um beijo seu — Ele se deitou ao meu lado .

— obrigado ... — eu sussurrei, não tinha palavras ....

Passamos uma parte do dia ali, só fomos embora porque estava armando chuva, felicidade de pobre dura pouco viu.... Fomos em silêncio por todo caminho , eu não tinha o que falar e acho que nem ele , apenas curtimos bastante a companhia um do outro.

Cerca de poucos minutos ele estacionou em frente a minha casa, acenei para ele e sai do carro .

Abri a porta e entrei dentro da minha casa, Karol e minha mãe conversavam muito na sala sorrindo, lembrando da época que eu era diferente, me aproximo sem fazer barulho e ouso Karol falar de minha pessoa .

— sinto falta da Nathaly, da minha amiga que tinha uma fé e um ânimo gigante, ela está tao diferente , está tão sem brilho nos olhos — Karol diz sorrindo fraco

Já minha mãe ...

— Nathaly precisa ser forte e superar o passado, enquanto ela dar uma de rebelde nunca entenderá que as vezes precisamos passar por algo para amadurecer — a voz da minha mãe ecoa perfeitamente pela sala .

Dou um passo para frente entrando na sala.

— agora eu sou a rebelde — dou um sorriso para as duas .

Continua ...

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