10. Fugitiva

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~𝑫𝒊𝒂𝒏𝒂

"Me casar? você acordou né meu filho!"

Eu calculei exatamente o horário que meu pai e minhas irmãs vão dormir, em volta da meia noite todos já estão em suas halas dormindo como uma pedra. Roger tem um sono muito pesado, exceto Ada e Greta, elas tem um dono de uma pena, qualquer mínimo barulho elas acordam. Por sorte o quarto delas ficam no andar de cima bem longe do meu.

Só para garantir esperei dar duas da manhã, essa hora ninguém pensa em acordar, a casa não tem nenhum tipo de segurança, desde que meu pai ficou endividado ele vem cortando alguns gastos.

Antes da minha fuga, passei no escritório de Roger e peguei sua arma que ele guardava em uma de suas gavetas. Eu sou mulher que estaria desprotegida em plena noite, qualquer pervertido se aproveitaria, então é melhor eu me prevenir para esse tipo de situação.

Assim que coloquei os pés para fora de casa, a escuridão invadiu, não havia nenhum carro, nenhuma alma viva. Nada. Engoli seco e tomei coragem para atravessar o portão. Comecei andar sem direção nenhuma, talvez eu tenha esquecido desse pequeno detalhe. Para onde vou, como vou? Nunca andei sozinha, nunca peguei nenhum trasporte coletivo, um táxi, nada.

Quer saber, foda-se, tenho que me virar, será assim daqui para frente, então preciso começar desde agora. Vou continuar andando sem direção nenhuma, quando encontrar alguém, ou algum estabelecimento aberto pedirei informação.

O primeiro bar que avistei aberto eu entrei para perguntar onde ficava a estação de trem, o lugar até que estava cheio, considerando que era madrugada. Um velho muito gentil me explicou em que direção eu deveria ir, ele até perguntou se eu precisava de carona, mas eu recusei, guardei tudo o que o homem disse e segui meu caminho, porque do jeito que ele falou, é longe.

Quando eu realmente vi que eu estava bem distante de casa e já tinha andado mais do que um ser humano deveria, minhas pernas começaram doer, e nada do metrô. Eu já estava ficando frustrada achando que eu tinha pegado o caminho errado. E para piorar estou em uma rua totalmente escura, as luzes dos postes mal iluminam, tudo que consigo ver é neblina. Melhor eu ficar esperta nessa rua.

De repente sinto uma mão me agarrando, pela força já sabia que era um homem, bem forte. Eu levei um susto, meu coração disparou.

- Onde você pensa que está indo? - O homem pergunta.

Sua voz não era pervertida ou raivosa, mas a única reação que eu tive foi pegar a arma em minha cintura e atirar no homem que eu não conhecia.

- Porra! - Ele gritou e automaticamente colocou a mão onde foi baleado, bem perto de sua virilha, sua mão se encheu de sangue muito rápido.

Merda. Merda. Mil vezes merda. Eu me desesperei, e corri, corri muito, queria ficar o mais longe do homem que eu pudesse. Não sabia quais eram suas intenções, talvez isso me tornasse uma covarde por largar o homem sangrando na calçada, mas a minha vida e minha dignidade valia mais.

Uma luz muito forte de um farol atrapalhou a minha visão, o carro parou. Um homem que não consegui ver o rosto saiu correndo do carro e me agarrou, me abraçando com força.

- Está tentando fugir, Angel? - Eu conheço essa voz. Mas como? Como ele me achou tão rápido? Será coincidência?

Meus olhos encararam os deles assustado com o que acabei de fazer.

- Eu... O homem. - Não consegui falar, as palavras não saiam da minha boca. Eu estava muito ofegante, já tinha andado muito, e agora corri mais um tanto.

Diana, A Dama De VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora