Diana, A Dama De Vermelho

25. Maldita trilha

~𝑨𝒕𝒍𝒂𝒔

"Você é o motivo do meu riso sincero Angel, você me diverte mais do que ninguém"

Nunca vi meu irmão tão feliz como hoje, quando Judith revelou que estava grávida. Aurora e Tayler lhe deram os parabéns, assim como eu e, Diana não parava de sorrir. Quando ela me contou não consegui disfarçar como fiquei feliz com a notícia que nossa família está aumentando. Sempre desejei ter um filho com a minha noiva, Cristal, mas aconteceu o que aconteceu e não consegui realizar esse desejo. Odeio me lembrar dessa merda.

O jantar acabou, Tayler e Aurora foram para casa, meu irmão e sua esposa foram para o quarto. Matias já era baba ovo de Judith, agora que ela carrega seu herdeiro, ele ficará mais cuidado do que nunca. Diana foi praticar em seu piano novo, percebi que ela está trabalhando em alguma melodia, pois toca e anota em um caderno. Nunca vi alguém tão concentrada em algo, como ela com as teclas. Deixei que Diana se concentrasse no que estava fazendo e fui me trancar em meu escritório, precisava resolver a papelada de mercadorias para serem entregues até amanhã a um de meus aliados, os Al Capones.

O problema é que eu preciso analisar bem o caminho que vamos fazer, o território que precisamos entrar para fazer a rota, as fronteiras que teremos que atravessar. Só espero que não tenha nenhuma merda no meio do caminho. Charlotte Lopez, a capo dos Al Capones, garante que não terá problemas, já que as cargas estarão fortemente escoltadas pelos seus homens.

Terminei de resolver isso um pouco tarde, amanhã seria um longo dia e eu precisava descansar. Organizei o escritório, pois gosto das minhas coisas no lugar e coloquei as papeladas no meu cofre. Assim que pisei o pé para fora do cômodo, percebi que Diana ainda estava tocando. Me aproximei para observa-la, quando ela notou a minha presença parou de tocar na hora.

- Me desculpe. Eu sei que já está tarde, não deveria estar fazendo barulho. - Ela diz, baixando suas mãos das teclas.

- Não estou preocupado com isso Angel, todos os cômodos dessa casa são a prova de som. Estou preocupado que você está acordada até agora ensaiando desde o jantar.

- Eu nem vi o tempo passar. - Ela olha o celular que estava ao seu lado. - Caramba, duas da manhã?

- Poisé. - Coloco as mãos no bolso. Passo por ela e vou até ao lado da fachada. - Agora entendo porque escolheu esse canto para colocar o piano. - Olho para o céu.

- É perfeito, não é? - Ela se levanta do banco e vem perto de mim para observar o céu também.

- Um grande espetáculo. - Concordo.

- Aquela estrela. - Ela aponta em direção a uma entre várias. Eu olho. - É a mais brilhante daquele grupo.

- Eu percebi.

- Sabem o que dizem sobre a estrela mais brilhante? - Ela pergunta olhando para o céu.

- O que? - Digo.

- Que a estrela mais brilhante é alguém muito importante e amada que você perdeu. - Ela diz em tom tranquilo. Não triste. Olho para ela que ainda olha a estrela fixamente. - Você já perdeu alguém que amava Atlas?

- Já. - Respondo. Ela encara meu olhar. - E você?

- Não exatamente. - Ela responde, agora olhando fixamente nos meus olhos.

- Como assim? - Encaro seus olhos castanhos.

- Eu perdi a minha mãe antes de conhecê-la. Não tive a chance de ama-la. - Ela da de ombros. - Não é justo que o universo arranque esse direito seu. Todos deveriam amar e ser amados. Principalmente pela família... - Ela baixa seu olhar.