27. Chocolate

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~𝑫𝒊𝒂𝒏𝒂

"Chegue mais perto e deixe-me provar o quão doce você é"

Fique tão animada porque fiz o jantar ontem, todos elogiaram a minha comida, principalmente Judith, que comeu duas vezes. O bebê está deixando-a com uma fome de leão. Eu amo cozinhar e me dá mais ânimo quando as pessoas reconhecem o quanto você se esforçou para fazer aquilo com amor.

Depois do jantar, Judith me chamou toda animada para ver as coisas que ela tinha comprado para o bebê. Eles estão tão empregados que já mandaram abrir uma porta na parede do quarto ao lado deles, onde será o cantinho do bebê.

O chão estava cheio de sacolas com roupas, uma mais fofa que a outra, brinquedos de silicone para morder, chupeta, mamadeira, cobertores, fraudas, tudo que uma criança tem direito. Ela disse que ainda faltava coisa, porém eles só estão esperando dar mais um mês para saber o sexo, e depois comprariam o guarda roupa, o berço, mais roupas e outras coisinhas.

No dia seguinte, levantei inspirada. Coloquei na minha cabeça que queria fazer algo diferente hoje. Já que Atlas me deu passe livre para usar sua cozinha, resolvi fazer algum tipo de doce para alegrar a vida amarga do povo dessa casa. Logo pensei em um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Judith comentou ontem que eatava com vontade de comer ele. Espero que tenha cenoura na dispensa ou terei que comprar.

Para minha sorte tinha a cenoura, assim como todos os outros ingredientes. Lidia, a cozinheira da casa, até me deu uma mãozinha para achar o que eu ia precisar, já que a cozinha tinha centenas de armários e, provavelmente eu ficaria horas procurando. Não demorou muito até o bolo ficar pronto, deixei ele esfriando em cima do balcão enquanto fui fazendo a calda de chocolate.

Eu amo chocolate, pra mim essa é a melhor coisa que já inventaram na vida, é claro, tirando a lasanha, que também é a primeira maravilha do mundo. Quando eu estava quase terminando de colocar a calda Atlas apareceu e imediatamente colocou seus grandes olhos azuis no bolo.

- Nem vem, esse bolo não é para você. - Já disse logo de uma vez antes que ele pedisse um pedaço.

- É para quem então? - Ele se aproximou.

- Fiz para Judith. Ela estava com desejo.

Atlas deu a volta pelo balcão até parar do meu lado, ele me olhou como um carrinho abandonado.

- Mas ela não vai comer tudo isso. Tenho certeza que Judith não irá se importar se eu pegar só um pedacinho. - Ele tenta tocar no bolo, imediatamente coloco a panela de brigadeiro no balcão e dou um tapa na sua mão.

- Nem pense nisso. - Me olha incrédulo com a minha atitude.

- Chocolate é meu doce favorito. É só um pedaço, Angel.

- Você não vai tocar nesse bolo.

- Ah é? - Ele levanta a sobrancelha.

Atlas da passos na minha direção, se aproximando de mim, meu coração acelera, em uma ação de pura intimidação eu vou para trás até ficar colada no balão, Atlas coloca suas mãos sobre o mesmo, me deixando sem saída. Ele se aproxima mais um pouco do meu rosto, parecendo que iria me beijar. Oh céus. Ele cheira a banho recém tomado, misturado com seu perfume. Agora percebi como sua boca tem um tom rosado. Senti um frio estranho na barriga. E agora o que eu faço? Parece que voltamos ao dia do casamento, onde nos beijamos como se o mundo fosse acabar. Aquele beijo...

Ele ficou tão perto de mim, quando achei que ele realmente me beijaria, sinto uma meleca no meu nariz. Filho da mãe! Atlas passou chocolate no meu nariz? Não é possível. Ele da um sorriso de canto, como se gostasse de ver meu nariz sujo de doce, misturado com a minha cara irritada. Fecho os olhos e respiro fundo. Se esse bolo não fosse da Judith eu juro por deus que tacaria nessa cara de cretino dele. Mas como eu não posso. Pego a colher que eu estava usando para espalhar o chocolate no bolo e passo ela todinha em sua camisa, que para minha sorte era clara.

Diana, A Dama De VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora