CAPÍTULO CINCO

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Remus não estava mentido quando disse que Sirius amava beijar até meninos que não gostava. De vez em quando era exatamente esse "não gostar" que tornava tudo tão bom e fácil. Festas, corredores escuros, becos em Hogsmeade; tudo era como um palco para Sirius e ele sempre tinha dado seu melhor e se divertido muito a cada segundo do processo. Desde o piercing era ainda mais gostoso.

Desde o terceiro ano dele, do primeiro menino, "beijos" sempre foram algo desapegado. Várias vezes tinham começado como um desafio feito e prontamente aceito, sucedido por um muito arrogante Sirius. Era tudo físico. Um momento de prazer, um sorriso de lado seguido por um adeus com uma piscada e uma piada rápida. Era só seguir em frente depois.

Aquele menino, o que era quase um homem, o que tinha um sorriso bonito e cabelos suaves e sempre um livro na mão, tinha o ensinado isso. Seguir em frente. Não olhar por cima do ombro. Não se deixar sentir demais, quando tudo podia – deveria – ser só leve e divertido.

Com Remus não era o mesmo.

Com Remus beijos eram algo pessoal, algo que envolvia eles estarem muito próximos um do outro e confiarem muito um no outro de um jeito que ele nunca tinha considerado. Sirius podia até sentir as cicatrizes dele enquanto eles se beijavam, sentir o coração de Remus acelerado entre suas costelas.

Deixava Sirius cru e desmascarado se sentindo delicado e cuidadoso.

Sempre que ficava feliz por estar o beijado a culpa batia, junto assim o desgosto consigo mesmo por estar se aproveitando da situação. Remus não estava desconfortável e isso os dois estavam sempre perguntando e deixando claro, mas isso não queria dizer que ele gostava. Não queria dizer que Sirius tinha o direito de gostar. Parecia que, durante todo aquele encontro até depois, Sirius estava com uma constante dor de barriga causada pelos seus nervos.

Havia algo ainda mais assustador em ter que andar de mãos dadas com Remus.

Era ainda mais pessoal. Ainda mais delicado, os dedos deles entrelaçados enquanto eles andavam pelos corredores de Hogwarts fingindo ter a maior naturalidade em todo mundo. Isso Sirius nunca tinha feito com ninguém. Teria rido se algum outro menino tivesse sugerido, apesar de saber que nenhum deles teria.

A mão de Remus era cheia de calos por segurar a pena do jeito errado e ajudar o pai com trabalhos de marcenaria quando estava em casa nas férias, e ela era muito mais quente que a de Sirius, mas parecia se encaixar na mão dele perfeitamente, como se eles tivessem nascido para isso, como se homens tivessem sido criados para segurar um ao outro. Sirius poderia nunca mais a soltar e tudo estaria perfeito. Essa era a pior parte.

"As suas mãos são frias," Remus comentou, abrindo e fechando os dedos dele ao redor dos de Sirius.

"Pomfrey diz que eu tenho a pressão arterial de um cadáver," Sirius o disse animadamente, rindo quando Remus revirou os olhos. Ele retribuiu o aperto de Remus. "Você, minha mentinha, é uma lareira."

"Nós nos completamos então."

Para esconder que o rosto ficou um pouco vermelho, Sirius olhou por cima do ombro bem a tempo de ver Peter, um pouco mais para trás, fingindo que ia vomitar. Sirius se estendeu e deu um tapa na cabeça dele.

"Ei," disse, cerrando os olhos.

Um aviso.

"Ei!" repetiu Peter, colocando uma mão no lado de trás da cabeça com uma careta. "A culpa não é minha se vocês são tão grudentos."

"Eu acho fofo," disse James, lançando um sorriso que Sirius e Remus retribuíram. James se aproximou de Peter, colocando um braço por cima do ombro dele e adicionando em um sussurro falso que os outros dois marotos também conseguiam ouvir: "Tipo, aquele fofo que dá dor nos dentes e um pouco de nojo."

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